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LDMH: Sorge - Cura - Souci
terça-feira 18 de abril de 2017
A filosofia moderna é, de Descartes
Descartes
H. consagrou dois cursos e quatro seminários a Descartes. A desconstrução da metafísica heideggeriana conduz um diálogo intenso com Descartes.
a Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
, tão centrada sobre o sujeito, o ego, que uma démarche que, como aquela de Heidegger, não toma a consciência como ponto de partida não poderia senão agitar e desconcertar, até parecer incompreensível (Sartre
Sartre
Jean-Paul Sartre
JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980)
Excertos, por termos relevantes, de sua obra original em francês
a diz até mesmo não recebível). Em que o "souci" (Sorge) é e não é a consciência, eis aí um dos pontos verdadeiramente sutis desta démarche. No entanto a palavra ela mesma é particularmente simples e é preciso sublinhar sua simplicidade. Pertence à língua corrente, a esta língua cotidiana que não se deve perder de vista. Sua tradução não impõe a princípio um problema assim como do latim cura. O contrassenso a afastar é que Heidegger jamais quis dizer que o Dasein estaria permanentemente e por definição atormentado, "atolado de ocupações" mesmo se o termo, tal qual empregado por ele, é suscetível de um amplo leque de nuances […]. É preciso retirar a dramaticidade deste termo. A língua alemã recorre todo tempo a esta palavra assim como ao verbo sorgen. Por exemplo, de uma pessoa que se ocupa de seu parente idoso, que vigia sobre ele e garante que nada lhe falte, o sustentando em tudo.
Enquanto Dasein, ele aí pensa. O Dasein não é o "Pensador" de Rodin. Existir, é aí pensar. "Aí pensar", tal é a estrutura do Dasein à qual Heidegger dá o nome de cura (souci) para dela fazer um existencial de primeiro nível.
Toda consciência, diz Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
, é consciência de algo. Aluno de Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
, Heidegger não o ignora evidentemente e ele bem assimilou o que queria dizer Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
mas propriamente percebeu no que diz aqui Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
um possível eco da palavra de Platão
Platon
Plato
Platão
Platón
O pensamento de Heidegger é um diálogo a todo instante com aquele de Platão. Presente em todos os escritos de Heidegger desde Ser e Tempo, Platão é o pivô a partir do qual o pensamento de Heidegger se engaja prospectivamente a entrar em correspondência com outros Matinais. (LDMH)
, aquela que diz: "Todo logos é logos de algo" (Sofista 262; SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
p. 159). Falar, é falar de algo. Esta maneira de "saltar" de Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
a Platão
Platon
Plato
Platão
Platón
O pensamento de Heidegger é um diálogo a todo instante com aquele de Platão. Presente em todos os escritos de Heidegger desde Ser e Tempo, Platão é o pivô a partir do qual o pensamento de Heidegger se engaja prospectivamente a entrar em correspondência com outros Matinais. (LDMH)
— de "helenizar Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
", se assim se pode dizer —, é totalmente Heidegger e é assim que ele evita, contorna e subverte a "consciência" tal qual ela pôde ser, aí incluindo em Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
, o fundamento da egologia dos modernos. O que é primeiro para o Dasein não é o cogito, é que ele — aí — pensa. Ele pensa na morte, certo, mas ele pensa também em fazer sua declaração de impostos, em regar as plantas, em casar, etc. E aqui Heidegger se atém em desvendar, precisar e se possível radicalizar o que Husserl
Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
vislumbrou sob este nome de intencionalidade da consciência em lhe dando uma amplitude ontológica existencial. (escrito a partir das páginas 1241-1242 de LDMH
LDMH
ARJAKOVSKY, P., FÉDIER F. et FRANCE-LANORD, H., Le Dictionnaire Martin Heidegger. Paris: CERF, 2013.
)
Ao falar o existencial cura Heidegger não se refere à ocupações do Dasein, mas ao Dasein onde a cura habita e revela a humanidade, cuja humanidade tem a face da cura. Assim como afirma Heidegger ao longo do capítulo VI de Ser e Tempo GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972 , a cura é o ser do Dasein.
Ver online : SORGE