(JEVH)
Evidentemente, não é o pronome latino ego (eu) que, por si só, pode apresentar uma dificuldade de compreensão, nem seu correspondente alemão ich, que Husserl também emprega, mas com menos frequência: é o adjetivo rein (puro), com o qual ele o acompanhou a partir de 1913 em várias passagens características do Livro I de seu Ideias (§ 37, p. 118-121; § 57, p. 188-190; § 80, p. 269-272, etc.). Em 1901, no § 8 da primeira edição da Quinta Investigação, ele havia excluído a própria (…)
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Husserl / Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
HUSSERL, Edmund. Ideen zu einer reinen Phänomenologie und phänomenologischen Philosophie. Erstes Buch: Allgemeine Einführung in die reine Phänomenologie. (1976) / Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006
Matérias
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Jacques English (2002) – ego, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro -
Fink (1966a:158-161) – alegoria da caverna
3 de junho de 2023, por Cardoso de CastroPara una interpretación fenomenológica, la caverna viene a ser la imagen de la permanente situación del hombre en el mundo. Siempre nos hallamos atados hasta la inmovilidad por la fascinación de una potente tradición de “prejuicios” que nos mantienen de espaldas a lo realmente existente y nos vuelven hacia el mundo de las “sombras", las de nosotros mismos y de las cosas.
Raúl Iturrino Montes
Pero la situación paradójica de la filosofía fenomenología de Husserl se deja simbolizar por (…) -
Husserl (MC:31-33) – O idealismo transcendental
23 de fevereiro de 2018, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. Meditações cartesianas e Conferências de Paris. Ed. Stephan Strasser. Tr. Pedro M. S. Alves. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 31-33
A transcendência é um caráter de ser imanente, que se constitui no interior do ego. Todo sentido que se possa conceber, todo ser concebível, chama-se ele imanente ou transcendente, cai no domínio da subjetividade transcendental. Um seu exterior é um contrassenso, ela é a universal, a absoluta concreção. Não tem sentido querer captar o (…) -
Anne Fagot-Largeault – A intersubjetividade transcendental em Edmund Husserl
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroDois textos de Edmundo Husserl serão aqui examinados. A Krisis é posterior às Meditações cartesianas (MCH). Autorizamo-nos com um argumento de Jan Patocka (1988, p. 169) a considerá-los no sentido contrário de sua cronologia. Segundo Patocka, Husserl tinha o projeto de fazer uma exposição sistemática do programa de uma filosofia fenomenológica tomando por base um conceito aprofundado da "redução" fenomenológica; mas uma vez que a Krisis permaneceu inacabada, a "visão de conjunto mais (…)
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Husserl (CHEF:50-51) – A tarefa espiritual da Europa
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. A Crise da Humanidade Europeia e a Filosofia. Tradução e Introdução: Pedro M. S. Alves. www.lusosofia.net
Condensemos as ideias fundamentais das nossas explanações: a hoje em dia tão falada “crise da existência europeia”, documentando- se em inumeráveis sintomas de desagregação da vida, não é nenhum destino obscuro, nenhuma fatalidade impenetrável, mas torna- se compreensível a partir do piano de fundo da teleologia da história europeia [51], que pode ser filosoficamente (…) -
Husserl (OG) – A história como gênese do sentido
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroA Origem da Geometria, trad. J. Derrida, Presses Universitaires de France, pp. 201-203
Compreender a geometria e um fato de cultura dado em geral é já estar consciente da sua historicidade, ainda que de maneira «implícita». Mas isto não é uma locução vazia, pois é verdadeiro de maneira completamente universal, para todo o fato dado sob o título «cultura», trate-se da mais baixa cultura, relativa às necessidades vitais, ou da cultura mais elevada (ciência, Estado, Igreja, organização (…) -
Vincent Gérard (1999) – A Krisis de Husserl (2)
3 de novembro, por Cardoso de Castro#### A Via Cartesiana
* 1. A Estrutura da Via Cartesiana * A expressão "caminho cartesiano" em Husserl é ambígua, pois sua filosofia surge como um cartesianismo radicalizado e, ao mesmo tempo, um cartesianismo invertido, mas pode ser recapitulada em quatro pontos principais. * O primeiro ponto é a exigência de apoditicidade do ponto de partida, segundo a qual a filosofia deve ser uma ciência absolutamente fundamentada, edificada a partir de um começo absoluto (ou um "ponto de (…) -
Učník (2016:35-37) – o aparecimento e isso que aparece
1º de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Assim, quando refletimos sobre o fenômeno puro, apercebemo-nos de que as cogitationes não são puro dado, como assumimos no início, mas já "escondem todo o tipo de transcendências" (IP, 67). Husserl apercebe-se de que "o aparecimento e o que aparece se sobrepõem um ao outro" (67; itálico no original). Temos tendência para nos concentrarmos na coisa, esquecendo que nenhuma coisa nos é dada de uma só vez e na sua totalidade. Como já foi referido, a coisa que experimentamos não é algo (…) -
Husserl (IFP:117-118) – A redução e o resíduo fenomenológico
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006, p. 117-118
Voltemos agora nossos pensamentos novamente ao primeiro capítulo, a nossas considerações sobre a redução fenomenológica. Está claro agora que de fato, em contraposição à orientação teórica natural, cujo correlato é o mundo, uma nova orientação tem de ser possível, a qual, a despeito de colocar (…) -
Husserl (IL2) – Objeto intencional e conteúdo imanente
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroInvestigações Lógicas, II, 2.a parte, trad. H. Élie, A. L. Kelkel e R. Schérer, Presses Universitaires de France, pp. 175-177
Quando me represento o deus Júpiter, este deus é um objeto representado, está «presente de uma maneira imanente» no meu ato, tem nele uma «existência mental». Quaisquer outras que sejam as expressões que possamos empregar, uma interpretação estrita revela-las-á errôneas. Represento-me o deus Júpiter quer dizer que tenho um certo vivido de representação, que na (…) -
Ihde (1979:4-6) – modelo fenomenológico entre Husserl e Heidegger
15 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroComo se pode dizer que essa fenomenologia, em alguns aspectos, “fica entre” Husserl e Heidegger, talvez seja prudente esboçar de forma breve e simplificada o modelo básico pelo qual a análise é guiada. Entendo que, em um procedimento fenomenológico, seja ele interpretado como consciência ou como existencial, o método central gira em torno de uma estratégia de correlações.
