2/ "O discurso é existencialmente co-originário à afecção e à compreensão" (SZ 161). Ainda mais do que a tese anterior, esta sublinha a originalidade da abordagem fenomenológico-existencial que Heidegger está tentando. Dissemos anteriormente que a afecção não é opaca nem cega; poderíamos e deveríamos ter dito que também não é muda. As "palavras para dizê-la" - dizer a afecção, dizer a compreensão - existem, mesmo que ainda não as tenhamos encontrado! É precisamente por essa razão que (…)
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GA2 / Sein und Zeit / SZ / SuZ / S.u.Z. / Être et temps / Ser e Tempo / Being and Time / Ser y Tiempo / EtreTemps / STMS / STFC / BTMR / STJR / BTJS / ETFV / STJG / ETJA / ETEM
HEIDEGGER, Martin. Sein und Zeit. Tübingen: Max Niemeyer Verlag, 1972. [GA2]
TRADUÇÕES
- HEIDEGGER, Martin. Being and Time. Tr. John Macquarrie & Edward Robinson. New York: Harper & Row, 1962. [BTMR]
- HEIDEGGER, Martin. Being and Time. Tr. Joan Stambaugh . Revised and with a Foreword by Dennis J. Schmidt. Albany : SUNY, 2010. [BT; BTJS]
- HEIDEGGER, Martin. Ser y Tiempo. Traducción, prólogo y notas de Jorge Eduardo Rivera C.. Santiago de Chile: Editorial Universitaria, 1997. [STJR]
- HEIDEGGER, Martin. Ser y Tiempo. Tr. José Gaos. México: Fondo de Cultura Económica, 1986. [STJG]
- HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Tradução revisada de Marcia Sá Cavalcante Schuback . Petrópolis: Vozes, 2006. [STMS ]
- HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Edição em alemão e português. Tradução, organização, nota prévia, anexos e notas Fausto Castilho. Petrópolis: Vozes, 2016. [STFC] (ajustamos alguns termos-chaves para versões já consagradas em traduções anteriores de obras do Heidegger para língua portuguesa)
- HEIDEGGER, Martin. Être et temps. Tr. Emmanuel Martineau . Édition Hors-commerce. [ETEM]
- HEIDEGGER, Martin. Être et temps. Tr. François Vezin . Paris: Gallimard, 1986. [ETFV]
- HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants . Hors-commerce. [ETJA]
Matérias
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Greisch (1994:§34) – Discurso, afecção e compreensão
23 de setembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Richir (1990:9-13) – a instituição simbólica
1º de junho de 2023, por Cardoso de Castro[RICHIR, Marc. La crise du sens et la phénoménologie. Grenoble: Jérôme Millon, 1990, p. 9-13]
tradução parcial
Tal como foi fixada, pelo menos desde Platão e Aristóteles, a questão tradicional da metafísica clássica é a da entidade do ser, do que faz com que o que é seja o que é, ou do que constitui e define a realidade do real. Retomada magistralmente, no nosso século, por Heidegger, esta questão é a do sentido do ser do que é, do sentido do ser do ser. Uma retomada magistral na medida (…) -
Schürmann (2016:191-193) – totalização imprópria
29 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroBernardo Sansevero
A absorção pelas coisas que vêm ao nosso encontro é exatamente o modo impróprio de ser-no-mundo. O Dasein impróprio compreende a si mesmo em termos de “um conjunto objetivo de coisas” (SZ, p. 201; ST, p. 269). Assim, a modificação imprópria do Dasein é tal que Dasein compreende a si mesmo como se fosse algo objetivamente presente entre outras coisas. Em tal absorção, porém, ainda temos uma modificação específica do “existencial” chamado “todo”. Heidegger descreve o todo (…) -
Salanskis (1997b:102-104) – temporalização
29 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroPara ele [Heidegger], o modelo de toda a estranheza , a estranheza da referência, é o do Ser em relação ao ente. O Ser, enquanto acontecimento, dádiva, significado, é “absolutamente outro” que cada ente, embora esteja oculto nele — a nossa relação com o Ser é necessariamente obscurecida pela nossa relação com o ente. A compreensão da estranheza é, pois, antes de mais, essencialmente, a compreensão da “diferença ontológica” entre o Ser e o ente. Mas desta diferença propriamente dita a (…)
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Carneiro Leão (2015:551-553) – o que é o sentido de ser?
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroMas o que é o sentido de ser?
