Heidegger interpreta Logos como sendo tanto o Ser quanto a verdade. Como Ser, Logos se refere à presença ou à auto-manifestação dos entes. Como verdade, o Logos se refere à atividade de coleta que clareia o lugar necessário para essa presença. O Logos, então, desempenha o papel dos êxtases temporais descritos em Ser e Tempo. Naquele livro, entretanto, a temporalidade foi atribuída apenas à existência humana. Por isso, Heidegger concluiu que os entes só poderiam estar presentes ou se (…)
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Geviert / quadriparti / Himmel und Erde / Sterblichen und Göttlichen
Geviert / quadratura / quadriparti / cuaternidad / Himmel und Erde, Sterblichen und Göttlichen / Céu e Terra, Mortais e Deuses
The fourfold is the nexus of four mutually adapting and reciprocally sustaining dimensions - the earth, the sky, mortals, and the divinities (die Göttlichen - more literally, “the god-like ones”). When the four dimensions are well adapted to each other, so that they are joined or “married” or integrated into a simple “onefold,” the fourfold is the worlding of a world: out of the fourfold, the onefold of the four is married. We call the adapting mirror-play of the onefold of earth and sky, divinities and morals, “the world.” The world essences by worlding. (GA7
GA7
GA 7
GA VII
GA7PT
GA7FR
GA7ES
Vorträge und Aufsätze (1936–1953), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 2000. — Ensaios e conferências
:181) [WRATHALL
Wrathall
Mark Wrathall
CCHBT
CHL
WRATHALL, Mark A.
, Mark A.. The Cambridge Heidegger Lexicon. Cambridge: Cambridge University Press, 2021, p. 335]
Matérias
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Zimmerman (1982:233-236) – Logos
30 de setembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Graham Harman (2002:86-88) – Ereignis e Vorgang
25 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] A dualidade entre a coisa como algo específico e a coisa formaliter marca uma dualidade nas próprias aparições, e não é algo que simplesmente nos aparece em um determinado estado de espírito ou no início de um “começo grego” especial. Por essa razão, a realidade anteriormente descrita sob o nome de “ferramenta quebrada” (ou “espaço” ou “teoria”) não forma mais uma unidade simples em relação ao contexto retirado. A própria aparição se tornou dual.
Mas, talvez ainda mais perturbador, (…) -
Mitchell (Four-Fold) – Noção de "Céu" no Geviert
23 de maio, por Cardoso de CastroMitchell4
Com o céu (Himmel), Heidegger chega a pensar na vasta extensão da aparência. Enquanto a terra nomeia um suporte sem fundamento que suspende a coisa "no ar", por assim dizer, o céu serve para nomear esse espaço de suspensão. O que a terra sustenta é elevado ao céu. O céu, portanto, possibilita a irrupção sem fundamento e superficial da terra no reino da aparência radiante (do brilho). O céu é o espaço (ou mesmo o "espaçamento") da irrupção da terra. A terra não poderia ser a terra (…) -
Byung-Chul Han (Zen) – O vazio [Leere] do cântaro
20 de julho de 2024, por Cardoso de CastroMartin Heidegger, en la famosa conferencia La cosa, habla también del cántaro de una manera muy poco convencional. Con el ejemplo del cántaro Heidegger aclara allí qué es propiamente la cosa. Primero llama la atención sobre el vacío del cántaro:
¿Cómo aprehende el vacío del cántaro? Aprehende en cuanto toma lo que es vertido. Aprehende en cuanto conserva lo recibido. […] El doble aprehender del vacío descansa en el verter. […] Verter desde el cántaro es escanciar. La esencia del vacío que (…) -
Mitchell (2015:71-73) – Terra em "Origem da Obra de Arte"
21 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroHeidegger introduziu pela primeira vez uma nova concepção da terra () em seu ensaio “A origem da obra de arte” de 1936 [GA5]. (A primeira elaboração é datada de 1931.) Isso não quer dizer que já esteja presente no ensaio da obra de arte — não está —, mas o papel que a terra desempenha ali a prepara para uma eventual inclusão em Geviert em 1949. […]
Desde a primeira elaboração do ensaio até sua versão publicada, a terra é entendida em uma relação tensa com o mundo. A descoberta de (…) -
Fédier (1980:39-42) – "só um deus pode nos salvar"
12 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroNo final de sua vida, Heidegger pronunciou várias vezes a frase “Nur ein Gott kann uns retten” (Somente um deus pode nos salvar).
