Página inicial > Glossário > Intentionalität
Intentionalität
segunda-feira 3 de novembro de 2025
Intentionalität, intencionalidade, intencionalidad, intentionality, intentionnalité
Sem dúvida, em 1889, no Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, Bergson Bergson H. leu e trabalhou Bergson com paixão no início dos anos 1920, como declarou em carta a sua esposa. (LDMH) mostrou a impossibilidade de distinguir partes na consciência. O psíquico não é o lugar do partes extra partes. Tudo nele se interpenetra, toda separação é arbitrária. No entanto, será possível isolar uma estrutura invariante: a intencionalidade.
Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
retoma, em sua quinta Investigação Lógica, a grande descoberta de seu mestre em filosofia, Franz Brentano
Brentano
Franz Brentano
BRENTANO, Franz (1838-1917)
, formulada em 1874 em sua obra Psicologia do ponto de vista empírico: toda consciência é orientada para o seu objeto, toda consciência é uma forma de relação com o objeto.
Desde então, a consciência já não é mais o objeto de uma determinada psicologia, um recipiente cujos conteúdos nos seriam dados por introspecção. Ela é um conjunto de estruturas objetivantes: toda cogitatio visa um cogitatum. Assim, por exemplo, “na percepção algo é percebido, na imaginação algo é imaginado, na enunciação algo é enunciado, no amor algo é amado…”.
A fenomenologia apresentar-se-ia, portanto, “como uma ciência da consciência, descrita em sua essência propriamente objetivante, isto é, em seu ser-relacionado-a.” (VGKH VGKH GÉRARD, Vincent. La “Krisis”, Husserl. Paris: Ellipses, 1999. )
“Intentionality” is a property, typically attributed to mental states, whereby those states are directed toward or about something. As Brentano
Brentano
Franz Brentano
BRENTANO, Franz (1838-1917)
famously put it:
in presentation, something is presented, in judgment something is affirmed or denied, in love loved, in hate hated, in desire desired, and so on. (Brentano Brentano
Franz Brentano BRENTANO, Franz (1838-1917) 1973, 88)
Heidegger himself introduces the term in deliberately similar fashion:
Intentio literally means directing-itself-toward. Every lived experience, every psychic comportment, directs itself toward something. Representing is a representing of something, recalling is a recalling of something, judging is a judging about something, presuming, excepting, loving, hating — of something. (GA20 GA20
GA20ES
GA20EN Prolegomena zur Geschichte des Zeitbegriffs (Sommersemester 1925), ed. Petra Jaeger, 1. Auflage 1979. 2., durchgesehene Auflage 1988. 3., durchgesehene Auflage 1994. :37; see similarly GA24 GA24
GP
BP
PFF
GA 24
GA XXIV
GA24AH
GA24JFC
GA24MAC
GA24FR
GA24ES
GA24EN
GA24PT Die Grundprobleme der Phänomenologie (Summer semester 1927), ed. F.-W. von Herrmann, 1975, 2nd edn. 1989, 3rd edn. 1997, X, 474p. :80-81)
This technical term is central to both the phenomenological tradition and much analytic philosophy of mind and language; its modern history can be traced to Brentano
Brentano
Franz Brentano
BRENTANO, Franz (1838-1917)
, who revives the term from scholastic thought. However, the very centrality of the concept makes it hard to give a neutral characterization of it.
Heidegger’s attitude toward intentionality is complex. On the one hand, he is often willing to frame his own concerns regarding meaning and Dasein in terms of intentionality. For example, he states that “intentionality belongs to the existence of Dasein” (GA24
GA24
GP
BP
PFF
GA 24
GA XXIV
GA24AH
GA24JFC
GA24MAC
GA24FR
GA24ES
GA24EN
GA24PT
Die Grundprobleme der Phänomenologie (Summer semester 1927), ed. F.-W. von Herrmann, 1975, 2nd edn. 1989, 3rd edn. 1997, X, 474p.
:224), that “phenomenology is the analytic description of intentionality in its a priori” (GA20
GA20
GA20ES
GA20EN
Prolegomena zur Geschichte des Zeitbegriffs (Sommersemester 1925), ed. Petra Jaeger, 1. Auflage 1979. 2., durchgesehene Auflage 1988. 3., durchgesehene Auflage 1994.
:108). On the other hand, he is clear that existing accounts of “intentionality” are radically inadequate (GA24
GA24
GP
BP
PFF
GA 24
GA XXIV
GA24AH
GA24JFC
GA24MAC
GA24FR
GA24ES
GA24EN
GA24PT
Die Grundprobleme der Phänomenologie (Summer semester 1927), ed. F.-W. von Herrmann, 1975, 2nd edn. 1989, 3rd edn. 1997, X, 474p.
:30). He often makes this point by employing the term “transcendence” instead:
Transcendence, being-in-the-wosld, is never to be equated and identified with intentionality. (GA26 GA26
PML
PMLogik
GA26JGN
GA26MH
GA 26
GA XXVI
MALAL Metaphysische Anfangsgründe der Logik im Ausgang von Leibniz (SS 1928) [1978] — Princípios Metafísicos da Lógica :215)
[CHL
Wrathall
Mark Wrathall
CCHBT
CHL
WRATHALL, Mark A.
]
NT: Intentionality, intentional acts (Intentionalität, intentionale Akte), 48, 363 n. 22. See also Directing itself toward; Phenomenology [BTJS
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
]
O que caracteriza propriamente o movimento inicial da analítica existencial [existenziale Analytik] é antes de tudo a redução do ser [Sein] do homem [Mensch] à pura intencionalidade. Nós somos radicalmente intencionalidade. Não consciências intencionais, não sujeitos [Subjekt] intencionais, mas única e exclusivamente intencionais. Dizer isso implica ao mesmo tempo afirmar que o ser do homem é constituído por aquele elemento da intencionalidade que propriamente a caracteriza, que essencialmente a constitui, que revela seu traço estrutural mais determinante. O elemento sem o qual a intencionalidade perde todo e qualquer sentido é justamente a sua dinâmica ekstática [Ekstase] originária. Intencionalidade, em seu étimo primordial, significa literalmente “tender para o interior de” (in-tentio). No caso da descrição husserliana da essência da consciência [Bewusstsein], a consciência é intencional exatamente porque, no momento mais originário em que ela é, ou seja, no momento em que se inicia a sua vida como consciência, ela se vê imediatamente projetada, lançada para fora em direção ao campo de autoconstituição dos objetos [Objekt]. Assim, toda consciência é aqui “consciência de”. Não porque sempre há um objeto que a consciência apreende, mas porque a vida da consciência sempre a coloca intencionalmente em contato com os objetos no campo de realização mesmo das experiências de consciência. Portanto, ao reduzir a consciência intencional husserliana à pura e simples ekstase, o que Heidegger faz é literalmente afirmar que o homem é constituído originariamente por um movimento de ser para fora. Contra o pressuposto moderno mais evidente, contra a posição, por exemplo, fichtiana de que toda consciência sempre é necessária e originariamente consciência de si, Heidegger suprime toda e qualquer possibilidade de se falar de uma interioridade inicial que condicionaria em seguida a experiência da exterioridade. Nós nunca estamos primeiro dentro, para posteriormente experimentarmos o fora, mas, ao contrário, nós já estamos sempre fora, jogados em um campo para o qual toda inferioridade não apenas é inacessível, mas também inútil. Esse estado de coisas, então, traz consigo uma série de consequências, que precisamos ter em vista para acompanhar a reconstrução da descrição fenomenológica do existir, que é levada a termo desde o princípio por Heidegger. [MACMundo1:31-32]