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Wahrnehmung / Vernehmen / Apperzeption …
Wahrnehmung / Vernehmen / perception / percepção / percepción / Wahrgenommenheit / ser-percibido / perceivedness / Wahrgenommenes / percibido / perceived / wahren / keep safe / watch over / preserve / Wahrnis / safekeeping / vernehmen / wahrnehmen / percevoir / perceber / percibir / perceive / noein / Apperzeption / apperception
A liberação do homem envolvida no "desdobramento do ser como subjetividade" que acompanhou o declínio da autoridade relgiosa é "o caminho no qual a transformação da representação [Vorstellens] de Vernehmen como recepção (noein) para Vernehmen como uma escuta judiciosa (perceptio — percepção, enfatizando sua origem em capere, "apreender, capturar") se sucede" (GA6 .1 319f./GA6 .2, 239; noein envolve morada [Verweilen] no desencoberto).
It is Vernehmen, combining its senses of ’to hear, perceive’ and ’to examine, interrogate’: a receptive bringing-to-a-stand of what appears, rather like the reception soldiers give to the enemy advance (
GA40 , 105/116. Cf.
GA6 .1, 528/
GA6 .2, 45f.).
vernehmen: Composto de nehmen (tomar) com o prefixo ver, que ajunta o sentido de intensidade, penetração e profundidade. Deste verbo deriva Vernunft, razão. (
Carneiro Leão )
Noein é vernehmen, combinando seus sentidos de "ouvir, perceber", e "examinar, interrogar": um receptivo trazer-para-uma-posição daquilo que aparece, assim como os soldados que se dispõem na retaguarda deixam o inimigo avançar (
GA40 105). (
Inwood )
Noein é o simples perceber algo subsistente em sua pura subsistência, já tomado por
Parmênides como guia para a interpretação do ser. (
SZ 25-26)
wahrnehmbar (Adj.):
GA1 GA3 GA5 GA6T2 GA7 GA8 GA9 GA10 GA12 GA13 GA15 GA17 GA19 GA20 GA21 GA22 GA24 GA31 GA33 GA34 GA47 GA53 GA55 GA68 GA71 GA75 GA76 GA86 GA87 GA88 GA89
wahrnehmen (V.): GA1 GA2 GA3 GA5 GA6T1 GA6T2 GA7 GA8 GA9 GA10 GA13 GA15 GA16 GA17 GA18 GA19 GA20 GA21 GA22 GA24 GA25 GA26 GA29-30 GA31 GA32 GA33 GA34 GA35 GA36-37 GA41 GA42 GA43 GA47 GA48 GA49 GA54 GA55 GA56-57 GA60 GA62 GA63 GA64 GA71184; GA77 GA78 GA79 GA86 GA87 GA88 GA89 GA90
Wahrnehmung, die: GA1 GA2 GA3 GA5 GA6T1 GA6T2 GA7 GA9 GA14 GA15 GA16 GA17 GA18 GA19 GA20 GA21 GA22 GA23 GA24 GA25 GA26 GA27 GA29-30 GA31 GA32 GA33 GA34 GA36-37 GA39 GA41 GA47 GA48 GA49 GA54 GA56-57 GA58 GA59 GA60 GA61 GA62 GA64 GA68 GA71 GA75 GA76 GA77 GA78 GA79 GA85 GA86 GA87 GA88 GA89 GA90
Wahrnehmungsgegenstand, der: GA20 GA22 GA32
Wahrnis, das: GA5 GA7 GA9 GA11 GA15 GA35 GA50 GA76 GA79 GA81 GA86 GA89
Matérias
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Husserl – O papel do corpo na percepção de outrem
18 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
Se me pergunto como é que os corpos estranhos como tais, isto é, dos animais e de outros homens enquanto tais, são dados na minha experiência e como o podem ser no quadro universal da minha percepção do mundo, então a resposta é esta: o meu corpo próprio desempenha neste quadro, portanto do ponto de vista do conhecimento empírico originário, o papel do corpo primordial do qual deriva a experiência de todos os outros corpos; e assim eu não deixo de ser para mim e para a minha experiência o (…)
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Harada (2009a:79-82) – logos e aisthesis - Wahrnehmung
20 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro
O conceito de logos é múltiplo. As diversas significações parecem tender para diversas direções sem congruência, enquanto não conseguirmos captar, de modo próprio, o sentido fundamental, uno no seu conteúdo primário, originário grego. É usual dizer que logos significa fala. Essa tradução somente é válida, na medida em que nessa tradução literal, a nossa compreensão atual consiga ouvir e entoar a tonância que logos ele mesmo, como fala quer dizer propriamente. As múltiplas e arbitrárias (…)
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Luijpen (1973:96-98) – Uma árvore florida no prado
19 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
Desde Descartes e Locke acreditava-se ser objetivo só o mundo-para-o-físico. O passo seguinte foi que também no ato de perceber o mundo se designava como objetivo unicamente o que as ciências podiam dizer sobre ele.
