FDHP
No terceiro percurso, Heidegger propõe-se ir além do que é imediatamente dito nesse coro [de Antígona], e portanto usar ele mesmo de violência para fazer aparecer o que aí é dito fora das próprias palavras e que nada mais é do que o que indica o verso de Ésquilo citado no Discurso de reitoria, a saber, que no confronto entre tekhnè e dikè, a violência do agir humano deve necessariamente se quebrar contra o poder subjugador da phusis. Ora, essa necessidade vem precisamente do fato de (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Dastur (FDHP) – unheimlich
12 de junho, por Cardoso de Castro -
Dastur (FDHP) – Apreensão e Logos
12 de junho, por Cardoso de CastroFDHP
Heidegger começa por destacar o que constitui a violência interna da apreensão, a saber, o fato de que ela é "decisão pelo ser contra o nada e, assim, explicação com a aparência", o que permite pensar que ela é "arrancada pela luta da atividade habitual" (GA40:177; 182). Trata-se, em seguida, de mostrar que a apreensão está em comunidade interna de essência com o logos. Heidegger baseia-se para isso no início do fragmento VI do poema parmenidiano, Khrè to legein te noein t’eon (…) -
Schalow (FSHK) – Noção anômala de mundo de Scheler
11 de junho, por Cardoso de CastroFSHK
Ao aludir ao caráter distintivo de uma disposição, Heidegger parece seguir a liderança de Scheler em isolar a dimensão afetiva pela qual o homem experimenta o alvorecer de sua própria autoconsciência. Assim como Scheler distingue a raiz da autoconsciência do homem de acordo com sua capacidade de dizer “não”, Heidegger sugere que é o nada revelado na angústia que nos torna conscientes de que somos conscientes, isto é, nos alerta para o fato de que existimos. No entanto, a explicação de (…) -
Schalow (FSHK) – Heidegger e Scheler, e a questão religiosa
11 de junho, por Cardoso de CastroFSHK
Tal apelo a um ser supremo e ao que inequivocamente tem o caráter de um fundamento deve, pelo menos da perspectiva de Heidegger, lançar suspeita sobre o quão bem-sucedido Scheler é em desvendar a raiz da busca do homem por fundamentos. Por outro lado, o caráter concreto da fenomenologia de Scheler proíbe invocar Deus arbitrariamente, exceto na medida em que tal ser é o corolário da totalidade que a pessoa busca para si. Assim, não é simplesmente a culminação da transcendência (…) -
Schalow (FSHK) – Diferença básica Heidegger e Scheler
11 de junho, por Cardoso de CastroFSHK
A diferença básica entre Heidegger e Scheler reside no fato de que Scheler adota um modelo microcosmo/macrocosmo para definir a relação entre o homem e o mundo, permitindo assim que a totalidade se apresente como um reflexo da unidade da pessoa com Deus. Heidegger, por outro lado, procede de forma muito mais radical para evitar essa visão anômala do mundo como tendo uma dupla ancestralidade, tanto no infinito quanto no finito. Em última análise, Heidegger redefine mundo como o (…) -
Stolorow (RSCB) – O mito da mente isolada
11 de junho, por Cardoso de CastroRSCB
O mito da mente isolada atribui ao homem um modo de ser no qual o indivíduo existe separadamente do mundo da natureza física e também do envolvimento com os outros. Esse mito, além disso, nega a imaterialidade essencial da experiência humana ao retratar a vida subjetiva em termos reificados e substancializados. Vista como um símbolo da experiência cultural, a imagem da mente isolada representa a alienação do homem moderno em relação à natureza, à vida social e à própria (…) -
Schalow (FSIB) – Identidade
11 de junho, por Cardoso de CastroFSIB
Quando Heidegger aborda a possibilidade da identidade do si-mesmo, não pergunta o que há de único nos seres humanos que manifestam tal potencial — questão que pertenceria à antropologia filosófica, como na Wertphilosophie de Scheler. Desde Ser e Tempo, ele subverte a visão cartesiana do eu ao apelar para o cuidado (Sorge) como ser do Dasein, base para reabrir a questão do si-mesmo. A reflexividade cartesiana da certeza cede lugar a uma dupla relação do si-mesmo, onde a identidade (…) -
Schalow (FSIB) – Subjetividade do sujeito
11 de junho, por Cardoso de CastroFSIB
O questionamento heideggeriano da tecnologia caminha lado a lado com uma crítica à subjetividade do sujeito. A vontade de dominação e controle exige a interposição do homem como sujeito no centro dos entes; através dessa centralidade do sujeito, a humanidade encontra em sua própria capacidade de representar os entes como objetos um padrão para determinar seu valor (utilidade, sobrevivência, conveniência). Ironicamente, quanto mais abrangente se torna essa tendência à objetificação, (…) -
Schalow (FSPA) – Stimmung
11 de junho, por Cardoso de CastroFSPA
Uma das principais formas pelas quais nos encontramos já situados no mundo são os estados de ânimo (moods, Stimmung), vinculados a um conjunto específico de circunstâncias. Os estados de ânimo não se limitam a condições subjetivas ou mesmo a emoções, mas são um modo fundamental de revelação pelo qual o eu se torna consciente do seu "ser", do seu lugar no mundo. Essa maneira de desvelamento precede o chamado caráter "afetivo" dos estados de ânimo, incluindo o desconforto que possam nos (…) -
Schalow (FSPA) – Corpo vivido (Leib)
11 de junho, por Cardoso de CastroFSPA
O que queremos dizer com o corpo e como nossa compreensão dele se desdobra de maneira diferente dentro de uma perspectiva fenomenológica? A esse respeito, precisamos fazer a observação inicial de que a fenomenologia coloca ênfase no "corpo vivido", em contraste com outros modelos científicos, clínicos e fisiológicos. Mas o que é o corpo vivido e que luz Heidegger, em particular, lança sobre esse fenômeno? Ironicamente, ao longo de seus escritos, Heidegger raramente aborda a (…)