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Intention / Intentionalität …
Intention / intentional / intentionale / Intentionalität / intentio / intentium
Intentionalität / intencionalidade / intencionalidad / intentionality
O que caracteriza propriamente o movimento inicial da analítica existencial é antes de tudo a redução do ser do homem à pura intencionalidade. Nós somos radicalmente intencionalidade. Não consciências intencionais, não sujeitos intencionais, mas única e exclusivamente intencionais. Dizer isso implica ao mesmo tempo afirmar que o ser do homem é constituído por aquele elemento da intencionalidade que propriamente a caracteriza, que essencialmente a constitui, que revela seu traço estrutural mais determinante. O elemento sem o qual a intencionalidade perde todo e qualquer sentido é justamente a sua dinâmica ekstática originária. Intencionalidade, em seu étimo primordial, significa literalmente “tender para o interior de” (in-tentio). No caso da descrição husserliana da essência da consciência, a consciência é intencional exatamente porque, no momento mais originário em que ela é, ou seja, no momento em que se inicia a sua vida como consciência, ela se vê imediatamente projetada, lançada para fora em direção ao campo de autoconstituição dos objetos. Assim, toda consciência é aqui “consciência de”. Não porque sempre há um objeto que a consciência apreende, mas porque a vida da consciência sempre a coloca intencionalmente em contato com os objetos no campo de realização mesmo das experiências de consciência. Portanto, ao reduzir a consciência intencional husserliana à pura e simples ekstase, o que Heidegger faz é literalmente afirmar que o homem é constituído originariamente por um movimento de ser para fora. [CASANOVA
Casanova
Marco Antonio Casanova
Marco Casanova
CASANOVA, Marco Antonio. Filósofo e tradutor para português das obras de Heidegger.
, Marco Antonio. Mundo e historicidade. Leitura fenomenológica de Ser e tempo
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
. Volume um: existência e mundaneidade. Rio de Janeiro: Via Verita, 2017, p. 31-32]
A intencionalidade é um dos avanços fundamentais na fenomenologia de
Edmund Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
.
Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
tirou de
Franz Brentano
Brentano
Franz Brentano
BRENTANO, Franz (1838-1917)
o insight de que a característica definidora da consciência é sua intencionalidade.
Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
distingue entre o significado de um ato consciente e o objeto sobre o qual se trata. Heidegger transformou a concepção de
Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
da intencionalidade da consciência em uma concepção hermenêutica da intencionalidade de ser-aí. A essência do ser-aí reside em sua existência ou ser-fora-em-direção, isto é, um comportamento dentro do mundo cujo modo de intentar é tanto uma questão de praticidade quanto de conhecimento teórico. Em
Ser e Tempo
GA2
Sein und Zeit
SZ
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S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
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STJR
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ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
, Heidegger distingue entre três noções diferentes de intencionalidade e sua relação com o mundo: (1) A intencionalidade e o mundo da intuição teórica; (2) a intencionalidade e o mundo da preocupação prática e circunspecção; e (3) a intencionalidade primordial e a mundanidade da compreensão do ser-aí, em que as duas primeiras estão baseadas. Por ser-aí, mundo sempre “munda” (weltet). O ponto de partida da fenomenologia não é um fato nem um princípio, mas a pura facticidade do "mundar". [
SHALOW
Denker
Alfred Denker
Shalow
Frank Shalow
SCHALOW, Frank / DENKER, Alfred
, Frank &
DENKER
Denker
Alfred Denker
Shalow
Frank Shalow
SCHALOW, Frank / DENKER, Alfred
, Alfred.
