(RMAP:225-226)
[…] Sem dúvida, há indivíduos que são dados à percepção. Como Jacques, Frédéric ou Théodore, que acabei de ver todos os três. No entanto, sua individualidade não é visível: vemos apenas que eles a possuem. Podemos vislumbrá-la em sua fisionomia, "única em seu gênero": ou seja, distinta mesmo na ausência de termos de comparação. Há outros indivíduos que são igualmente, talvez menos, dados à percepção. Por exemplo, essas montanhas, grandes demais para serem vistas em um único (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Conhecimento de si e dos outros
18 de março, por Cardoso de Castro -
Empatia em sentido amplo e vias do conhecimento pessoal
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:214-217)
Compreender uma personalidade que viveu em outros tempos através dos vestígios que restaram, por exemplo. Certamente, não é apenas a empatia que está em jogo nesse caso – há também um grande trabalho de hipóteses e indução. No entanto, se não houver uma espécie de intuição empática básica, talvez falte o essencial para a reconstrução de uma vida e de seu "espírito". Esta é a lição que muitos grandes historiadores e todos os grandes biógrafos nos dão. A percepção psicológica (…) -
Atos e funções, pessoa e psique
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:151-155)
Todas as manifestações de uma pessoa, como dissemos, não são "pessoais": várias manifestações exibem uma identidade qualitativa substancial de pessoa para pessoa. Essa é mais uma dessas distinções que saltam aos olhos assim que nos ocorre procurá-las. Os efeitos de uma má memória, por exemplo, ou de uma audição ruim, são idênticos em todos os lugares. A ansiedade não tem efeitos bastante uniformes, ou uma maneira bastante regular de recuar com base em fatores causais bem (…) -
Flusser – A Filosofia da Caixa Preta
18 de março, por Cardoso de CastroÍndice
1. A imagem
2. A imagem técnica
3. O aparelho
4. O gesto de fotografar
5. A fotografia
6. A distribuição da fotografia
7. A recepção da fotografia
8. O universo fotográfico
9. A urgência de uma filosofia da fotografia
O presente ensaio é resumo de algumas conferências e aulas que pronunciei sobretudo na França e na Alemanha. A pedido da European Photography, Göttingen, foram reunidas neste pequeno livro publicado em alemão em 1983. A reação do público (não apenas (…) -
Identidade pessoal (Monticelli)
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:235-237)
Que eu existo, que existo como sujeito, percebo isso toda vez que algo me toca e toda vez que me decido a fazer isto ou aquilo. Que eu existo, sei, percebo vividamente nesses momentos, sinto confusamente sempre, pela alternância das minhas variações de estado — fome, [236] sono, frescor, fadiga, mal-estar e bem-estar — e das minhas variações de humor. Mas quem eu sou, qual é a minha identidade como pessoa — isso eu não sei muito bem. De qualquer forma, não é na pontualidade (…) -
Ernildo Stein – A recepção crítica da fenomenologia na obra de Heidegger
18 de março, por Cardoso de CastroErnildo Stein, A questão do método na filosofia - um estudo do modelo heideggeriano
1 Na introdução de Ser e Tempo, que trata da exposição da questão do sentido do ser, após mostrar a meta da analítica ontológica do ser-aí e de apresentar a tarefa de uma destruição da historia da antologia, Heidegger desdobra o método de sua investigação.
Desde o início o autor previne contra a tentação que é aproximar da tradição filosófica a análise esboçada. Ainda que a "característica do objeto (…) -
Huneman & Kulich (1998:6-7) – retorno às coisas mesmas
18 de março, por Cardoso de Castro(HKIP)
Nesse espírito, todos os problemas filosóficos podem então ser pensados a partir do exame dos vividos nos quais enfrentamos seu objeto. Assim, a fenomenologia não buscará apreender a essência do tempo de maneira especulativa, por exemplo, em relação à eternidade ("a imagem móvel da eternidade", Platão, Timeu) ou em relação ao conceito ("o tempo é o ser-aí do conceito", Hegel), mas voltará seu olhar para as experiências mais significativas nas quais vivemos algo do tempo: memória, (…) -
Depraz (1992:5-6) – intencionalidade
18 de março, por Cardoso de Castro(Depraz1992)
"A palavra intencionalidade não significa nada além dessa particularidade fundamental e geral que a consciência tem de ser consciência de algo (…)." Com essa tomada de consciência, Husserl avança em direção à formulação de uma nova filosofia. A intencionalidade é essa operação que leva a consciência em direção ao seu objeto, o qual, a partir de então, surge literalmente como sentido para ela. A visada intencional da consciência é o que anula a própria ideia de uma oposição (…) -
Depraz (1992:23-24) – epoche
18 de março, por Cardoso de Castro(Depraz1992)
Sob o termo épochè, que em grego significa "parada, interrupção, suspensão", Husserl pretende indicar o movimento inicial de redução, o primeiro movimento que se insere no prolongamento da atitude sem pressupostos. Trata-se, literalmente, de parar, ou seja, de interromper o fluxo dos pensamentos cotidianos, que são tantas opiniões ou convicções, e de questionar sua pretensão à verdade, de detectar em cada uma delas um preconceito que se ignora.
Em outras palavras, trata-se (…) -
Carneiro Leão – Questão Filosófica
18 de março, por Cardoso de CastroAprendendo a pensar II
Para Aristóteles, uma única questão definiu desde sempre o estatuto do Pensamento Filosófico em tudo que ele pensa: a questão da realidade realizando-se nas realizações do real. O primeiro capítulo do Sétimo Livro da Metafísica nos lembra: E assim, pois, o que tanto outrora, como agora, como em qualquer hora se procurou e nunca se encontrou uma saída, foi o questionamento da questão, o que é o ser de qualquer sendo… Na Filosofia o Pensamento se concentra em ser, todo (…)