Sempre procuramos responder a esta pergunta dando uma definição direta e cabal do ser; sempre nos esforçamos por apreender-lhe o sentido, dentro de uma determinação imediata e exaustiva de seu uso e de sua significação. Mas todas estas tentativas e esforços terminam num fracasso. Por isso, tentamos sempre de novo, buscando caminhos indiretos através da filosofia, da ciência, da arte e da religião, ou mediante as ordens do conhecimento com seus modelos, da ação (…) -
Katherine Withy (2024:3-5) – tonalidade [Stimmung]
6 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroEm Ser e Tempo (1927), Befindlichkeit é uma das três estruturas que explicam nossa abertura à sentido e à importância (SZ §29). (As outras duas são a compreensão (Verstehen) e a fala (Rede). Befindlichkeit é a dimensão de nossa abertura pela qual nos vemos afetados por coisas que nos atingem ou importam para nós (angehen). Tem a ver com encontrar-se (finden), receptividade, passividade, dependência, localização, determinação e passado, bem como com afetos (sentimentos, emoções, humores). (…)
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Ciocan (2014) – existenciais
22 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
[…] podemos colocar-nos a seguinte questão: se todas as estruturas envolvidas pela analítica existencial (com exceção daquelas que têm um significado "categorial" óbvio) são "existenciais" num sentido adjetival, serão também todas elas "existenciais" (num sentido nominal)? Se recorrermos rigorosamente às ocorrências textuais, descobrimos que Heidegger concede explicitamente o estatuto de Existenzial apenas às seguintes estruturas do Dasein: ser-em (In-Sein), ser junto (Sein bei), (…) -
Gelven (1972:166-167) – O que significa ser?
21 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroA principal preocupação de Heidegger em Ser e Tempo é desenvolver uma análise temática da maneira mais fundamental pela qual o homem pode pensar, tanto sobre si mesmo quanto sobre o mundo. Esse pensamento, no entanto, não pode começar com uma análise de quaisquer tipos de entes, pois tal análise pressupõe a categorização da multiplicidade e da modalidade da experiência sob o conceito de substância; além disso, esse pensamento não fornece e não pode fornecer a perspectiva para a (…)
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Carol White (2005) – totalidade do Dasein
11 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
O que precisamos de compreender não é a "totalidade" do Dasein como uma "soma" de partes que queremos que sejam "dadas" à nossa perspectiva analítica, nem mesmo se as "partes" forem as várias estruturas existenciais do Dasein sendo. A completude do Dasein não é uma questão de ter uma teoria completa dele. É a possibilidade de o próprio Dasein ser "completo" ou "inteiro", isto é, da capacidade do Dasein de ser como entidade que "existe" ao tomar uma posição em relação ao ser. (…) -
Salanskis (1997b:51-53) – o círculo hermenêutico segundo o §63 de Ser e Tempo
29 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroAssim, começamos por analisar o § 63 de Sein und Zeit, um texto que o próprio Gadamer admite, em Verdade e Método , ser de certo modo o texto fundador de uma certa ideia de hermenêutica, cujo elemento decisivo é a noção de “círculo hermenêutico”.
Nesta passagem, Heidegger destaca e discute um modo de progresso que lhe é próprio, algo como a sua “metodologia”. A passagem, desta forma, retorna ao que foi “decidido” logo no início de Sein und Zeit, e esclarece o sentido que deveria ser dado à (…) -
Greisch (1994:§7) – O que é um fenômeno?
23 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroSó podemos entender o que é um fenômeno se concordarmos em falar e pensar em grego. Ao voltarmos ao verbo grego phainesthai, que significa "mostrar-se", "manifestar-se", "revelar-se", encontramos o significado original do termo "fenômeno": "aquilo que se mostra, que se manifesta" (SZ 28). Isso não exclui, é claro, a possibilidade de que as coisas não sejam o que parecem (Scheinen) ser. Mas tudo depende da relação que estabelecemos entre o primeiro sentido positivo do fenômeno (fenômeno = (…)
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Beaufret (1992:7-9) – ser não é ente
18 de junho de 2023, por Cardoso de CastroAhora bien, el ser no es nada de ente, no es ningún ente, y por eso se lo llamaba «nada» en la conferencia ¿Qué es la metafísica?
Delmont-Mauri
Y un día llego a Alemania y me encuentro con Heidegger. Ello ocurrió en septiembre de 1946 —ni él ni yo recordamos la fecha exacta, pero estamos de acuerdo en decir que debió ser alrededor del 10 de septiembre. Durante esa breve permanencia en Todtnauberg, donde él se hallaba en ese momento —sólo estuve medio día y luego dos días más (porque el (…) -
Katherine Withy (2024:5-7) – encontrar-se [Befindlichkeit]
6 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroStimmungen são quaisquer formas de vibrar com a situação que Befindlichkeit torna possível. “Befindlichkeit” é ainda mais polêmico e difícil de traduzir do que Stimmung (para discussão, consulte, por exemplo, Slaby, 2021: 243-4). Alguns intérpretes preferem deixá-la sem tradução, como tenho feito. Todos concordam que uma tradução está fora de questão: a de Macquarrie e Robinson em sua tradução inglesa de Being and Time — a saber, ’state-of-mind’.. Como Charles Guignon (2003 (1984): 184) (…)
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Maldiney (Aîtres:7-10) – es gibt
21 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroLe Es du es gibt allemand peut bien être le fond. Mais le y du il y a est l’ouverture . Y être tel est l’acte originaire qui rend possible toute présence dont l’imminence au monde conditionne toute instance. Or il se déploie en ouvrant le temps. C’est parce qu’en lui la présence se destine qu’il y a destin. « Si la présence peut être atteinte par les coups du destin, c’est uniquement parce que dans le fond de son être elle est destin. »
Mais la présence n’est pas ce qu’elle est dans le (…) -
Romano (1999:21-23) – existência
2 de março de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Mas o que significa propriamente "existir" para o Dasein, se a existência já não é o que permite responder à pergunta: an sit? por oposição à pergunta sobre a essência: quid sit? se já não é o quodditas por oposição ao quidditas? O existir é uma maneira de ser de um ente, o Dasein, cuja própria natureza é ser transitivamente o seu ser em o existindo em primeira pessoa. Compreender o ser, para um tal ente, é relacionar-se ao ser como seu, em outras palavras, ser si mesmo em jogo em (…) -
Ernildo Stein (2003:17-18) – Dasein e Antropologia
13 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroEm Heidegger há mais um nível: o aí-do-ser, o Dasein. Estabelecemos, assim, um novo plano em que se dão ente e ser, no nível do ente privilegiado.