Pensei sobre o significado dessa frase por um longo tempo. Acho que primeiro devemos observar várias coisas:
1. Um Deus desconhecido, que ainda está por vir.
2. Esse Deus nos salvaria. À primeira vista, outro deus salvador. O que não é possível, se o deus for realmente novo.
3. Portanto, temos que pensar na salvação em outro sentido. Em que sentido? Como (…) -
Mitchell (2015:71-74) – Terra em Geviert
10 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroEm Geviert, a terra nomeia o que tradicionalmente poderíamos pensar como a “base material” da coisa. Essa afirmação só pode ser mantida se entendermos “material” e “base” de maneiras bem distintas de seu emprego tradicional na história da filosofia. Isso quer dizer que, estritamente falando, a Terra não é “material” nem uma “base”. O papel da terra dentro do Geviert transforma todas as nossas expectativas habituais do que é considerado terra ou mesmo terreno, pois a “matéria” da terra nada (…)
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Mitchell (2015:Intro) – Geviert
1º de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] As discussões de Heidegger sobre a terra a consideram a própria “matéria” da existência. O que essa matéria é, no entanto, não é nada que normalmente associamos à terra. Ela não é sólida nem fundamentada. Em vez disso, a terra nomeia o sensorial. De acordo com os insights anteriores de “A origem da obra de arte”, a terra nomeia um tipo de aparecimento sensorial não quantificável. Não se trata de uma base substancial que fundamentaria todas as coisas. Ao invés, o que é da terra não tem (…)
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Graham Harman (2002:195-197) – Geviert, Terra-Céu
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroChegou o momento de nos voltarmos diretamente para a própria exposição de Heidegger sobre o Geviert, começando com a terra e o céu. Com relação à primeira: “A terra é a portadora servil, florescendo e frutificando, espalhando-se em rochas e água, elevando-se em plantas e animais”. O céu é introduzido com o mesmo entusiasmo: “O céu é o caminho abobadado do sol, o curso da lua mutável, o brilho errante das estrelas, as estações do ano e suas mudanças, a luz e o crepúsculo do dia, a escuridão e (…)
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Mitchell (Geviert) – Heidegger’s consideration of inanimate or material nature
11 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroThe poetic presentation of material nature is thus not an embellishment of what otherwise already exists. The poetic presentation allows the thing in question to show itself as relational and this means at the same time that it shows itself as participating in a world of sense.
Heidegger’s consideration of inanimate or material nature is ultimately a destabilization of the very “materiality” of it. The stone is not brute matter, the stone speaks. The stone is the materialization of pain, (…) -
Graham Harman (2002:197-199) – Geviert, Mortais-Deuses
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroSe terra e céu apenas repetem um dualismo já conhecido por nós, os deuses e os mortais parecem apresentar um par mais complicado. O primeiro desses termos é apresentado da seguinte forma: “Os deuses são os mensageiros insinuantes da divindade. De fora do domínio oculto desta última, o deus aparece em sua essência, o que o retira de toda comparação com o que vem à presença.” [GA79] Quanto ao outro quadrante da realidade: “Os mortais são os humanos. Eles são chamados de mortais porque podem (…)
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Mitchell (Four-Fold) – Noção de "Divindades" no Geviert
23 de maio, por Cardoso de CastroMitchell4
A apresentação de Heidegger das divindades (die Göttlichen) dentro da quadruplicidade (Geviert) não é algo que surge sem aviso prévio. Heidegger ocupava-se com questões religiosas e divinas desde cedo. No ano da publicação de Ser e Tempo, 1927, Heidegger lecionava sobre “Fenomenologia e Teologia”. Antes disso, os cursos de 1921 sobre a fenomenologia da religião cristalizaram as preocupações que estavam presentes desde o início da carreira de professor de Heidegger. (…) -
