(Bornheim1989)
Na sua primeira fase, Sartre fala em ontologia e pretende dar conta da condição humana como tal; a partir dos anos 60 prefere a palavra antropologia, publica a Crítica da razão dialética e pergunta pela condição humana tal como ela se manifesta hoje. A grande virada concentra-se toda na descoberta da história, entendida através dos contornos bem definidos do marxismo. A análise dos fatos cede o seu lugar à interpretação dos acontecimentos.
De um lado, Sartre faz o elogio (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Bornheim (1989) – O Existencialismo de Sartre (Marxismo)
17 de março, por Cardoso de Castro -
Bornheim (1989) – O Existencialismo de Sartre (Liberdade)
17 de março, por Cardoso de Castro(Bornheim1989)
O tema da liberdade é o núcleo central do pensamento sartriano e como que resume toda a sua doutrina. Sua tese é insólita: a liberdade é absoluta ou não existe. Sartre recusa todo determinismo e mesmo qualquer forma de condicionamento. Assim, ele recusa Deus e inverte a tese de Lutero; para este, a liberdade não existe justamente porque Deus tudo sabe e tudo prevê. Mas como deus não existe, a liberdade é absoluta. E recusa também o determinismo materialista: se tudo se (…) -
Bornheim (1989) – O Existencialismo de Sartre (Intersubjetividade)
17 de março, por Cardoso de Castro(Bornheim1989)
O grande desbravador de caminhos, nesta questão, foi Hegel. A sua intuição genial, expressa na dialética do mestre e do escravo, foi mostrar que a consciência depende, em seu próprio cerne, para ser, do reconhecimento de outra consciência: eu só sou na medida em que o outro me reconhece como tal. Heidegger não é menos incisivo: o homem é, originariamente, ser-com, a relação eu-tu é compreendida a partir do nós; a dimensão "coletiva" do homem não se acrescenta a um eu (…) -
Bornheim (1989) – O Existencialismo de Sartre (Teses)
17 de março, por Cardoso de Castro(Bornheim1989)
A experiência da náusea põe de manifesto ao menos três coisas. Em primeiro lugar, a necessidade de converter a revelação do absurdo em um sentido que justifique a existência humana: o existencialismo deve ser um Humanismo. Em segundo lugar, a náusea revela, para mim mesmo, que eu sou consciência - a consciência é o "núcleo instantâneo" de minha existência. E em terceiro, essa consciência não pode ser sem o outro que não ela mesma, ela só existe por aquilo do qual ela tem (…) -
Bornheim (1989) – O Existencialismo de Sartre (Método)
17 de março, por Cardoso de Castro(Bornheim1989)
A questão do método é muito ampla, mesmo porque o pensamento de Sartre se desdobra em três fases fundamentais. A primeira, em que se constitui o existencialismo propriamente dito, dominada pela principal obra de Sartre, O ser e o nada (1943), adota o método fenomenológico. A Segunda, inspirada por preocupações de ordem marxista, assimila também a sua metodologia, e condensa-se no livro Crítica da razão dialética (1960). Finalmente, na terceira fase, volta a acentuar-se a (…) -
Bornheim (1989) – O Existencialismo de Sartre (Definição)
17 de março, por Cardoso de Castro(Bornheim1989)
O existencialismo é das doutrinas mais características de nosso século. Todo o seu empenho está em pensar o indivíduo concreto, a partir de sua existência cotidiana, desprovida de qualquer relevo especial. O único filósofo que aceita a palavra existencialismo para designar a sua própria doutrina é Sartre.
Mas ele toma de Heidegger (outro filósofo) a frase que tornou famosa toda a escola: a existência precede a essência.
Isso significa que não existe uma natureza humana, (…) -
Flusser (1982) – O instrumento do fotógrafo ou o fotógrafo do instrumento?
17 de março, por Cardoso de CastroEnsaio publicado na revista IRIS em agosto de 1982
Curiosa profissão, esta. A maioria das profissões exige engajamento em determinado assunto. Sapateiro engaja-se em sapatos, construtor civil em casas, cientista em física, ministro no governo. Quanto ao fotógrafo, este se engaja na máquina fotográfica. que não é assunto, mas instrumento. E como se o sapateiro se engajasse em agulhas, o construtor em bulldozers, o físico em microscópios, o ministro em papeladas. Ou, para quem considera (…) -
Capalbo (1987) – Fenomenologia da História
17 de março, por Cardoso de Castro(Capalbo1987)
A análise do "Ser-no-mundo" aproxima-nos da compreensão de que o Ser Humano é um Ser Histórico.
A História se apresenta como um encontro onde se verifica o esforço de compreensão do outro, e onde se coloca o fenômeno da inter-subjetividade.
é pela sua manifestação no mundo que o outro se torna outro-para-mim. Isso implica em que a história, supondo o encontro, faz respeitar a distância e a proximidade, a dualidade e a unidade, o outro enquanto tal. No encontro esse outro (…) -
Capalbo (1987) – Fenomenologia e Psicanálise
17 de março, por Cardoso de Castro(Capalbo1987)
Em geral, os adeptos da filosofia na Franca (Sartre, M. Ponty, Simone de Beauvoir, Francis Jeanson) ou na Bélgica (Vergotte, De Waelhens, Ladrière, Van Breda) veem a fenomenologia como tendo tarefa a elucidar as relações vividas e efetivas entre o homem e o mundo.
O importante nesta experiência é o ENCONTRO, encontro entre as coisas e o meu eu, entre o meu eu e o outro; este encontro, esta união, só surge graças â medição do Corpo, conforme, aliás, já mostrara a filosofia (…) -
Morujão (1961) – O mundo como correlato da consciência
17 de março, por Cardoso de Castro(Morujão1961)
As análises levadas a efeito nos parágrafos anteriores vão permitir a Husserl atingir o limiar da esfera transcendental. É uma verdade, confirmada pela própria evolução das ideias, que a experiência humana segue de facto um curso que obriga a nossa razão a ultrapassar o plano das coisas dadas intuitivamente, situando sobre esse plano e baseado nele, uma verdade física. Ora esse curso da experiência humana podia também ser outro. Não significa esta afirmação que o (…)