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Pensamento Ocidental Moderno

Jean Wahl: A QUE SE OPÕEM AS FILOSOFIAS DA EXISTÊNCIA

Filósofos e Pensadores

quarta-feira 23 de março de 2022, por Cardoso de Castro

As Filosofias da Existência
Jean Wahl  
Trd. I. Lobato e A. Torres
Europa-América
1962

Poderíamos encontrar algo análogo às opiniões de Jaspers   no que escreveu Gabriel Marcel  : não há sistema de conjunto do mundo. Gabriel Marcel   partiu da meditação sobre os filósofos neo-hegelianos Bradley e Bosanquet. A filosofia hegeliana estava dominada pela ideia do saber absoluto. Mas, diz Marcel, não pode haver saber absoluto relativo ao real, nem aliás ao próprio ser. Que sabemos de nós próprios? Estamos do lado de lá do verdadeiro e do falso, não podemos ser qualificados, diz-nos Gabriel Marcel   no Journal Métaphysique (Jornal Metafísico). Somos o domínio do não-qualificável. Qualquer qualificação que nos derem, sábio, mau ou bom, é uma qualificação insuficiente. A meu respeito não existe verdade. E também não existe, acabamos de o ver há instantes, verdade relativamente ao conjunto das coisas.

Poderíamos ver em Heidegger, ainda que de uma maneira mais resumida, uma crítica das ciências na medida em que elas se baseiam em pressuposições, na medida em que deixam de lado a existência, na medida em que se fundam na oposição do sujeito e do objeto e que se movimentam num sistema de pura representação.

Tal é, numa exposição breve, a parte negativa destas filosofias. O que devemos agora examinar é a sua evolução geral (indicamos o que poderemos chamar as principais datas da história das filosofias da existência: 1855, morte de Kierkegaard  ; 1916, publicação da Philosophic der Weltanschauungen, de Jaspers  ; 1927, publicação do Journal Métaphysique, de Gabriel Marcel  , e de Sein und Zeit  , de Heidegger; 1932, publicação da Philosophie, de Jaspers  ; 1943, publicação de L’Être et le Néant, de Sartre  ).


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