Mas o que há propriamente a esse respeito ? Parece a coisa mais trivial do mundo "pretender" falar, p. ex., de uma árvore florida no prado ! Tratando-se da percepção de uma árvore, a física, a fisiologia e a psicologia podem falar tanto da árvore como da percepção dela. (…)
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Dufour-Kowalska (1996:34-37) – imaginação, Kant-Heidegger
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro
[…] Qual é, então, a faculdade originária que desdobra o horizonte ontológico que torna possível toda a manifestação ôntica, que forma, como diz Heidegger, o campo da nossa “abertura” ao ente enquanto tal?
Para descobrir este fundamento primário, temos de nos elevar a partir das condições a priori de todo o conhecimento, entrando na interação das faculdades que o põem em jogo. Kant distingue três faculdades do conhecimento: 1. a , que recebe o ente através dos sentidos como matéria (…)
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Luijpen (1973:106-109) – Crítica da psicologia tradicional da percepção
19 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
Uma vez vista a unidade original da estrutura figura-horizonte, dada na percepção, compreende-se sem dificuldade que a explicação psicológica da percepção pelos adeptos da psicologia de elementos não faz justiça a esse fenômeno como ocorre realmente. Tais psicólogos admitem que a percepção é construída de sensações elementares, insulares e punctiformes, causadas por estímulos físico-químicos.
Esta explicação não abre perspectivas, visto que jamais se encontraram sensações elementares. Além (…)
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Fink (1994b:194-196) – o ente
9 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro
destaque
O ente: refere-se fundamentalmente a uma pluralidade, uma pluralidade imprevisível e vasta de coisas e dados sendo. Em caso algum podemos afirmar que o campo da aparência coincide com o domínio global do ente. Pelo contrário — temos a representação de que o ente se estende incomensuravelmente para além da esfera da aparência, que o ente não se esgota na aparência, mostra apenas lados, talvez apenas uma superfície, e esconde mais do que revela. O ente: entendemo-lo na sua estrutura (…)
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Safranski (Heidegger) – Husserl e Heidegger
6 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
SAFRANSKI, Rüdiger. Heidegger. Um mestre da Alemanha entre o bem e o mal. Tr. Lya Luft. São Paulo: Geração Editorial, 2000, Capítulo V.
Lia Luft
Quando Edmund Husserl foi a Freiburg em 1916, a fama da fenomenologia ainda não saíra do campo da filosofia especializada. Mas poucos anos depois, nos primeiros anos do pós-guerra, uma especialidade filosófica didática já é quase um portador de esperanças em nível de concepção de mundo. Hans-Georg Gadamer relata como no começo dos anos vinte, (…)
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Jocelyn Benoist (2013) – percepção e as ciências cognitivas
28 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
[…] A explosão das ciências cognitivas e da filosofia do espírito em geral foi acompanhada de uma verdadeira reavaliação da percepção e apoiou-se fortemente nela. O fregeanismo tinha legado à filosofia analítica um paradigma linguístico. O abandono progressivo deste paradigma levou a que a percepção fosse cada vez mais tomada em consideração como fonte sui generis de conhecimento do mundo e de acesso ao mundo em geral . É esta a questão que está em causa em debates que se tornaram centrais (…)
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Merleau-Ponty (1945/2006:182-183) – sedimentação
17 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
Ribeiro de Moura
[…] O sujeito kantiano põe um mundo, mas, para poder afirmar uma verdade, o sujeito efetivo precisa primeiramente ter um mundo ou ser no mundo, quer dizer, manter em torno de si um [182] sistema de significações cujas correspondências, relações e participações não precisem ser explicitadas para ser utilizadas. Quando me desloco em minha casa, sei imediatamente e sem nenhum discurso que caminhar para o banheiro significa passar perto do quarto, que olhar a janela significa (…)
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Dufour-Kowalska (1996:21-24) – sensibilidade em Merleau-Ponty
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro
Encontramos no autor da Fenomenologia da Percepção (à qual nos limitaremos aqui) , as três teses, ligeiramente modificadas, embora consideravelmente mais complexas, que expusemos no início deste capítulo, e que conduzem de novo à desvalorização da sensibilidade e, em última análise, à negação da sua essência.
