(Bornheim1976)
II Análise da Admiração Ingênua
Devemos analisar inicialmente o fenômeno da admiração tal como se verifica em sua manifestação primária, em seu primeiro desabrochar, ainda dentro de um horizonte de ingenuidade e espontaneidade, buscando-lhe as características mais fundamentais. Quais são estas características e como compreendê-las?
A primeira é o sentido de abertura que a acompanha. E a dimensão desta característica pode ser elucidada a partir de um comportamento (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Bornheim (1976) – Introdução ao filosofar (2)
18 de março, por Cardoso de Castro -
Fragata (1961) – A Filosofia de Edmund Husserl
18 de março, por Cardoso de CastroEdições da Revista "Filosofia" Lisboa, 1961
Apresentamos aqui um resumo geral, quase esquemático, dos traços fundamentais do pensamento filosófico de Husserl. O motivo que nos levou a esta elaboração foi o fato de termos verificado que, mesmo atualmente, é raro encontrar-se, nos compêndios de História da Filosofia, uma exposição que tenha suficientemente em conta os recentes estudos sobre Husserl à luz da publicação das suas obras completas, muitas delas póstumas, iniciada pelos «Arquivos (…) -
Kelkel & Scherer – Liberar-se do psicologismo
18 de março, por Cardoso de Castro(AKRS)
Era preciso, primeiramente, libertar-se abertamente da hipoteca ao «psicologismo» e é a essa tarefa que o primeiro tomo das Investigações Lógicas, Prolegômenos à Lógica Pura, será consagrado, apresentando o segundo tomo um estudo dos «vividos» actuantes na lógica e no conhecimento, ou ainda os modos de consciência ou atos correlativos às «objetividades ideais da lógica».
Os Prolegômenos aplicam-se, primeiramente, a inventariar os erros e contradições do psicologismo (bem como das (…) -
Padecer (Monticelli)
18 de março, por Cardoso de Castro(Monticelli1997:207-208)
Deveríamos ter usado, em vez de "sofrer", a palavra que o Petit Robert considera arcaica - "padecer" - que expressa com muito mais abrangência um dos dois traços relevantes das vivências originárias do ser próprio: a afetividade.
"Originárias" no sentido de que estas vivências são a fonte (origem) do conteúdo intuitivo da ideia de "selfhood" [ipseidade]: ou seja, não existe primeiro um "si mesmo" que seria dado independentemente destas vivências, e ao qual depois (…) -
Carneiro Leão – Nietzsche
18 de março, por Cardoso de CastroExcertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
"Na Froehliche Wissenschaft, gaia ciência, diz Nietzsche que a filosofia vive nas geleiras das altas montanhas, tendo por única companhia o monte vizinho, onde mora o poeta. No país da ciência, a filosofia aparece como uma montanha solitária, envolta numa luz marginal. Por isso toda vez que ela desce da montanha, tem que exibir o passaporte de suas credenciais. Tem que justificar o direito de sua aparência. E há mais de dois mil e seiscentos anos, (…) -
Carneiro Leão – Língua
18 de março, por Cardoso de CastroExcertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
A pergunta decisiva agora é saber o que é ensinar e aprender. Ao ouvir a pergunta e sentir-lhe a necessidade, poderemos facilmente pensar que a resposta só pode ser dada pela ciência. Mas só poderemos pensar assim, se e enquanto em nosso empenho de perguntar e desempenho de responder, não nos colocarmos, nós mesmos, em questão. Pois, questionando a questão fundamental, de que a existência é o penhor de todo empenho e desempenho, a ciência não é (…) -
Presença do outro
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:203-306)
Comecemos então pelo mais simples. Não estamos sempre presentes a nós mesmos, longe disso. Deixemo-nos viver no esquecimento de nós mesmos, como costuma acontecer, e atentemos para o dado da presença do outro.
O que se segue é uma descrição desse dado, ou seja, da empatia a parte objecti, ou do lado "noemático" de seu objeto. Posteriormente, passaremos ao aspecto "noético", à descrição da empatia a parte subjecti, ou da classe correspondente de atos. Doravante, nos (…) -
Fragata (1962) – Metafísica husserliana e metafísica tomista
18 de março, por Cardoso de CastroJúlio Fragata S. I. Professor da Faculdade de Filosofia de Braga
Problemas da Fenomenologia de Husserl Edições Livraria Cruz Braga 1962
1. — Um impulso de fundamentação radical foi sempre concebido por Husserl como empreendimento filosófico. E a Filosofia, no sentido estritamente husserliano, caracteriza-se por ser a «ciência dos princípios», por excelência. Husserl chegou mesmo a lamentar que a palavra "arqueologia", - que etimologicamente significa não só "ciência do que é antigo", mas (…) -
Grandjean e Perreau (2012) – "puro eu e nada mais"
18 de março, por Cardoso de Castro(AGLP)
De acordo com as Ideen I, o fenomenólogo atento às estruturas gerais da consciência pura não pode deixar de reconhecer que, além de seus atos, há nela um Eu (Ich) sem o qual esses atos seriam impossíveis, ao mesmo tempo em que esse Eu não é nada fora deles : «Eu puro e nada mais» . É essa fórmula que nos propomos a elucidar aqui. De fato, ela não apenas tem o mérito de condensar ao extremo o que sua análise permite desdobrar — a tese husserliana sobre o caráter egológico da (…) -
Carneiro Leão – Técnica
18 de março, por Cardoso de CastroExcertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
Por muito repetir-se já se vulgarizou dizer que vivemos na era atômica. O que significa, porém, chamar uma época da história da humanidade de era atômica? À primeira vista exprime o domínio planetário da ciência. A energia do átomo, descoberta pela ciência e controlada pela técnica , constitui o sistema de forças, que doravante determinará a construção da existência e o curso da história. Numa progressão sempre crescente, o homem moderno se vê (…)