JLMED « Axioma: nada podemos saber por nós mesmos, todo saber autêntico deve nos ser dado. » Novalis . Sendo dado (Étant donné) — a fórmula parece óbvia.
A compreensão espontânea facilmente se une à leitura erudita para adicionar um artigo à primeira palavra, de modo a ler “l’étant donné”, considerando “[l’]étant” como um substantivo, para simplesmente concluir que o que é, a saber, o ens dos filósofos ou, segundo uma antiga palavra francesa, o étant , também se encontra dado; um étant — (…)
João Cardoso de Castro (doutor Bioética - UFRJ) e Murilo Cardoso de Castro (doutor Filosofia - UFRJ)
Matérias mais recentes
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Marion (JLMED) – sendo dado (étant donné)
13 de junho, por Cardoso de Castro -
Caron (PEOS:808-809) – mundo - si - eu
13 de junho, por Cardoso de CastroPEOS
Somos no mundo, logo habitamos em uma região que nos torna manifesto o mundo junto ao qual podemos ser. Há duas significações do conceito de mundo em Heidegger: por um lado o mundo que mundaniza, e por outro lado o mundo que é mundanizado por esta mundanização. É porque estamos em ligação fundamental com o se-produzir do mundo no primeiro sentido, é porque nós nos mantemos neste se-produzir e participamos de seu desdobramento, que os produtos, o mundo no segundo sentido, podem (…) -
Benoist (JBBS) – Problema da percepção
13 de junho, por Cardoso de CastroJBBS
Um problema ocupa um lugar central na filosofia da mente contemporânea: o problema da percepção.
Sem dúvida, certa filosofia nos acostumou tanto a ele que já nem o notamos, mas há aí, em si mesmo, algo de insólito. Pois por que a percepção constituiria um problema tão grande? Em certo sentido, nada parece menos problemático que a percepção. Basta abrir os olhos e percebo. E se os fecho, continuo a perceber – não mais a mesma coisa, mas ainda se trata de percepção.
A filosofia, no (…) -
Martineau (GA25) – O termo "fundamento"
13 de junho, por Cardoso de CastroEmmanuel Martineau, "Avertissement du Traducteur" (GA25)
II — Sem prejuízo, muito pelo contrário, de certa unidade historial e essencial da ontologia fundamental como "projeto", a palavra FUNDAMENT, cujas ocorrências totais são as seguintes: infra, pp. 3, (4), (61), (71), (78), (79), (162), (224), (293-294), (307), (328-329), (336), (338), (354), (355) (cf. N.d.T.), (357-358), (402), não pôde ser traduzida de modo unitário, e foi vertida por fundamento-originário quando se inscrevia (…) -
Dastur (FDHP) – o ser do homem
12 de junho, por Cardoso de CastroFDHP
Portanto, para tentar delimitar o ser do homem, recorrer à poesia se mostrava necessário. É significativo que seja novamente para determinar quem é o homem que Heidegger recorra, na Introdução à Metafísica, ao primeiro coro da Antígona de Sófocles. Um pouco antes, uma primeira referência a Sófocles concernia não Antígona, mas Édipo-Rei, que Heidegger considera apresentar a mais pura unidade e antagonismo entre ser e aparência, devendo Édipo ser compreendido como a própria figura do (…) -
Dastur (FDHP) – deinotaton, "o que há de mais violento"
12 de junho, por Cardoso de CastroFDHP
No primeiro percurso, Heidegger começa por colocar ênfase em outra ambiguidade do sentido da palavra deinon, que, explica, designa por um lado o Furchtbare, aquilo que provoca o temor (Furcht) e que, enquanto poder subjugador , é origem tanto do terror pânico quanto do temor oculto, e por outro lado o Gewalt-tätige, o fazer-violência, aquilo cujo uso do poder (Gewalt) constitui não apenas o traço fundamental de sua ação, mas também de seu ser-aí. O homem é assim duplamente deinon, não (…) -
Dastur (FDHP) – deinotaton
12 de junho, por Cardoso de CastroFDHP
No segundo percurso, trata-se de prestar atenção à maneira como se desdobla o ser do homem enquanto deinotaton. Primeiro são abordados esses domínios do poder subjugador que são o mar, que o homem enfrenta na tempestade, e a terra, cuja calma e crescimento ele perturba. Em seguida, o conjunto dos seres vivos que, ao contrário do homem que lhes faz violência e os arranca de sua ordem, se inserem no poder subjugador marítimo e terrestre. Tal descrição, insiste Heidegger, é a de um (…) -
Dastur (FDHP) – unheimlich
12 de junho, por Cardoso de CastroFDHP
No terceiro percurso, Heidegger propõe-se ir além do que é imediatamente dito nesse coro [de Antígona], e portanto usar ele mesmo de violência para fazer aparecer o que aí é dito fora das próprias palavras e que nada mais é do que o que indica o verso de Ésquilo citado no Discurso de reitoria, a saber, que no confronto entre tekhnè e dikè, a violência do agir humano deve necessariamente se quebrar contra o poder subjugador da phusis. Ora, essa necessidade vem precisamente do fato de (…) -
Dastur (FDHP) – Apreensão e Logos
12 de junho, por Cardoso de CastroFDHP
Heidegger começa por destacar o que constitui a violência interna da apreensão, a saber, o fato de que ela é "decisão pelo ser contra o nada e, assim, explicação com a aparência", o que permite pensar que ela é "arrancada pela luta da atividade habitual" (GA40:177; 182). Trata-se, em seguida, de mostrar que a apreensão está em comunidade interna de essência com o logos. Heidegger baseia-se para isso no início do fragmento VI do poema parmenidiano, Khrè to legein te noein t’eon (…) -
Schalow (FSHK) – Noção anômala de mundo de Scheler
11 de junho, por Cardoso de CastroFSHK
Ao aludir ao caráter distintivo de uma disposição, Heidegger parece seguir a liderança de Scheler em isolar a dimensão afetiva pela qual o homem experimenta o alvorecer de sua própria autoconsciência. Assim como Scheler distingue a raiz da autoconsciência do homem de acordo com sua capacidade de dizer “não”, Heidegger sugere que é o nada revelado na angústia que nos torna conscientes de que somos conscientes, isto é, nos alerta para o fato de que existimos. No entanto, a explicação de (…)
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