(Ricoeur1996)
A "síntese passiva" é um conceito que Husserl introduz para explicar o fato de que a atividade de constituição pela consciência possui uma passividade que já é permeada por alguma forma de atividade. Nesse sentido, a síntese realizada por um Ego tem, ela mesma, uma gênese. Husserl fala, portanto, de "síntese passiva" e "gênese passiva", em oposição a uma "síntese ativa" e "gênese ativa".
O problema da síntese passiva está intimamente ligado ao que Husserl chama de (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Pol Vandevelde (1996:8-9) – síntese passiva
22 de março, por Cardoso de Castro -
Levinas (1967:115) – o acesso ao objeto faz parte do ser do objeto
22 de março, por Cardoso de Castro(Levinas1967)
Ir às coisas mesmas — significa, em primeiro lugar, não se limitar às palavras, que visam apenas a um real ausente. Essa imperfeição da intenção significativa — Husserl a reconhece na ambiguidade que se insinua inevitavelmente no pensamento verbal. A ambiguidade, um defeito aparentemente menor e que parece poder ser conjurado com um pouco de clareza no pensamento — revela-se imediatamente como inevitável, ou como essencial ao pensamento que se limita às palavras. Ambiguidade, (…) -
Tugendhat (1970) – a verdade e o conhecimento da verdade
21 de março, por Cardoso de Castro(Ernst Tugendhat, Der Wahrheitsbegriff bei Husserl und Heidegger, 2 ed. inalterada. Berlim: Walter de Gruyter & Co., 1970, p. 1.)
Em contraste com as reconstruções idealizadoras e teorizadoras exageradas a que se entregou a tradição metafísica, agora são a “práxis”, a “existência” e o “interesse” que aparecem como a característica fundamental da vida humana. Enquanto o ceticismo da Antiguidade e do início dos tempos modernos contentava-se em formular dúvidas sobre a questão de saber se (…) -
Dubois (2000:82-83) – antecipação (Vorläufigkeit)
20 de março, por Cardoso de Castro(Dubois2000)
"Até que ponto a resolução, se ’pensada até o fim’ (zu Ende gedacht) de acordo com sua tendência mais própria, conduz ao ser-para-a-morte próprio?" (305). Essa é a questão abordada no difícil §62 (talvez o mais abrupto de todo Ser e Tempo). Lembremo-nos: o ser-para-a-morte foi conquistado ao longo da questão da totalidade possível do Dasein. Durante essa análise, projetou-se uma possibilidade existencial para o Dasein de estar em uma relação própria com sua morte. Mas nada (…) -
Dubois (2000:80-82) – resolução (Entschlossenheit)
20 de março, por Cardoso de Castro(Dubois2000)
Dans l’écoute de l’appel de la conscience, le Dasein est donc pleinement ouvert à lui-même. Il est son ouverture [81] sur le mode plénier, il est proprement le Là : angoissé, se projetant vers son être en faute, silencieux. Cette ouverture, Heidegger la nomme, en consonance avec l’ouverture du Dasein, Erschlossenheit, la résolution, Entschlossenheit. La résolution, c’est la vérité originaire du Dasein, son être dans la vérité propre, sa lucidité (Durchsichtigkeit). Aussi, le § (…) -
Dubois (2000:78-80) – ser-culpado
20 de março, por Cardoso de Castro(Dubois2000)
[…] Le § 58 de Etre et Temps va prendre en charge ce point. Supposons que, interpellé, intimé à être lui-même, le Dasein fasse l’expérience d’un être en faute. Comment le penser existentialement ? On peut d’abord considérer la faute au sens d’avoir des dettes (le mot allemand de Schuld pouvant effectivement osciller entre la faute et la dette), en se réglant à partir de l’étant dont on se préoccupe (sens « économique » de la faute ou de la dette), mais aussi au sens d’être en (…) -
Derrida (2001) – aquiescimento (Zusage)
19 de março, por Cardoso de Castro(Derrida2001)
"Dizer o evento, é possível?" Então, à pergunta, o que quero responder é simplesmente "sim". Não "sim" ao evento, "sim" dizer o evento é possível; quero dizer "sim" como um sinal de agradecimento, em primeiro lugar. A filosofia sempre se pensou a si mesma como arte, experiência, história da questão. Os filósofos, mesmo quando não concordam em nada, no final dizem: "sim, mas enfim, somos pessoas que fazemos perguntas; sejamos pelo menos concordes nisso, queremos salvar a (…) -
Raffoul (2010:286-287) – impossível como possível
19 de março, por Cardoso de Castro(Raffoul2010)
O impossível torna-se a possibilidade do possível. Aqui podemos vislumbrar o pensamento renovado do possível e do impossível no pensamento de Derrida: o impossível como possível e o possível como impossível, a possibilidade do impossível. O impossível já não seria o oposto do possível, nem o limite onde o possível termina, mas, ao contrário, aquilo que “assombra o possível” (DE, 98), aquilo que verdadeiramente “torna possível” ou possibilita o possível. Derrida afirma que o (…) -
Raffoul (2010:284) – pensar segundo a aporia
19 de março, por Cardoso de Castro(Raffoul2010)
Para Derrida, a relação com a aporia é o enfrentamento de uma experiência, a experiência de um limite que precisa ser suportado; como se uma aporia, longe de indicar um fechamento, representasse um limite através do qual algo se anuncia de forma afirmativa. É por isso que não se trata de "parar nela nem superá-la" (A, 32). Em vez disso, Derrida insiste que se trata de "pensar segundo a aporia" (A, 13). As aporias são constitutivas daquilo que elas interrompem e, nesse (…) -
Raffoul (2010:282-283) – responsabilidade, experiência do inapropriável
19 de março, por Cardoso de Castro(Raffoul2010)
O que o pensamento de Heidegger revelou em relação à responsabilidade é que ser responsável significa assumir algo inapropriável: o chamado da consciência manifesta um ser-culpado irredutível; ser propriamente si mesmo é projetar-se resolutamente em direção a esse ser-culpado; o chamado do Ereignis vem de um retraimento, indicando uma expropriação ou Enteignis no coração da apropriação. Em todos os casos, a responsabilidade se revela como uma experiência do inapropriável. (…)