* A segunda significação que reveste a meta-categoria de alteridade – a alteridade de outrem – e sua estreita conexão às modalidades de passividade * A modalidade de passividade que a hermenêutica fenomenológica do si mesmo tem cruzado ao longo dos estudos precedentes quanto ao referir-se do si ao outro que si * A nova dialética do Mesmo e do Outro suscitada por esta hermenêutica que atesta que o Outro não é somente a contrapartida do Mesmo, mas pertence à constituição íntima do (…)
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Ricoeur / Ricœur / Paul Ricœur
PAUL RICŒUR (1913-2005)
Excertos por termos relevantes
Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
RICOEUR, Paul. Du texte à l’action. Essais d’herméneutique II. Paris: Seuil, 1986 / Del texto a la acción. Ensayos de hermenéutica II. Tr. Pablo Corona. México: Fondo de Cultura Económica, 2002
RICOEUR, Paul. Temps et récit III. Le temps raconté. Paris: Éd. du Seuil, 1985.
RICOEUR, Paul. Soi-même comme un autre. Paris: Seuil, 1990 / O si-mesmo como um outro. Tr. Lucy Moreira Cesar. Campinas: Papirus, 1991
RICŒUR, Paul. La mémoire, l’histoire, l’oubli. Paris: Seuil, 2000 / A memória, a história, o esquecimento. Tr. Alain François et al. Campinas: Editora da Unicamp, 2007
RICOEUR, Paul. Interpretação e Ideologias. Tr. Hilton Japiassu. Francisco Alves, 1977
Matérias
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Ricoeur (1990:369-380) – a alteridade de outro
30 de outubro, por Cardoso de Castro -
Ricoeur (1990) – a consciência
30 de outubro, por Cardoso de Castro* A empresa de ter a consciência – no sentido do alemão Gewissen – como o lugar de uma forma original de dialética entre ipseidade e alteridade, e seus desafios * O primeiro desafio: a metáfora da voz e do apelo adicionando uma dimensão inédita aos conceitos de base da ética e a concretização deste excedente de sentido em noções suspeitas como a "má" e a "boa" consciência * A ocasião de pôr à prova a tese segundo a qual a atestação da ipseidade é inseparável de um exercício de (…)
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Ricoeur (1991:11-14) – Si Mesmo
22 de junho de 2023, por Cardoso de CastroAtravés do título O si-mesmo como um outro, eu quis designar o ponto de convergência entre as três maiores intenções filosóficas que presidiram à elaboração dos estudos que compõem esta obra.
A primeira intenção é marcar o primado da mediação reflexiva sobre a posição imediata do sujeito tal como ela se exprime na primeira pessoa do singular: "eu penso”, “eu sou”. Esta primeira intenção encontra um apoio na gramática das línguas naturais quando esta permite opor “si” a “eu”. Esse apoio (…) -
Greisch (2001) – "Poder se lembrar"
3 de novembro, por Cardoso de CastroA análise dos fenômenos memoriais que Ricœur desenvolve na primeira parte de A memória, a história, o esquecimento obedece a uma ordem muito precisa, balizada pelo jogo das três partículas interrogativas: “o quê, como, quem?”. Do mesmo modo que, em O homem falível, Ricœur iniciara sua investigação decifrando os indícios da falibilidade na síntese transcendental, isto é, na própria constituição do objeto de conhecimento, aqui também ele parte do “momento objetal” (MHO 4) da memória, ou seja, (…)
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Ricoeur (1991:73-78) – O esquema conceitual da ação e a questão quem?
22 de junho de 2023, por Cardoso de CastroEsta dissociação entre o o quê? e o quem?, a favor da qual a problemática da ação oscila do lado de uma ontologia anônima do acontecimento, foi por sua vez tornada possível por uma coalizão no sentido contrário entre a pergunta o quê? e a pergunta por quê?
Lucy Moreira Cesar
Na primeira aproximação, a investigação parece promissora quanto à referência da ação a seu agente. Ação e agente pertencem a um mesmo esquema conceitual, que contém noções tais como circunstâncias, intenções, (…) -
Greisch (2001) – A Memória capturada pela História
4 de novembro, por Cardoso de Castro#### A Memória Capturada Pela História: A Dialética Entre Memória e Saber Histórico
* A reflexão sobre o fenômeno da memória não se esgota na primeira parte de *A memória, a história, o esquecimento*, visto que os três termos do título constituem a tríplice vela de um "veleiro de três mastros" dedicado à mesma navegação. * A antecipação das linhas diretrizes de uma "hermenêutica da condição histórica" no sétimo capítulo. * O conceito de "memória histórica" como a espinha dorsal e, (…) -
Greisch (2001) – A memória contra as lembranças? (C. Romano)
4 de novembro, por Cardoso de CastroAntes de voltar-me para o fenômeno (e o problema) do esquecimento, convém expor a análise dos fenômenos memoriais que Ricœur nos propõe a uma iluminação externa, levantando a seguinte questão: o que ocorre se se amputar a fenomenologia da memória de sua dimensão objetal, icônica e representacional? A esse respeito, uma comparação entre as teses de Ricœur e aquelas que Claude Romano desenvolve no quadro de sua «hermenêutica événemential» parece-me tão frutífera quanto a confrontação entre o (…)
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Ricoeur (2000:3-4) – De que há lembrança? De quem é a memória?