Historical Dictionary of Heidegger’s Philosophy. Lanham: Scarecrow Press, 2010, p. 151]
Matérias
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Marion (1989:124-129) – Heidegger confrontando Husserl sobre Descartes
23 de setembro de 2024, por Cardoso de Castro
Assim, no verão de 1925, Prolegômenos à história do conceito de tempo [GA20] tenta uma "crítica imanente da pesquisa fenomenológica", examinando como ela determina a consciência pura. Em outras palavras, "A questão será para nós [sc. Heidegger]: nessa elaboração do campo temático da fenomenologia que é a intencionalidade [sc. de Husserl], a questão sobre o ser dessa região, sobre o ser da consciência, é construída (gestellt), ou seja, o que significa aqui em geral ser, quando dizemos que a (…)
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Intencionalidade (Patocka)
26 de abril, por Cardoso de Castro
Patocka, 1946
Husserl encontrou, para a análise reflexiva, novos meios: em primeiro lugar, o método da explicação intencional com a ajuda de guias objetivos. Ele adapta especialmente para os fins da filosofia reflexiva o conceito de intencionalidade, reintroduzido na psicologia moderna por Brentano. Em Brentano, a "relação intencional" é um atributo particular de atos psíquicos singulares que, em si mesmos, permanecem como realidades autônomas e não são examinados também como estruturas de (…)
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Didier Franck (1981:29-40) – A Ciência como egologia
25 de outubro, por Cardoso de Castro
* A fundamentação da filosofia como ciência rigorosa e a centralidade da evidência e da verdade como telos, que são reiteráveis, válidas de uma vez por todas e para todos, sendo, portanto, omnitemporais e intersubjetivas. * A concepção do eidos da ciência como um telos normativo e horizontal, que prescreve um sistema de conhecimentos. * A citação que estabelece a necessidade de um "ordem de conhecimentos anteriores em si relacionadas a outras posteriores em si; e finalmente (…)
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GA24:89-93 – Intencionalidade
7 de março de 2024, por Cardoso de Castro
Casanova
[…] A concepção usual da intencionalidade desconhece aquilo para o que se dirige – no caso da percepção – o perceber. Juntamente com isso, ela também desconhece a estrutura do dirigir-se-para, a intentio. A interpretação falsa reside em uma subjetivação às avessas da intencionalidade. Estabelece-se um eu, um sujeito, e deixa-se que vivências intencionais pertençam à sua assim chamada esfera. O eu é aqui algo dotado de uma esfera, na qual são por assim dizer encapsuladas suas (…)
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GA24:222-224 – sujeito-objeto
20 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
Rickert talvez conceba de maneira mais formal a relação sujeito-objeto [Subjekt-Objekt-Beziehung]. Ele diz: “Os conceitos do sujeito e do objeto se requisitam mutuamente, tal como também o fazem outros conceitos, por exemplo, o conceito de forma e de conteúdo ou o de identidade e de diversidade ”. No entanto, é preciso perguntar aqui: Por que é que esses conceitos, sujeito e objeto, se requisitam mutuamente? Ora, evidentemente apenas porque o que é com isto visado se requisita. Mas um objeto (…)
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Didier Franck (1981:41-49) – Carne e corpo na percepção
25 de outubro, por Cardoso de Castro
* A imposição do caráter de uma descrição duplamente orientada e correlativa à análise da consciência pela evidência da correlação intencional. * A dupla orientação da análise: para o objeto intencional no *quomodo* de seus modos de aparecer (o noema) e para os atos do *ego* (noeses) que constituem e dão sentido aos noemas. * A universalidade da análise intencional como análise do *ego* transcendental enquanto inclui e constitui toda a objetividade possível. * A (…)
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GA17: Estrutura da obra