Mitchell (Four-Fold) – Noção de "Terra" no Geviert
23 de maio, por Cardoso de CastroMitchell4
Dentro do quádruplo (Geviert), a terra nomeia o que tradicionalmente poderíamos pensar como a "base material" da coisa. Essa afirmação só pode ser mantida se entendermos "material" e "base" de maneiras bastante distintas de seu uso tradicional na história da filosofia. Ou seja, estritamente falando, a terra não é nem "material" nem uma "base". O papel da terra dentro do quádruplo transforma todas as nossas expectativas habituais sobre o que conta como terreno ou mesmo terrestre, (…) -
Mitchell (Four-Fold) – Noção de "Mortais" no Geviert
23 de maio, por Cardoso de CastroMitchell4
Os mortais são, sequencialmente, o último membro do quádruplo a ser nomeado nas apresentações de 1949–50. Doravante, o nome "os mortais" (die Sterblichen) substituirá em grande parte, embora não exclusivamente, o de Dasein no pensamento de Heidegger. No entanto, não se deve esquecer que o nome "Dasein" já era, por sua vez, uma substituição ou deslocamento do que antes designava a essência do humano. "Dasein" representava uma ruptura com a ideia de um sujeito autocentrado. Contra (…) -
GA7:167-184 – A Coisa
21 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroTradução da conferência "A Coisa" por Eudoro de Sousa, refazendo tradução anterior de José Xavier de Mello Carneiro. Publicada em DE SOUSA, Eudoro. Mitologia História e Mito. Lisboa: Imprensa Nacional, 2004, p. 201-2015
Eudoro de Sousa
1. No tempo e no espaço todas as distâncias se contraem. Lá onde outrora o homem viajava por semanas e meses, chega ele agora, de avião, numa noite. Aquilo de que outrora o homem só obtinha informação, após anos, ou de que, pura e simplesmente, nem era (…) -
Graham Harman (2002:199-203) – diferenças intra Geviert
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroA questão restante é se há alguma diferença entre terra e deuses e, da mesma forma, alguma diferença entre céu e mortais. Se cada par consiste apenas em ocultação ou não ocultação, podemos abandonar com segurança o de Heidegger e retornar ao dualismo simples da análise inicial da ferramenta. Na tentativa de responder a essa pergunta, as questões se tornam um pouco mais sutis, embora permaneçam tão inteligíveis quanto antes. Pois é aqui que nossa discussão anterior sobre o curso de palestras (…)
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Mattéi (2001:74-76) – as dobras do ente
11 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
1 Natureza e Graça (Sobre-Natureza).
2. natureza e arte
3.natureza e história
4 Natureza e Espírito.
Mas, pela primeira vez, esta quadripartição, ainda com raízes em Aristóteles, é aproximada de Hölderlin, de quem Heidegger cita a terceira estrofe do hino Como num dia de festa…, para identificar a Natureza que o poeta canta com o Ser que o pensador procura. Tal como a Natureza está, nas palavras de Hölderlin, acima dos deuses e mais velha que os tempos, o Ser está, na (…)
Notas
- Graham Harman (2002:194-195) – objeto quádruplo
- Kockelmans (1984:101-102) – O mundo como o quadrinômio [Geviert]
- Laffoucrière (1968:244-245) – o homem habita na proximidade do Deus
- Mattéi (1989:158-159) – Os Divinos
- Mattéi (1989:159-160) – vita activa em Arendt
- Mattéi (1989:195) – Geviert
- Mattéi (1989:196) – decadência espiritual
- Mattéi (2001:72-74) – quatro modalidades do ente - Aristóteles e Kant
- Mattéi (2001:76-79) – tétrades em Introdução à Metafísica [GA40]
- Mattéi (2001:79) – Eterno Retorno do Mesmo em 4 pontos
- Mattéi (2001:80) – essencialidade de uma posição metafísica
- Mattéi (2001:80-82) – Uma posição metafísica fundamental é determinada por quatro pontos de vista
- Mitchell (2015:Intro) – mediação e racionalidade