Mais uma vez, sem detalhes ou revisão extensa, um simples pareamento de Husserl e Heidegger pode ser indicativo:
(1) (…) -
Jacques English (2002) – crise, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
Foi apenas na última obra que ele próprio publicou que Husserl recorreu sistematicamente a esse termo, para qualificar a situação em que se encontram, desde o início dos Tempos Modernos, as "ciências europeias". No entanto, não há nada de absurdo em considerar que ele poderia tê-lo empregado já antes, em pelo menos três de suas publicações, cuja problemática, de fato, havia sido muito próxima, pois dizia respeito, sem mais delongas, à relação que a intencionalidade mantém (…) -
Husserl (IFP1:114-116) – O ser absoluto da consciência
24 de março de 2018, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006, p. 114-116
Por outro lado, com tudo isso não está dito que tem de haver um mundo, que tem de haver alguma coisa. A existência de um mundo é o correlato de certas diversidades empíricas que se destacam por certas configurações eidéticas. Não há, porém, evidência de que as experiências atuais só possam (…) -
Fragata (1961) – A fenomenologia de Husserl como fundamento da filosofia
18 de março, por Cardoso de CastroA Filosofia de Edmund Husserl Dr. Júlio Fragata Edições da Revista "Filosofia" Lisboa, 1961
1. — Husserl adquiriu, actualmente, um lugar de particular relevo entre os filósofos contemporâneos. Sobretudo dois factores podem contribuir para que um autor se mantenha numa posição de destaque: O influxo originado pelo seu impulso e o interesse pelo conteúdo intrínseco do seu pensamento.
O influxo de Husserl, a partir de 1900, data em que publicou o primeiro volume das Investigações lógicas, é (…) -
Fragata (1962) – O impulso fundamentador da fenomenologia de Husserl
18 de março, por Cardoso de CastroJúlio Fragata S. I. Professor da Faculdade de Filosofia de Braga
Problemas da Fenomenologia de Husserl Edições Livraria Cruz Braga 1962
I. — O desenvolvimento científico, originado no Renascimento, trouxe consigo, dum modo candente, o problema da coordenação e fundamentação das ciências que preocupou os filósofos mais eminentes da Filosofia Moderna, como Descartes, Leibniz e Kant.
Descartes, olhando para o edifício científico do seu tempo, considerava-o «mal construído» e sem (…) -
THD – sedimentações (Niederschläge, Sedimentierung)
16 de junho de 2023, por Cardoso de Castrosedimentation expresses how experiences become embodied in one’s actions, become habitual, and forms one’s character and individual style.