22 de junho de 2023, por Cardoso de CastroOs gregos tinham dois termos, mneme e anamnesis, para designar, de um lado, a lembrança como aparecendo, passivamente no limite, a ponto de caracterizar sua vinda ao espírito como afecção — pathos —, de outro lado, a lembrança como objeto de uma busca geralmente denominada recordação, recollection.
Alain François
A fenomenologia da memória aqui proposta estrutura-se em torno de duas perguntas: De que há lembrança? De quem é a memória?
Essas duas perguntas são formuladas dentro do (…) -
Ricoeur (1990:369-380) – o corpo próprio ou a carne
29 de outubro, por Cardoso de CastroA facilidade com que a fenomenologia remete para a ontologia é mais evidente quando consideramos a primeira figura da passividade-alteridade, nomeadamente o fenômeno enigmático do corpo próprio, que surgiu em três ocasiões anteriores nos nossos estudos. - A análise de Strawson da pessoa como um particular básico levantou a questão de como predicados psíquicos e físicos díspares podem ser atribuídos a uma única e mesma entidade, se o corpo humano não for, ao mesmo tempo, um dos corpos e (…)
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Greisch (2001) – Quando se lembrar é fazer o trabalho da memória
4 de novembro, por Cardoso de Castro* A fenomenologia da memória em sua segunda etapa, focada na questão do "Como?": * O questionamento pragmático e prático sobre o ato de recordar, especificamente: "Como se lembrar?" e "Como fazer para se lembrar?", ou ainda, "Como ’fazer memória’?". * A descoberta de novos "poderes" inerentes ao ato de recordar, que ocasionalmente se manifestam como proezas notáveis. * A abordagem ricœuriana das práticas memoriais no duplo registro do uso e do mau uso, em consonância com a (…)
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Ricoeur & Dufrenne (1947) – "questão do ser" em Jaspers
14 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro1) Esse termo — ser — é colocado desde as primeiras páginas da Filosofia [de Jaspers] e a questão do ser será, do começo ao fim, o ímpeto que impulsionará o filósofo de todas as posições que ele conquistar; no final, nem o objeto das ciências, nem mesmo a existência, será o ser em si mesmo. Isso quer dizer imediatamente que a filosofia de Jaspers não ignora o problema dos problemas, como Heidegger a censura por fazer; o sentido agudo que ela tem da existência, ou seja, do indivíduo humano, (…)
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Ricoeur & Dufrenne (1947) – filosofia da existência em Jaspers
14 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro2) Como uma filosofia da existência pode agora ser um pensamento (ein Denken), de acordo com o segundo voto da philosophia perennis? A dificuldade de pensar sobre a existência está, antes de tudo, no desmembramento do ser; por causa disso, a filosofia corre o duplo perigo da incoerência e da confusão. De fato, é possível dar um status racional a essas rupturas, que expressam as relações dramáticas da existência com o mundo e com a transcendência, em vez de relações que possam ser (…)
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Greisch (2001) – A memória guardiã da ipseidade e da alteridade
4 de novembro, por Cardoso de CastroResta considerar os fenômenos memoriais à luz da terceira questão: «Quem?», que pode ser compreendida ao menos em dois sentidos: a quem podem ser atribuídas as recordações, a quem se pede para lembrar? Uma e outra formulação conduzem à questão filosoficamente decisiva: em que sentido a memória pode ser dita guardiã da ipseidade?
Trata-se de uma questão duplamente moderna, ligada ao advento de uma problemática da subjetividade, dividida entre um polo egológico e um polo sociológico. Nesse (…)
Notas
- Ricoeur & Dufrenne (1947) – O que significa filosofar, em Jaspers
- Ricoeur (1985:105-106) – temporalidade = unidade articulada do por-vir, do ter-sido e do presentar
- Ricoeur (1985:107-109) – Erstreckung - Geschehen - Geschichte
- Ricoeur (1985:92-93) – ser-no-mundo
- Ricoeur (1985:93-94) – difícil vocabulário da temporalidade [Zeitlichkeit]
- Ricoeur (1985:95-96) – Sorge e ser-um-todo
- Ricoeur (1985:97-98) – existenziell e existenzial
- Ricoeur (1985:98-100) – inautenticidade e autenticidade
- SZ:325-326 – Gewesenheit - ser-sido
- Ricoeur: ética e moral