Essa tentativa “existencialista” de colocar a objetividade, a racionalidade e a inquirição normal dentro do panorama mais amplo de nossa necessidade de sermos educados e edificados é com frequência oposta pela tentativa “positivista” de distinguir o aprender fatos do adquirir valores. Do ponto de vista positivista, a exposição de Gadamer do wirkungsgeschichtliches Bewusstsein pode parecer pouco mais que a reiteração do lugar-comum de que mesmo quando conhecemos todas as descrições (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Rorty (2009) – homem-como-essencialmente-conhecedor-de-essências
13 de março, por Cardoso de Castro -
Rorty (2009) – edificação (Bildung)
13 de março, por Cardoso de Castro(Rorty2009)
Para os meus propósitos presentes, a importância do livro de Gadamer é que ele consegue separar um dos três elementos da noção filosófica de “espírito” — a noção romântica do homem como auto-criativo — dos outros dois elementos com os quais aquele se enredara. Gadamer (como Heidegger, para com quem parte de seu trabalho está em dívida) não faz quaisquer concessões, seja ao dualismo cartesiano, seja à noção de “constituição transcendental” (em qualquer sentido ao qual se poderia (…) -
Rorty (2009) – epistemologia
13 de março, por Cardoso de Castro(Rorty2009)
Em ambos os lados do canal, entretanto, a maioria dos filósofos permaneceu kantiana. Mesmo quando afirmam ter “ido além” da epistemologia, concordam que a filosofia é uma disciplina que toma como seu estudo os aspectos “formais” ou “estruturais” de nossas crenças, e que, ao examinar esses aspectos, o filósofo serve à função cultural de manter as outras disciplinas honestas, limitando suas afirmações ao que pode ser apropriadamente “sustentado”. As grandes exceções a esse (…) -
Rorty (2009) – mente como um grande espelho
12 de março, por Cardoso de Castro(Rorty2009)
São as imagens mais que as proposições, as metáforas mais que as afirmações que determinam a maior parte de nossas convicções filosóficas. A imagem que mantém cativa a filosofia tradicional é a da mente como um grande espelho, contendo variadas representações — algumas exatas, outras não — e capaz de ser estudado por meio de métodos puros, não-empíricos. Sem a noção da mente como espelho, a noção de conhecimento como exatidão de representação não se teria sugerido. Sem esta (…) -
Rorty (2009) – investigações dos fundamentos do conhecimento
12 de março, por Cardoso de Castro(Rorty2009)
É a noção de que a atividade humana (e a inquirição, a busca de conhecimento, em particular) tem lugar dentro de um quadro que pode ser isolado previamente à conclusão da inquirição — um conjunto de pressuposições que podem ser descobertas a priori — que liga a filosofia contemporânea à tradição Descartes-Locke-Kant. Pois a noção de que existe tal quadro somente faz sentido se pensamos nele como imposto pela natureza do sujeito conhecedor, pela natureza de suas faculdades ou (…) -
Apel (2000) – “estar-aberto do ser-aí”
12 de março, por Cardoso de Castro(Apel2000)
Em face do esclarecimento proporcionado por Tugendhat, aproximamo-nos da reflexão de princípio acerca do significado da filosofia heideggeriana ante a filosofia contemporânea. No contexto da questão que propomos — uma possível transformação da filosofia que se mantenha ligada às ciências — e a partir da clarificação acima delineada, podem-se depreender as seguintes consequências:
1. A descoberta de Heidegger, que aprofundou, ou mesmo ampliou de maneira essencial a problemática (…) -
Apel (2000) – ser-que-se-antecipa [Sich-vorweg-Sein]
12 de março, por Cardoso de Castro(Apel2000)
Quanto à tese (3): A meu ver, a própria expressão “ser-que-se-antecipa” (Sich-vorweg-Sein) deixa claro que Heidegger, em Ser e tempo, ainda não havia rompido por completo sua ligação com uma filosofia transcendental da “subjetividade”, no sentido kantiano. Por isso, em Kant e o problema da metafísica [Kant und das Problem der Metaphysik, 1929], ele pôde aproximar entre si o “caráter projetivo” do “Compreender”, que transcende a si mesmo e a todo e qualquer ente, e a (…) -
Apel (2000) – Kehre
12 de março, por Cardoso de CastroHeidegger, no entanto, não estabeleceu qualquer relação entre a “pré-estrututra” do Compreender (que ele mesmo havia descoberto) e uma subjetividade pré-consciente. Na verdade, do factum apriorístico do “estar-aberto do ser-aí”, Heidegger depreendeu uma “virada” [Kehre]: parte-se de uma análise ainda semi-transcendental-filosófica do ser-aí, e vai-se em direção a um pensamento que provém, ele mesmo, do fato de pertencer à história do ser, e que, além disso, se mostra insubmisso a qualquer (…)
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Apel (2000) – compreender
12 de março, por Cardoso de Castro(Apel2000)
Quanto à tese (2): Neste ponto, faz-se necessário abordar a referência de Gadamer a Heidegger, mais precisamente à tese de que o “Compreender” não é “um dos modos de agir do sujeito, mas sim o modo de ser do próprio ser-aí”. Pode-se perceber com facilidade que essa ideia fundamental da filosofia heideggeriana é essencialmente idêntica à “pré-estrutura” do Compreender, que já expusemos anteriormente; sobre esta última, afirmou-se que ela agiu com sucesso contra o processo de (…) -
Apel (2000) – fenomenologia hermenêutica
12 de março, por Cardoso de Castro(Apel2000)
Em lugar das coações categoriais de pensamento e comportamento que partem da “disponibilizaçâo” [Gestell] técnico-científica — ainda que não em lugar das coações sócio-econômicas que poderiam estar associadas a isso —, a fenomenologia hermenêutica de [27] proveniência heideggeriana proporciona, em primeiro lugar, o des-vendamento da experiência cotidiana; a seguir, sobretudo, o da experiência poética, e o da experiência pré-metafisica — esta última, a ser reconstruída a partir (…)