O ser dá-se a partir da compreensão do Dasein e o Dasein se dá a partir da compreensão do ser. É o ente de caráter superior entre os entes que se constitui pela compreensão do ser. Em Aristóteles temos dois níveis; ser do ente e o ente enquanto ente. Em Heidegger há mais um nível: o aí-do-ser, o Dasein. Estabelecemos, assim, um novo plano em (…) -
Arendt (LM:182-187) o conceito de Eu em Heidegger
2 de maio de 2017, por Cardoso de CastroHelena Martins
Finalmente, há o conceito de Eu, e é este o conceito cuja mudança na "reviravolta" é a mais inesperada e também a que tem maiores consequências. Em Ser e Tempo, o termo "Eu" é "a resposta para a questão Quem [é o homem] ?", em oposição à questão "O que ele é "; o Eu é o termo para a existência do homem em oposição a qualquer qualidade que ele possa ter. Essa existência, o "autêntico ser um Eu", é extraída polemicamente do "Eles". ("Mit dem Ausdruck ’Selbst’ antworten wir auf (…) -
Agamben (2015:72-74) – Stimmung (tonalidade afetiva)
16 de novembro de 2023, por Cardoso de Castro“Estar em uma Stimmung”, acrescenta Heidegger, “não comporta nenhuma referência primária à psique: não se trata de um estado interior que se exteriorizaria misteriosamente para colorir as coisas e as pessoas”.
Ora, como observou uma vez um grande filólogo, a palavra alemã Stimmung é precisamente uma daquelas que é costume definir como intraduzíveis:
Isso não quer dizer que frases como in guter Stimmung sein não possam facilmente ser traduzidas por essere di buon umore, em italiano, ou (…) -
Gadamer: Heidegger on subjectivity
30 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtrato das páginas 279-281, da tradução de Peter Adamson and David Vessey, em Continental Philosophy Review 33: 275-287, 2000.
Now, how does the problematic of subjectivity look in the light of Heldegger and his proficient critique of Husserl? As is well-known, already in Being and Time Heidegger transformed Husserl’s use of “phenomenon,” for he saw the basic task of phenomenology as laying bare the phenomenon, and found insufficiently careful Husserl’s mere phrase: “to the thing (…) -
Haugeland (2013:4-6) – o impessoal [das Man]
24 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Imagine uma comunidade de criaturas versáteis e interactivas, não especificadas de outra forma, exceto que são conformistas. "Conformismo" aqui significa não apenas imitatividade (macaco vê, macaco faz) mas também censura — isto é, uma tendência positiva para ver que os vizinhos fazem o mesmo e para suprimir a variação. Isto deve ser pensado como uma disposição comportamental complicada, que as criaturas têm por natureza ("ligada"). Pressupõe nelas uma capacidade de reagir (…)
Notas
- Allemann (1987:115-118) – repetição
- Auxenfants (ET:6) – Verhalten
- Boutot (1993:33) – Zeug - utensílio
- Boutot (1993:35) – Befindlichkeit - disposição
- Boutot (1993:35) – In-sein - sem-em
- Boutot (1993:35-36) – Verstehen - Compreender
- Boutot (1993:36) – Rede - discurso
- Boutot (1993:36-37) – Sorge - cura
- Braver (2014:51) – clareira [Lichtung]
- Carman (2003:123-124) – ser-no-mundo
- Casanova (MH2:223-225) – ambiguidade (Zweideutigkeit)
- Ciocan (2014:7) – Existenzial
- Ciocan (2014:8) – a morte e o poder-ser-todo
- Ciocan (2014:8) – a morte e os existenciais
- Duval (HZ:33) – homem em jogo
- Duval (HZ:34) – o "aí" [Da]
- Duval (HZ:34-35) – guardião do Aí
- Ernildo Stein (1973:316) – “postura antropocêntrica” em Ser e Tempo?
- Ernildo Stein (2003:27-28) – Analítica Existencial e Antropologia Filosófica
- Figal (2007:34-35) – compreensão de ser e compreensão de si