29 de janeiro de 2017, por Cardoso de Castro
Tradução do inglês
Introdução à investigação fenomenológica Observação preliminar Parte I Phainomenon e Logos em Aristóteles e A Auto-interpretação de Husserl da Fenomenologia Capítulo I Elucidação da expressão "fenomenologia" retornando até Aristóteles 1 Clarificação de phainomenon com base na análise aristotélica de perceber o mundo pelo modo de ver phinomenon como uma maneira distinta de uma presença do ente: existência durante o dia phainomenon como qualquer coisa que de si mesmo (…)
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GA20: Esquema-Resumo
28 de maio de 2017, por Cardoso de Castro
Ensaio de resumo esquemático com citações, a partir do índice do livro (em construção permanente)
Nossa Tradução INTRODUÇÃO: O TEMA E MÉTODO DO CURSO 1 Natureza e história como domínios de objetos para as ciências 2 Prolegômenos para uma fenomenologia da história e natureza sob a guia da história do conceito de tempo 3 Tópicos do curso PARTE PRELIMINAR: O SENTIDO E TAREFA DA INVESTIGAÇÃO FENOMENOLÓGICA I Emergência e ruptura da investigação fenomenológica 4 A situação da filosofia na (…)
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GA24: Estrutura da Obra
3 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro
Norro
INTRODUCCIÓN
§ 1. Exposición y división general del tema
§ 2. El concepto de la filosofía. Filosofía y concepción del mundo
§ 3. La filosofía como ciencia del ser
§ 4. Las cuatro tesis sobre el ser y los problemas fundamentales de la fenomenología
§ 5. El carácter metódico de la ontología. Los tres componentes fundamentales del método fenomenológico
§ 6. Esbozo del curso
PRIMERA PARTE DISCUSIÓN FENOMENOLÓGICO-CRÍTICA DE ALGUNAS TESIS TRADICIONALES SOBRE EL SER (…)
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GA20:§11 – las cuatro características de la conciencia pura
30 de janeiro de 2023, por Cardoso de Castro
§11. Crítica inmanente a la investigación fenomenológica: examen crítico de las cuatro características de la conciencia pura
Excertos da tradução em espanhol de Jaime Aspiunza
La conciencia pura
Para nosotros la cuestión es la siguiente: en esta elaboración del campo temático de la fenomenología que es la intencionalidad ¿se plantea la cuestión acerca del ser de esta región, del ser de la conciencia? Dicho de otro modo: cuando se dice que la esfera de la conciencia es una esfera y (…)
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Husserl (RL2.2:168-171) – A intencionalidade da consciência
13 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
Investigações Lógicas, II, 2.a parte, trad. H. Élie, A. L. Kelkel e R. Schérer, Presses Universitaires de France, pp. 168-171
Na percepção, algo é percepcionado, na imaginação, algo é imaginado, na enunciação algo é enunciado, no amor, algo é amado, no ódio, algo é odiado, no desejo, algo é desejado, etc. Brentano tem em vista o carácter comum que pode ser captado em tais exemplos, quando diz: «Todo o fenômeno psíquico é caracterizado por aquilo que os escolásticos da Idade Média chamaram (…)
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GA20:53-57 – o como do ser-intencionado
30 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
El ser-percibido de la silla no es algo inherente a la silla en cuanto silla; también una piedra, un árbol, una casa o cualquier otra cosa pueden ser percibidos. El ser-percibido [Wahrgenommenheit] y la estructura de ese ser-percibido [Wahrgenommensein] pertenecen, por lo tanto, a la percepción en cuanto tal, es decir, a la intencionalidad. Así pues, podemos ir distinguiendo lo siguiente: lo ente mismo: la cosa del mundo-en-torno, la cosa de la naturaleza, la cosicidad; y lo ente en el modo (…)
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Lyotard (1954:14-30) – O transcendental em Husserl
15 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
IV — A problemática do sujeito.
