Morillas2003
O tópos do nada em Heidegger se diferencia notavelmente de tudo o que foi pensado e escrito a respeito na filosofia ocidental. Já em SZ § 1, em conexão com a questão da diferença ontológica, dizia-se que o ser dos entes não é ele mesmo um ente. De fato, para Heidegger o ser não é nada ôntico e, nesse sentido, é "nada". Assim ele afirma com veemência em diferentes ocasiões: "O nada é a característica do ser" (Das Nichts ist die Kenntzeichnung von Sein); "Ser e nada: o Mesmo" (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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O Nada (Morillas)
19 de maio, por Cardoso de Castro -
Subjetividade, sempre espaço-temporal?
19 de maio, por Cardoso de CastroBlondHN
Consequentemente, Heidegger não pode concordar com uma leitura neo-kantiana da filosofia kantiana que busca superar as distinções entre lógica e sentido. É por isso que a transcendência, a Estética Transcendental e o papel unificador da imaginação têm destaque na interpretação de Kant feita por Heidegger. A interpretação de Heidegger baseia-se exclusivamente na Analítica Transcendental, com grande atenção dada à Estética Transcendental e ao papel que o espaço e o tempo desempenham (…) -
Ab(Grund) (Caron)
18 de maio, por Cardoso de CastroCaron2005
A questão do caráter fundamental do eu ou do “ente” em relação ao ser “é essencialmente distinta da questão do ser de um simplesmente-dado” (SZ:181). O objetivo é manifestar, no eu = eu, a estrutura fundamental-ontológica do próprio eu, ou seja, do ser-aberto-a (algo, alguém ou a si mesmo). Mas a possibilidade de uma estrutura aberta e de um processo aberto de estruturação escapa constantemente, e por uma boa razão, à ontologia tradicional, que se deixa levar apenas pela medida (…) -
Estrutura do si-mesmo (Caron)
18 de maio, por Cardoso de CastroCaron2005
Mas não há contradição em falar de estrutura a respeito de um ser como o si-mesmo? A estrutura é a totalidade que une em um mesmo sítio uma multiplicidade de fenômenos complexos. A noção de estrutura parece, infelizmente, próxima das noções de substância ou de sujeito. Buscar a estrutura é buscar algo total e idêntico, a coesão em um Mesmo, uma entidade orgânica cuja essência permita coordenar, em torno de um eixo de coerência preciso e determinado, uma diversidade de fenômenos. (…) -
Arendt (RJ) – Conduta moral é algo natural?
18 de maio, por Cardoso de CastroArendtRJ
[…] ninguém em sã consciência pode ainda afirmar que a conduta moral é algo natural – das Moralische versteht sich von selbst, uma pressuposição sob o domínio da qual a geração a que pertenço foi criada. Essa pressuposição incluía uma nítida distinção entre a legalidade e a moralidade, e embora existisse um consenso vago e inarticulado de que em geral a lei do país grafa o que a lei moral exige, não havia muita dúvida de que em caso de conflito a lei moral era a mais elevada e (…) -
Marion (RD) – Ego e Dasein
18 de maio, por Cardoso de CastroMarionRD
Do ponto de vista — dominante — de sua "falha", o ego cartesiano vê-se absolutamente impedido de manifestar o sentido do ser, propriedade que caracteriza apenas o Dasein. O antagonismo ôntico-ontológico entre o ego cogito e o Dasein apareceu suficientemente claro (§5), para que, sem insistir nele nem enfraquecê-lo, possamos contudo equilibrá-lo com a observação de outra relação entre esses mesmos antagonistas.
Certamente, o ego cogito se apresenta ao Dasein como seu adversário (…) -
Ricoeur (1997:424-425) – Identidade narrativa
3 de maio, por Cardoso de CastroRicoeur, 1997
O frágil rebento oriundo da união da história e da ficção é a atribuição a um indivíduo ou a uma comunidade de uma identidade específica que podemos chamar de identidade narrativa. O termo “identidade” é aqui tomado no sentido de uma categoria da prática. Dizer a identidade de um indivíduo ou de uma comunidade é responder à questão: Quem fez tal ação? Quem é o seu agente, o seu autor? Essa questão é primeiramente respondida nomeando-se alguém, isto é, designando-o por um nome (…) -
Questionamento filosófico (Sallis)
26 de abril, por Cardoso de CastroSallis, 2024
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O pensamento filosófico se direciona a uma determinada questão (Sache, certas coisas em si mesmas). Ele busca revelar essa questão, permitindo que ela se mostre.
No entanto, para que possamos tomar essa direção, a questão já deve, de alguma forma, estar revelada — isto é, ela já deve estar de algum modo diante de nós, de forma que possamos direcionar nosso pensamento para ela. Em outras palavras, ela já deve estar "concedida"; já deve ter se (…) -
Merleau-Ponty, antropologia filosófica? (Bimbenet)
26 de abril, por Cardoso de CastroBimbenet, 2004
A possibilidade de uma antropologia propriamente filosófica se mede, sem dúvida, pela força de interrogação que tal discurso pretende preservar, tanto diante dos enunciados positivos acumulados pelas ciências do humano, quanto diante do estoque de certezas sem perguntas que o humanismo tão frequentemente nos fornece. Uma antropologia se definiria como filosófica quando aceitasse fundamentar todas as suas assertivas no solo — inquietante para todo saber — de um questionamento (…) -
Sabemos o que é o homem? (Patocka)
26 de abril, por Cardoso de CastroPatocka, 1946
Mas será que realmente sabemos o que é o homem? A tese que apresenta o ser como pressuposto da abordagem humana do ente só pode aparecer como um idealismo subjetivo na medida em que se compreende o ser do homem como um conjunto de estados de consciência ou de modo análogo, ou seja, em última instância, como uma coisa — mesmo que esta não seja uma res extensa; a res cogitans ou os atoma cogitationis também são res. Dito isso, se quisermos de fato mostrar como colocar (…)