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(Husserl, “Investigações Lógicas II” 41, I.i.7.11–22, A34–35)
O ouvinte percebe ["nimmt wahr", literalmente: "toma (como) verdadeiro"] que o falante expressa certas experiências psíquicas [ou interiores], e, nesse sentido, ele também percebe ["nimmt (…) wahr"] essas experiências; mas ele próprio não as vivencia, não possui uma percepção "interna", mas sim uma percepção "externa" ["Wahrnehmung"]. Esta é a grande diferença entre a apreensão efetiva de um ser em (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Ouvinte e falante se experienciam
25 de março, por Cardoso de Castro -
Surgia a Linguagem…
24 de março, por Cardoso de Castro(Beaini1989:13-15)
Quando na pré-história a força da imaginação criadora do Homem relacionou um determinado evento a um deus, espírito, totem ou animal que se tornou o centro de uma celebração ritual, teve acesso ao símbolo. Surgia a Linguagem, evoluindo do grito aos sons e ao canto, como Metáfora: abertura, expressão da vida que aos poucos se posiciona em um Mundo, descoberto primeiramente a partir de uma pluralidade de sentidos análogos, os quais, posteriormente, desembocam na (…) -
Relâmpago - Fogo - Sol
24 de março, por Cardoso de Castro(Beaini1989:11-13)
Heráclito de Éfeso, no fragmento 41, escreve: “Só uma coisa é sabia: conhecer o pensamento que governa tudo através de tudo”. Este pensamento é o Logos dirigente, princípio de inteligibilidade do Cosmos que, enquanto reino de pertença e participação do todo em tudo, identifica-se com o “relâmpago”, o “fogo” e o “Sol” — enquanto neles se desdobra.
O brilho do relâmpago, do fogo e do Sol — luzes de um acender que impera na Noite e no Dia — abrem o espaço no qual deixam (…) -
Ser “dá-se”, ao invés de “é”
24 de março, por Cardoso de Castro(Beaini1981:21-24)
“Tudo o que é, todo ente, tem um ser. Pode-se assim falar do ser do homem, do animal, da planta, do mineral. Todos são; todos são entes. O que os faz ser entes não é, contudo, ele mesmo, um ente, mas o Ser. O que permite a todos os entes ser e ter um ser, seu ser é pois o Ser. (…) Sem ele, não poderíamos ter experiência de nenhum ente e, contudo, não é frequente que o tenhamos tematicamente em vista. O homem está disperso no ente ao ponto de aí perder-se e é por isto que (…) -
Ser, Homem, Linguagem
24 de março, por Cardoso de Castro(Beaini1981:17)
Ο pensamento de Martin Heidegger é essencialmente busca do sentido do ser. Nele, a Linguagem emerge como um problema de vital importância. Isto é, o sentido do ser está arraigado à Linguagem e não pode ser encontrado se estiver dela desvinculado. O autor em questão coloca, assim, a Linguagem no nível mesmo do ser.
Mais ainda: a Linguagem é o ponto de união entre o ser que se manifesta, ou, como coloca Heidegger, se des-vela, e o homem, que, caracterizando-se por seu (…) -
“Dis-posição” ao Ser
24 de março, por Cardoso de Castro(Beaini1981)
Mas é também, para Heidegger, no pensamento do Ser que o homem “alcança a sua palavra”. Outro círculo se anuncia: ser homem, isto é, realizar-se como “Dasein” desvelador, aceder à verdade, pensar o Ser e alcançar a palavra são movimentos entrelaçados. Percorramos este círculo. Sabe-se que o Ser não se “mostra” como tal, simplesmente porque não “é”; o Ser é antes a possibilidade inexaurível do ser isto ou aquilo, a saber, do “é” dos entes particulares; ele próprio indemarcável, (…) -
A verdade se dá no processo de sua produção
24 de março, por Cardoso de Castro(Beaini1981)
A verdade se dá no processo de sua produção. Em sua proveniência essencial, ela é “aspiração” e “atração” à obra. Mas a “pro-dução” originária da verdade é primeiramente o movimento de “tornar presente” aquilo que é, na medida mesma em que “deixa ser” os entes e “faz advir” cada coisa na sua “espantosa realidade”. O deixar-ser que presentifica opera assim o desvelamento (“aletheia”). O desvelamento, porém, nasce do velamento, supõe o oculto como sua condição de possibilidade, (…) -
Grandjean e Perreau (2012) – uma vida natural em primeira pessoa
23 de março, por Cardoso de Castro(AGLP)
A suspensão da atitude natural da consciência, suspensão que também é a abertura temática do campo de seus vividos puros, ou seja, da subjetividade transcendental, afeta uma consciência que existe desde o início em primeira pessoa. A vida natural da consciência é a de "alguém" que se apreende como "Eu" , realizando uma experiência constantemente feita em primeira pessoa , no curso de uma vida que se apresenta a ele como sua . Assim, os diversos atos dessa consciência pertencem ao (…) -
Montavont (1999:15-16) – vida
23 de março, por Cardoso de Castro(Montavont1999)
A vida subjetiva, a vida intencional, a vida pura, a vida do eu, a vida na forma do tempo, a vida infinita, a vida universal, a concreção da vida, o presente da vida, a vida constituinte, o fluxo da vida, a gênese da vida, a vida da consciência, a vida desperta, a vida adormecida, a vida pulsional, a vida afetiva, o mundo da vida, etc. Poderíamos continuar essa lista de ocorrências da palavra "vida" na obra de Husserl. No entanto, Husserl nem sempre falou da vida. Nas Ideen (…) -
Pol Vandevelde (1996:9) – preenchimento
22 de março, por Cardoso de Castro(Ricoeur1996)
O segundo problema, a questão do preenchimento (Erfüllung), está ligado ao primeiro e representa o teste crucial para uma filosofia que coloca a intencionalidade em seu centro. Se a intencionalidade supera a mera divisão entre sujeito e objeto, deve ser absolutamente demonstrado como meu ato intencional pode ser preenchido pela doação de um objeto, de modo que eu, como consciência, não precise me despojar de meus poderes conscientes para descobrir o mundo (realismo ingênuo), (…)