A fenomenologia tomava pois o sentido de uma propedêutica às "ciências do espírito". Mas, a partir do segundo tomo das Investigações Lógicas esboça-se um salto que nos vai fazer entrar na filosofia propriamente dita. A "problemática da correlação", isto é, o conjunto dos problemas demonstrados pela relação do pensamento com seu objeto, uma vez aprofundada, deixa emergir a questão que constitui o seu núcleo: a subjetividade. É aqui provavelmente que a (…)
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GA24:219-224 – Sujeito-Objeto
27 de maio de 2023, por Cardoso de Castro
a) Primeira visão prévia da constituição da existência do ser-aí – Ponto de partida na relação-sujeito-objeto (res cogitans – res extensa) como perda da constituição existencial do ser ontológico-compreensivo junto ao ente
Casanova
Se tentarmos esclarecer a existência do ser-aí, então precisaremos realizar uma dupla tarefa: não apenas a tarefa segundo a qual distinguimos ontologicamente um ente de um tipo próprio em relação a um outro ente, mas ao mesmo tempo a tarefa de expor o ser do (…)
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Luijpen (IFE:98-114) – o conhecimento humano como intencionalidade
22 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
LUIJPEN, Wilhelmus Antonius Maria. Introdução à fenomenologia existencial. Tr. Carlos Lopes de Mattos. São Paulo: EDUSP, 1973, p. 98-114
A fenomenologia denomina o sujeito-como-cogito, o conhecimento humano, “intencionalidade”. Quando Husserl usou esse termo pela primeira vez, referiu-se expressamente a Brentano. O certo, porém, é que Husserl não tomou de Brentano senão a palavra, visto que lhe deu um significado inteiramente diverso do que o de Brentano. Na escolástica também ocorre a (…)
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Depraz (1992:5-6) – intencionalidade
18 de março, por Cardoso de Castro
(Depraz1992)
"A palavra intencionalidade não significa nada além dessa particularidade fundamental e geral que a consciência tem de ser consciência de algo (…)." Com essa tomada de consciência, Husserl avança em direção à formulação de uma nova filosofia. A intencionalidade é essa operação que leva a consciência em direção ao seu objeto, o qual, a partir de então, surge literalmente como sentido para ela. A visada intencional da consciência é o que anula a própria ideia de uma oposição (…)
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Sebbah (2001:24-25) – a intencionalidade
9 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castro
destaque
"A intencionalidade como tema capital da fenomenologia" é o título do §84 de Ideen I, do qual nos limitaremos a recordar as seguintes passagens: "A intencionalidade é o que caracteriza a consciência no sentido forte (…)" (p. 168); "Por intencionalidade entendemos a propriedade das vivências de ’estar consciente de algo’" (p. 168). (Citamos aqui a tradução de P. Ricoeur, Gallimard, 1950).
Nas Meditações Cartesianas, Husserl coloca a questão da seguinte forma: "A palavra (…)
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GA20:36-40 – intencionalidade [Intentionalität]
30 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
A intencionalidade não é uma propriedade que se agregaria à percepção [Wahrnehmung] e pertenceria a ela em certos casos. Enquanto percepção, é intrinsecamente intencional, independentemente de a percepção estar realmente disponível ou não. De fato, é realmente apenas porque a percepção como tal é um dirigir-se-a-si-mesma-para-algo [Sich-richten-auf etwas ist], porque a intencionalidade constitui a própria estrutura do próprio comportamento [Verhalten], que pode haver algo como percepção (…)
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Maldiney (Aîtres:16-18) – a origem do ato está na decisão
21 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro
destaque
Para reconhecer a nova dimensão temporal que a decisão abre no sistema verbal, é preciso consultar não a expressão, mas a língua no discurso que ela pronuncia. Assim como dizer "eu quero que ele vá embora" não é querer, dizer "eu decido ir embora" não decide da partida. Não é mais do que uma declaração de intenção, próxima de uma declaração performativa, que fecha a deliberação sem abrir o ato. O eu que realmente decide atravessa uma fratura temporal que ele próprio fez. Esta (…)
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Fink (1994:65-76) – A existência se mostrando de Husserl
9 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro
* A tendência à originariedade é primeiramente o fato do espírito de Husserl se auto-posicionar sobre si mesmo, não como um "pathos" fácil do "pensador que pensa por si mesmo", mas como oposição ao estilo, que ele concebia num certo sentido, de toda a filosofia tradicional, com a proclamação da exigência de fundamentação geral de um modo "científico" de filosofar. * Esta proclamação não se realiza primeiramente como uma reflexão metodológica, mas como um autoengajamento apaixonado e não (…)