Carneiro Leão, "As Confissões de Santo Agostinho: uma caminhada da libertação", Aprendendo a pensar II.
Cristandade não se confunde com Cristianismo. A Cristandade é a graça da libertação no advento da "liberdade dos filhos de Deus" (Rm 8,21). O Cristianismo vive da Cristandade para organizar e impor padrões fixos de comportamento nas ordens, nos rituais, nas respostas. Embora sempre convivam no empenho de um mesmo envio histórico, Cristandade e Cristianismo não se integram nem se abraçam (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Carneiro Leão – Cristianismo e Cristandade
18 de março, por Cardoso de Castro -
Depraz (1992:23-24) – epoche
18 de março, por Cardoso de Castro(Depraz1992)
Sob o termo épochè, que em grego significa "parada, interrupção, suspensão", Husserl pretende indicar o movimento inicial de redução, o primeiro movimento que se insere no prolongamento da atitude sem pressupostos. Trata-se, literalmente, de parar, ou seja, de interromper o fluxo dos pensamentos cotidianos, que são tantas opiniões ou convicções, e de questionar sua pretensão à verdade, de detectar em cada uma delas um preconceito que se ignora.
Em outras palavras, trata-se (…) -
Huneman & Kulich (1998:6-7) – retorno às coisas mesmas
18 de março, por Cardoso de Castro(HKIP)
Nesse espírito, todos os problemas filosóficos podem então ser pensados a partir do exame dos vividos nos quais enfrentamos seu objeto. Assim, a fenomenologia não buscará apreender a essência do tempo de maneira especulativa, por exemplo, em relação à eternidade ("a imagem móvel da eternidade", Platão, Timeu) ou em relação ao conceito ("o tempo é o ser-aí do conceito", Hegel), mas voltará seu olhar para as experiências mais significativas nas quais vivemos algo do tempo: memória, (…) -
Depraz (1992:25-27) – redução transcendental e constituição
18 de março, por Cardoso de Castro(Depraz1992)
Em que sentido podemos falar de um cumprimento da épochè pela redução transcendental? E, antes de tudo, o que significa "transcendental"?
A conquista da fenomenologia como transcendental é, como dissemos, sua conquista como fenomenologia no sentido forte. O que isso significa? O acesso ao regime transcendental de pensamento implica uma ruptura com um modo de raciocínio dualista que se estabelece na oposição entre uma interioridade da consciência e uma exterioridade do mundo. (…) -
Sentimentos vitais e dinâmica vital
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:239-242)
A camada do si mesmo vivenciada nos "sentimentos vitais" é mais profunda, nela se anuncia um estado vital próprio: o estado "físico" — que são os modos de "se sentir no corpo", como a fadiga, a frescura, o bem-estar, o mal-estar; e o estado "psíquico" — que são os humores ou "estados de alma", em sua gama contínua, desde a depressão até a euforia, passando pelas nuances infinitas da ansiedade e da confiança, da insegurança e da tranquilidade, da inquietação e da serenidade… (…) -
Fragata (1961) – A fenomenologia de Husserl como fundamento da filosofia
18 de março, por Cardoso de CastroA Filosofia de Edmund Husserl Dr. Júlio Fragata Edições da Revista "Filosofia" Lisboa, 1961
1. — Husserl adquiriu, actualmente, um lugar de particular relevo entre os filósofos contemporâneos. Sobretudo dois factores podem contribuir para que um autor se mantenha numa posição de destaque: O influxo originado pelo seu impulso e o interesse pelo conteúdo intrínseco do seu pensamento.
O influxo de Husserl, a partir de 1900, data em que publicou o primeiro volume das Investigações lógicas, é (…) -
Fragata (1962) – Fenomenologia e problema crítico
18 de março, por Cardoso de CastroJúlio Fragata S. I. Professor da Faculdade de Filosofia de Braga
Problemas da Fenomenologia de Husserl Edições Livraria Cruz Braga 1962
1.— Posição do problema crítico — O problema crítico, relativo à objetividade do conhecimento humano, foi posto, com nitidez, a partir de Kant, mas surgiu através de uma evolução histórica, em que podemos distinguir três momentos fundamentais.
O primeiro equivale á questão: Onde está a verdade? Foi de todos os tempos e é a primeira preocupação (…) -
Identidade pessoal (Monticelli)
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:235-237)
Que eu existo, que existo como sujeito, percebo isso toda vez que algo me toca e toda vez que me decido a fazer isto ou aquilo. Que eu existo, sei, percebo vividamente nesses momentos, sinto confusamente sempre, pela alternância das minhas variações de estado — fome, [236] sono, frescor, fadiga, mal-estar e bem-estar — e das minhas variações de humor. Mas quem eu sou, qual é a minha identidade como pessoa — isso eu não sei muito bem. De qualquer forma, não é na pontualidade (…) -
Carneiro Leão – metafísica
18 de março, por Cardoso de CastroGeralmente se opõe pressentimento a saber, ora colocando-o abaixo ora acima, em todo caso fora do saber. No vigor de sua essencialização, porém, o pressentimento do Ser não é uma coisa abaixo, acima ou fora do saber originário da existência. É o espaço de articulação, a esteira de movimento, o campo de exercício do próprio saber. Ele apresenta, no sentido de tornar e fazer presente, o modo em que o Ser, apropriando-se da existência, a instaura originariamente. Nunca existimos sem ele como (…)
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Kelkel & Scherer – Liberar-se do psicologismo
18 de março, por Cardoso de Castro(AKRS)
Era preciso, primeiramente, libertar-se abertamente da hipoteca ao «psicologismo» e é a essa tarefa que o primeiro tomo das Investigações Lógicas, Prolegômenos à Lógica Pura, será consagrado, apresentando o segundo tomo um estudo dos «vividos» actuantes na lógica e no conhecimento, ou ainda os modos de consciência ou atos correlativos às «objetividades ideais da lógica».
Os Prolegômenos aplicam-se, primeiramente, a inventariar os erros e contradições do psicologismo (bem como das (…)