Excertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
A pergunta decisiva agora é saber o que é ensinar e aprender. Ao ouvir a pergunta e sentir-lhe a necessidade, poderemos facilmente pensar que a resposta só pode ser dada pela ciência. Mas só poderemos pensar assim, se e enquanto em nosso empenho de perguntar e desempenho de responder, não nos colocarmos, nós mesmos, em questão. Pois, questionando a questão fundamental, de que a existência é o penhor de todo empenho e desempenho, a ciência não é (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Carneiro Leão – Língua
18 de março, por Cardoso de Castro -
Fenomenologia da Vida
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:221-224)
No início desta meditação, destacamos a analogia entre a percepção psicológica dos outros e a de si mesmo. São experiências do mesmo tipo, da subjetividade propriamente dita. Mas são experiências fenomenologicamente, "noeticamente" diferentes. São precisamente dois modos diferentes de "preenchimento" intuitivo da mesma ideia.
Eu vivo a mim mesmo, mas apenas "re"-vivo o Erleben do outro: é esse "reviver" (Nacherleben) que caracteriza a empatia. A empatia é uma experiência (…) -
Morujão (1961) – Problematicidade e apodicidade do mundo
18 de março, por Cardoso de CastroAlexandre Fradique Morujão, Significado e Estrutura da Redução Fenomenológica. Biblos LVI Capítulo IV O PROBLEMA FENOMENOLÓGICO DO MUNDO § 20. Problematicidade e apodicidade do mundo
Os capítulos anteriores tiveram por finalidade apresentar o processo do pensamento husserliano que culmina nas teses das Meditações Cartesianas. O objetivo inicial da meditação de Husserl fora, incontestavelmente, o de restituir à filosofia aquela universalidade e exigência de rigor, aquela Allgemeingültigkeit (…) -
Morujão (1961) – Mundo como horizonte e mundo como substrato
18 de março, por Cardoso de CastroAlexandre Fradique Morujão, Significado e Estrutura da Redução Fenomenológica. Biblos LVI Capítulo IV O PROBLEMA FENOMENOLÓGICO DO MUNDO § 21. Mundo como horizonte e mundo como substrato
A análise do modo de se dar da coisa material ou, correlativamente, a maneira como o sujeito capta a coisa material que se manifesta, foi levada a efeito, embora sumariamente, quando tratamos da distinção entre percepção de objetos imanentes e de objetos transcendentes. Esta última caracteriza-se por lhe (…) -
Carneiro Leão – Questão Filosófica
18 de março, por Cardoso de CastroAprendendo a pensar II
Para Aristóteles, uma única questão definiu desde sempre o estatuto do Pensamento Filosófico em tudo que ele pensa: a questão da realidade realizando-se nas realizações do real. O primeiro capítulo do Sétimo Livro da Metafísica nos lembra: E assim, pois, o que tanto outrora, como agora, como em qualquer hora se procurou e nunca se encontrou uma saída, foi o questionamento da questão, o que é o ser de qualquer sendo… Na Filosofia o Pensamento se concentra em ser, todo (…) -
Fragata (1962) – O impulso psicológico da fenomenologia de Husserl
18 de março, por Cardoso de CastroJúlio Fragata S. I. Professor da Faculdade de Filosofia de Braga
Problemas da Fenomenologia de Husserl Edições Livraria Cruz Braga 1962
I. — Durante os estudos secundários, efectuados em Olmutz, o talento de Husserl não despertou a atenção de ninguém. Era um aluno vulgar que gostava sobretudo da Matemática e das Ciências Naturais. Nestas predileções começavam a estender as suas raízes duas características fundamentais que depois nele se desenvolveriam pujantemente: A ânsia de rigor (…) -
Empatia em sentido amplo e vias do conhecimento pessoal
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:214-217)
Compreender uma personalidade que viveu em outros tempos através dos vestígios que restaram, por exemplo. Certamente, não é apenas a empatia que está em jogo nesse caso – há também um grande trabalho de hipóteses e indução. No entanto, se não houver uma espécie de intuição empática básica, talvez falte o essencial para a reconstrução de uma vida e de seu "espírito". Esta é a lição que muitos grandes historiadores e todos os grandes biógrafos nos dão. A percepção psicológica (…) -
Presença do outro
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:203-306)
Comecemos então pelo mais simples. Não estamos sempre presentes a nós mesmos, longe disso. Deixemo-nos viver no esquecimento de nós mesmos, como costuma acontecer, e atentemos para o dado da presença do outro.
O que se segue é uma descrição desse dado, ou seja, da empatia a parte objecti, ou do lado "noemático" de seu objeto. Posteriormente, passaremos ao aspecto "noético", à descrição da empatia a parte subjecti, ou da classe correspondente de atos. Doravante, nos (…) -
Kelkel & Scherer – Liberar-se do psicologismo
18 de março, por Cardoso de Castro(AKRS)
Era preciso, primeiramente, libertar-se abertamente da hipoteca ao «psicologismo» e é a essa tarefa que o primeiro tomo das Investigações Lógicas, Prolegômenos à Lógica Pura, será consagrado, apresentando o segundo tomo um estudo dos «vividos» actuantes na lógica e no conhecimento, ou ainda os modos de consciência ou atos correlativos às «objetividades ideais da lógica».
Os Prolegômenos aplicam-se, primeiramente, a inventariar os erros e contradições do psicologismo (bem como das (…) -
Carneiro Leão – Técnica
18 de março, por Cardoso de CastroExcertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
Por muito repetir-se já se vulgarizou dizer que vivemos na era atômica. O que significa, porém, chamar uma época da história da humanidade de era atômica? À primeira vista exprime o domínio planetário da ciência. A energia do átomo, descoberta pela ciência e controlada pela técnica , constitui o sistema de forças, que doravante determinará a construção da existência e o curso da história. Numa progressão sempre crescente, o homem moderno se vê (…)