Sedimentation is a term found in Husserl’s later work, e g. Phenomenological Psychology, Formal and Transcendental Logic (Appendix Two § 50), in Crisis (§ 9 h, p 52, VI 52); The Origin of Geometry (Crisis, p 361; VI 371), and Experience and Judgment § 67. It appears also in his Lectures on Passive Synthesis. The term is not found in his earlier work, (…) -
Fragata (1962) – O impulso psicológico da fenomenologia de Husserl
18 de março, por Cardoso de CastroJúlio Fragata S. I. Professor da Faculdade de Filosofia de Braga
Problemas da Fenomenologia de Husserl Edições Livraria Cruz Braga 1962
I. — Durante os estudos secundários, efectuados em Olmutz, o talento de Husserl não despertou a atenção de ninguém. Era um aluno vulgar que gostava sobretudo da Matemática e das Ciências Naturais. Nestas predileções começavam a estender as suas raízes duas características fundamentais que depois nele se desenvolveriam pujantemente: A ânsia de rigor (…) -
Husserl (IFP2:81-82) – Constituição da natureza objetiva
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroIdeen zu einer reinen Phänomenologie und phänomenologischen Philosophie, II, Husserliana, IV, La Haye, M. Nijhoff, 1952, pp. 81-82, trad. A. L. Kelkel e R. Schérer
Toda a coisa da minha experiência faz parte do meu «ambiente» e isto quer, primeiramente, dizer que o meu corpo próprio está presente também ao mesmo tempo. Não que esta constatação seja, em todo o sentido, uma necessidade de essência. É o que nos ensina, precisamente, «a experiência de pensamento» solipsista. Reparando melhor, (…) -
Ihde (1991:20-22) – Qualidades, matematização e mundo da vida
15 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroDe acordo com Husserl, o que era “óbvio” para Galileu era uma longa tradição de relação e aplicação da geometria antiga em uma aparência platônica, de modo que o mundo empírico pudesse ser matematizado com certa intuitividade — mas apenas até certo ponto. Medidas e correspondências parciais eram conhecidas desde a antiguidade (e revividas no Renascimento). Assim, sem especificar mais as origens, as proporções entre comprimentos de cordas e sons (harmônicos) e entre formas selecionadas (…)
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Husserl – A filosofia, ciência rigorosa
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroPosfácio às minhas «Ideias diretizes», trad. francesa Arion L. Kelkel, Revue de Métaphysique et de Morale, 1957, n.° 4, pp. 372-374
Restituo a ideia de filosofia mais original, a que, desde a sua primeira expressão coerente dada por Platão, se encontra à base da nossa filosofia e da nossa ciência europeias e permanece para elas a indicação de uma tarefa imorredoira. «Filosofia», segundo esta ideia, significa, para mim, «ciência universal» e, no sentido radical da palavra, «ciência (…)
Notas
- Beaufret (1998:24-25) – Husserl e Heidegger
- Carman (2003:121-123) – O que é um mundo?
- Carman (2003:129-130) – regiões ontológicas
- Carman (2003:130n) – objetos matemáticos
- Caron (2005:135-136) – desacordo sobre o solo da fenomenologia (Husserl e Heidegger)
- Caron (2005:190) – Crítica heideggeriana da estrutura do ego transcendental
- Caron (2005:190-191 nota) – fenomenologia inacabada
- Caron (2005:712-713) – constituição do si mesmo
- Drummond (Husserl) – fundador da fenomenologia moderna
- Edith Stein (1987:Nota) – sur les Méditations cartésiennes
- Ernildo Stein (2012:33-35) – Lebenswelt enquanto antepredicativo
- Ernildo Stein (2012:35) – Lebenswelt e Urverdrängung (recalque)
- Ernildo Stein (2012:35-38) – Lebenswelt e significância (Bedeutsamkeit)
- Ernildo Stein (2015:86) – absoluto
- Franck (2014:11-13) – Descartes - o deslocamento que falsifica tudo
- GA14: questionar a "coisa ela mesma"
- GA17:200 – intencionalidade (Intentionalität)
- GA27:13-15 – filosofia é uma ciência absoluta?
- Hebeche (2005:317) – solipsismo metodológico
- Henry (2002b) – Direto às coisas elas mesmas
- Henry (2002b) – Tanto aparência, tanto ser
- Husserl (1954:369-370) – horizonte e linguagem
- Husserl (Crise) – a racionalidade das ciências exactas
- Husserl (Ideias:§24) – princípio de todos os princípios
- Husserl – A constituição operada pela consciência
- Husserl – A filosofia, ciência rigorosa
- Husserl – A história como gênese do sentido
- Husserl – A intencionalidade da consciência
- Husserl – A redução e o resíduo fenomenológico
- Husserl – Evidência e verdade
- Husserl – existência intencional de um objeto
- Husserl – fenomenologia é idealismo transcendental
- Husserl – Irredutibilidade das leis lógicas
- Husserl – O empirismo assenta num preconceito
- Husserl – O ideal do radicalismo
- Husserl – O problema do mundo da vida e as ciências objetivas
- Husserl – O sentido da história e a filosofia moderna
- Husserl – Objeto intencional e conteúdo imanente
- Husserl – Objeto intencional e objeto real
- Husserl – Os limites da redução cartesiana
- Husserl – Reflexão natural e reflexão transcendental
- Husserl – Relatividade das verdades
- Krell (1982) – síntese de "Consciência íntima do Tempo"
- LDMH: Sorge - Cura - Souci
- Marion (1998:§1) – intuição dadora originária
- Marion (1998:§1) – Tão aparecer, quão ser/estar
- Marion (1998:§1nota) – privilégio da dação
- Monticelli (1997:167) – Binswanger, recorre a Husserl e Heidegger
- Monticelli (1997:170-172) – “Da” de “Dasein”
- Sallis (1993:xi-xii) – Terra em Husserl
- Schürmann (1982:78) – Husserl privilegia a visão
- Schürmann (1982:78-79) – conceito husserliano de consciência aponta para a Vorhandenheit
- Schürmann (1982:79-80) – subjetividade = substrato e mônada
- Schürmann (1982:80-81) – status intuitivo do ser em Husserl
- SZ:47-48 – atos são executados, pessoa é executor-de-atos