(Monticelli1997:199-203)
"Uma vida mais vasta e mais plena"… Que significado podem ter para nós essas palavras do jovem filósofo a quem o estudo anterior foi dedicado? Podemos lhes atribuir um sentido que não seja meramente retórico?
O sopro da vida é a alma: tal é o significado originário da palavra grega psyché, assim como da latina anima, que preserva a raiz do grego anemos (vento). Esta reflexão parte do seguinte fato: não é verdade que tudo o que vive deva morrer. Pode parecer (…)
Página inicial > Fenomenologia
Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
-
Bios e Zoe (Monticelli)
18 de março, por Cardoso de Castro -
Fragata (1962) – O impulso fundamentador da fenomenologia de Husserl
18 de março, por Cardoso de CastroJúlio Fragata S. I. Professor da Faculdade de Filosofia de Braga
Problemas da Fenomenologia de Husserl Edições Livraria Cruz Braga 1962
I. — O desenvolvimento científico, originado no Renascimento, trouxe consigo, dum modo candente, o problema da coordenação e fundamentação das ciências que preocupou os filósofos mais eminentes da Filosofia Moderna, como Descartes, Leibniz e Kant.
Descartes, olhando para o edifício científico do seu tempo, considerava-o «mal construído» e sem (…) -
Empatia em sentido amplo e vias do conhecimento pessoal
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:214-217)
Compreender uma personalidade que viveu em outros tempos através dos vestígios que restaram, por exemplo. Certamente, não é apenas a empatia que está em jogo nesse caso – há também um grande trabalho de hipóteses e indução. No entanto, se não houver uma espécie de intuição empática básica, talvez falte o essencial para a reconstrução de uma vida e de seu "espírito". Esta é a lição que muitos grandes historiadores e todos os grandes biógrafos nos dão. A percepção psicológica (…) -
Fragata (1961) – A Filosofia de Edmund Husserl
18 de março, por Cardoso de CastroEdições da Revista "Filosofia" Lisboa, 1961
Apresentamos aqui um resumo geral, quase esquemático, dos traços fundamentais do pensamento filosófico de Husserl. O motivo que nos levou a esta elaboração foi o fato de termos verificado que, mesmo atualmente, é raro encontrar-se, nos compêndios de História da Filosofia, uma exposição que tenha suficientemente em conta os recentes estudos sobre Husserl à luz da publicação das suas obras completas, muitas delas póstumas, iniciada pelos «Arquivos (…) -
Notas sobre o verbo "viver"
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:228-230)
Cada aspecto da vida (do "viver" no sentido intransitivo) não é necessariamente um aspecto da experiência vivida (Erleben, "viver" no sentido transitivo). A digestão, por exemplo, não é uma experiência vivida, desde que ocorra sem desconforto ou prazer. Toda a vida não é necessariamente vivida, todo o Leben não é necessariamente Erleben. Em certo sentido, apenas a experiência vivida é também experiência de si. Mas nem toda experiência é qualificada como "vivida" em nossa (…) -
Percepção psicológica e conhecimento pessoal
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:200-203)
[…] preencher com conteúdo fenomenológico os dois aspectos que a meditação de ontem nos indicou como características da realidade pessoal: a subjetividade e a individualidade essencial.
De fato, se essas duas categorias abarcam respectivamente, por assim dizer, a aparência e a essência, o rosto e a alma do que somos, elas devem conter o alfa e o ômega de um percurso de conhecimento pessoal: o dado inicial, o de um "encontro", e o termo ideal do "percurso". Em suma, o dado (…) -
Fragata (1962) – O impulso psicológico da fenomenologia de Husserl
18 de março, por Cardoso de CastroJúlio Fragata S. I. Professor da Faculdade de Filosofia de Braga
Problemas da Fenomenologia de Husserl Edições Livraria Cruz Braga 1962
I. — Durante os estudos secundários, efectuados em Olmutz, o talento de Husserl não despertou a atenção de ninguém. Era um aluno vulgar que gostava sobretudo da Matemática e das Ciências Naturais. Nestas predileções começavam a estender as suas raízes duas características fundamentais que depois nele se desenvolveriam pujantemente: A ânsia de rigor (…) -
Fragata (1961) – A fenomenologia de Husserl como fundamento da filosofia
18 de março, por Cardoso de CastroA Filosofia de Edmund Husserl Dr. Júlio Fragata Edições da Revista "Filosofia" Lisboa, 1961
1. — Husserl adquiriu, actualmente, um lugar de particular relevo entre os filósofos contemporâneos. Sobretudo dois factores podem contribuir para que um autor se mantenha numa posição de destaque: O influxo originado pelo seu impulso e o interesse pelo conteúdo intrínseco do seu pensamento.
O influxo de Husserl, a partir de 1900, data em que publicou o primeiro volume das Investigações lógicas, é (…) -
Conhecimento de si e dos outros
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:225-226)
[…] Sem dúvida, há indivíduos que são dados à percepção. Como Jacques, Frédéric ou Théodore, que acabei de ver todos os três. No entanto, sua individualidade não é visível: vemos apenas que eles a possuem. Podemos vislumbrá-la em sua fisionomia, "única em seu gênero": ou seja, distinta mesmo na ausência de termos de comparação. Há outros indivíduos que são igualmente, talvez menos, dados à percepção. Por exemplo, essas montanhas, grandes demais para serem vistas em um único (…) -
Ipseidade (Monticelli)
18 de março, por Cardoso de Castro(Monticelli1997:208)
O outro traço fundamental da noção de autos é aquele que se opõe ao caráter do hetero, manifestando-se na oposição entre autonomia e heteronomia. As vivências que constituem este outro aspecto do ser-sujeito — que "preenchem" este significado fundamental do termo — são as ações através das quais nos experimentamos como causa dos efeitos produzidos, ou seja, como agentes. O conteúdo determinado da selfhood [autoconsciência] manifestada no agir é a espontaneidade. (…)