A estrutura relacional da sensibilidade, que é identicamente a sua redução à sensação — a que M. Henry, nos textos em que denuncia o conceito tradicional do sensível dado, chama (…)
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Don Ihde (1991) – Qualidades, matematização e mundo da vida
18 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
De acordo com Husserl, o que era “óbvio” para Galileu era uma longa tradição de relação e aplicação da geometria antiga em uma aparência platônica, de modo que o mundo empírico pudesse ser matematizado com certa intuitividade — mas apenas até certo ponto. As medidas e correspondências parciais eram conhecidas desde a antiguidade (e revividas no Renascimento [20]). Assim, sem especificar mais as origens, as proporções entre comprimentos de cordas e sons (harmônicos) e entre formas (…)
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Didier Franck (1981:24-28) – analítica intencional e analítica existencial
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro
destaque
1. Heidegger destaca muito claramente, no protótipo da percepção de uma coisa transcendente, uma diferença entre dois modos de dação, ou seja, uma diferença fenomenológica. Uma diferença hierárquica, um destes modos implicando necessariamente o outro. Mas, como em Husserl, a questão do sentido da carne não é colocada. (veja comentários)
2. Afirmar que a característica relevante da percepção é a corporização — Heidegger não fala aqui de presença encarnada — vem a alinhar-se com o (…)
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Merleau-Ponty (1945/2006:40-44) – juízo
23 de setembro de 2023, por Cardoso de Castro
Ribeiro de Moura
O intelectualismo propunha-se a descobrir a estrutura da percepção por reflexão, em lugar de explicá-la pelo jogo combinado entre forças associativas e a atenção, mas seu olhar sobre a percepção ainda não é direto. Nós o veremos melhor examinando o papel que a noção de juízo desempenha em sua análise. O juízo é frequentemente introduzido como aquilo que falta à sensação para tornar possível uma percepção. A sensação não é mais suposta como elemento real da consciência. (…)
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Fink (1994b:190-194) – o fenômeno
9 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro
destaque
O fenômeno não é, antes de mais, um conceito de gênero ou de espécie que definiria um domínio de coisas, uma região determinada do ser. Não há fenômenos como há matéria inerte e seres vivos. Além disso, não há fenômenos isolados nem vários fenômenos agrupados, estando as aparições singulares e os grupos de aparições sempre incluídos numa conexão mais abrangente de aparições. Surge a paisagem e, sobre ela, o vasto céu, com o trajeto do sol e das estrelas, a claridade do dia que (…)
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Merleau-Ponty (1945/2006:463-467) – subjetividade
21 de março de 2024, por Cardoso de Castro
Ribeiro de Moura
Essas fórmulas podem parecer enigmáticas: se a subjetividade última não se pensa logo que existe, como algum dia ela o faria? Como aquilo que não pensa poderia pôr-se a pensar, e a subjetividade não é reduzida à condição de uma coisa ou de uma força que produz seus efeitos no exterior sem ser capaz de sabê-lo? — Nós não queremos dizer que o Eu primordial se ignora. Se se ignorasse, com efeito ele seria uma coisa, e nada poderia fazer com que em seguida ele se tornasse (…)
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Malpas (2006:67-68, 77-78) – ser-em
2 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
Ser e Tempo [SZ] contém muitos elementos da análise preliminar que já encontramos em seu pensamento anterior. Ele começa com a questão do ser, mas rapidamente passa a demonstrar a maneira pela qual essa questão já está implicada com a questão do ser daquele modo de ser que é o ser-aí e com o caráter de seu ser como ser-no-mundo. De uma perspectiva topológica, é notável, no entanto, que a análise substantiva da divisão I de Ser e Tempo comece com o problema de como entender a noção de (…)
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Gaboriau (1962:295-297) – "ponto de partida" de Merleau-Ponty
17 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
Somos no mundo, ou seja: as coisas tomam forma, um imenso indivíduo se afirma, cada existência compreende a si mesma e às outras. Tudo o que temos a fazer é reconhecer esses fenômenos, que formam a base de todas as nossas certezas .
Esse ponto de partida permite que Merleau-Ponty descarte desde o início o que ele vê como uma segunda “racionalização” disso: seja a “crença em um espírito absoluto” (do idealismo) ou a “crença em um mundo separado de nós” (do realismo completo). Ele responde: (…)
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Fink (1994b:200-202) – onde e quando tem lugar o aparecer?
9 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro
destaque
Se o ente é o que aparece, e o homem é aquele a quem aparece, então surge a questão de onde e quando as coisas aparecem ao homem. Tudo o que é, que existe no modo de ser intramundano, está em algum momento e em algum lugar. Tudo tem um tempo e um lugar. Poder-se-ia objetar, no entanto, que a alma humana sobrevém certamente no tempo - como a mónada leibniziana - mas não num lugar, sendo essencialmente diferente de qualquer res corporea. Ser-espacial não deve ser simplesmente (…)
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Merleau-Ponty (1945/2006:240-241) – percepção
2 de novembro de 2021, por Cardoso de Castro
português
O pensamento objetivo ignora o sujeito da percepção. Isso ocorre porque ele se dá o mundo inteiramente pronto, como meio de todo acontecimento possível, e trata a percepção como um desses acontecimentos. Por exemplo, o filósofo empirista considera um sujeito X prestes a perceber e procura descrever aquilo que se passa: existem sensações que são estados ou maneiras de ser do sujeito e que, a esse título, são verdadeiras coisas mentais. O sujeito perceptivo é o lugar dessas coisas, (…)
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Husserl (1976:202-204) – Vivido no noético e no noema
25 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
Em tudo é preciso tomar o correlato noemático, que aqui se chama “sentido” (em significação bem ampliada), exatamente assim como ele está contido de maneira “imanente” no vivido de percepção, de julgamento, de prazer etc., isto é, tal como nos é oferecido por ele, se interrogamos puramente esse vivido mesmo.
Márcio Suzuki
Graças a seus momentos noéticos, todo vivido intencional é justamente vivido noético; é da essência dele guardar em si algo como um “sentido” e, eventualmente, um (…)