(MAO1996)
O Ocidente entende linguagem a partir do dualismo originário . Então, o elemento decisivo do ente concreto é a forma, por meio da qual ele recebe o ser. É esse ser que é o fundamento da unidade, seja ele pensado platonicamente como ideia imutável, seja interpretado aristotelicamente como princípio imanente. É sempre o mesmo esquema fundamental: a forma é o determinante, e a matéria é o determinado. Subjetivamente, o homem é compreendido como inteligência, por meio da qual ele (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Forma e matéria (Araújo de Oliveira)
23 de abril, por Cardoso de Castro -
Homem, memória do ser (Araújo de Oliveira)
23 de abril, por Cardoso de Castro(MAO1996)
O homem é, em sua essência, a “memória do ser”, ele é o momento fundamental do evento de desvelamento do ser, e, para Heidegger, só se pode falar de linguagem, no sentido estrito da palavra, aí onde o ser se desvela, se abre, ou seja, no homem . A questão da linguagem, portanto, está vinculada à questão central de seu pensamento. No entanto, a linguagem é um fenômeno pluridimensional que contém diferentes níveis, pesquisados por diferentes ciências . O homem, ser histórico, (…) -
Dynamis e energeia (Maldiney)
23 de abril, por Cardoso de CastroMaldiney1975
A existência, para ser pensada, sempre exigiu dos filósofos a formação de conceitos inconcebíveis, cujo paradoxo inacessível ao entendimento é a própria estrutura da razão. Aristóteles, por exemplo, a define como energeia. Ora, esse conceito não é livre, mas originariamente ligado ao de dynamis (potência). Os dois só têm sentido juntos; e a articulação desse conjunto é o logos do pensamento e do ser.
"A potência se entende como o princípio do movimento e da mudança situado (…) -
A língua grega (Maldiney)
23 de abril, por Cardoso de CastroMaldiney1975
A língua grega e o pensamento grego são um exemplo privilegiado da interioridade recíproca da língua e do pensamento. Ambas estão ainda próximas desse poder de discernimento que é o primeiro posto em jogo na constituição da palavra e de onde o julgar, em grego, tira seu nome "krinein". Pura língua de radicais, a língua grega expõe o semantema antes que a operação generalizadora do entendimento o tenha, emancipando-se, transformado em parte do discurso. A matéria significante (…) -
Átrios da língua (Maldiney)
23 de abril, por Cardoso de CastroMaldiney1975
Os átrios da língua são, na própria língua, a hipoteca originária e perpétua do poder de articulação que a edifica sobre sua construção em signos. A língua também se edifica ligando o heterogêneo. A descontinuidade da experiência pensante é atestada no homem falante pela autonomia das raízes primitivas. Cada uma focaliza o sujeito primordial, o conjunto do ente, numa única direção de sentido, sobre o fundo de uma situação atual na qual o homem se encontra — e só se encontra ao (…) -
Átrios da língua e moradas do pensamento (Maldiney)
23 de abril, por Cardoso de CastroMaldiney1975
Os átrios da língua são, aquém de seu estado construído, as moradas do pensamento ainda não tematizado em signos, mas cuja lucidez potente, iminente a todos os signos, funda, antes de todo saber, a própria possibilidade do significar.
Desde que o homem no mundo está no mundo, ele habita. Todas as coisas lhe são presentes e ele a elas sob o horizonte de um "aqui", na abertura do qual se esboçam, segundo certas dimensões patéticas, algumas grandes vias de comunicação com o (…) -
O ser enquanto ser [Seiendheit] (Tonner)
23 de abril, por Cardoso de CastroHeidegger, Metaphysics and the Univocity of Being (Tonner2010)
Heidegger não está questionando exatamente as mesmas coisas que os filósofos da tradição têm perguntado. Ao contrário, ele investiga a condição possibilitadora que forneceu a possibilidade de todas as determinações do ser dos entes até agora. Assim, há dois sentidos de ser em jogo aqui. Um sentido pertence à metafísica e o outro a um pensamento pré ou pós-metafísico. Este sentido pré/pós-metafísico de ser (ou seja, seu sentido (…) -
Historiadores da "morte" não questionam o que é a morte (Derrida)
23 de abril, por Cardoso de CastroDerrida1996
Vamos começar com este fato enorme, bem conhecido e imensamente arquivado: existem culturas de morte. Atravessar uma fronteira muda a morte. Muda-se a morte, não se fala mais a mesma morte onde não se fala mais o mesmo idioma. A relação com a morte não é a mesma do outro lado dos Pirineus e do outro lado; e muitas vezes, além disso, quando cruzamos a fronteira de uma cultura dessa forma, passamos de uma imagem da morte como morte — cruzando uma linha, transgredindo uma (…) -
"O que dá mais a pensar é que não pensamos ainda" (Thomson)
23 de abril, por Cardoso de CastroThomson2025
The repetition of this now almost clichéd line obscures the fact that many who quote it seem never to have come to terms with the full measure of its intended provocation (as we will see when we return to it in Section 3). To wit, we are subtly given something extra to think by Heidegger’s second, immediately repeated “still not [immer noch nicht].” This colloquial “still not” adds an “immer” as it emphasizes the “not yet [noch nicht]” of thinking, thereby literally suggesting (…) -
Morrer [Tod] e Desviver [Ableben] (Thomson)
23 de abril, por Cardoso de CastroIain Thomson (CCHBT)
O que exatamente Heidegger está dizendo aqui? O principal obstáculo para entender a fenomenologia de Heidegger sobre a "morte" em Ser e Tempo vem do fato de que o fenômeno ao qual Heidegger se refere não é o que normalmente entendemos por morte. Para Heidegger, "morte" não significa o fim de nossas vidas biológicas, o que ele chama de "perecer" (Verenden), nem mesmo nossa experiência desse fim como um colapso de nossos mundos inteligíveis, o que ele chama de "desviver" (…)