Extrato da tradução em português de Carlos Morujão
O eu, enquanto «eu penso» é, de ora em diante [após Descartes], o fundamento em que repousa toda a certeza e verdade. Mas, ao mesmo tempo, o pensamento, o enunciado, o logos, é o fio condutor das determinações do Ser, das categorias. Estas encontram-se tendo como fio condutor o «eu penso», tendo em vista o eu. Deste modo, o eu, devido a este significado fundamental para a fundamentação da totalidade do saber, torna-se a determinação (…)
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Descartes
H. consagrou dois cursos e quatro seminários a Descartes. A desconstrução da metafísica heideggeriana conduz um diálogo intenso com Descartes.
Matérias
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GA41: Significado «razão pura»
19 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro -
GA6T2:168-172 – posições metafísicas fundamentais de Descartes e de Protágoras
21 de maio de 2023, por Cardoso de CastroNa essência da nova posição metafísica do homem enquanto subiectum acha-se fundamentado o fato de a execução da descoberta e da conquista do mundo, assim como as respectivas irrupções nessa direção precisarem ser assumidas e realizadas pelos indivíduos singulares excepcionais.
Casanova
Estamos finalmente em condições de caracterizar a posição metafísica fundamental de Descartes segundo os quatro aspectos citados e distingui-la da posição metafísica fundamental de Protágoras.
1. Na (…) -
Marion (1989:124-129) – Heidegger confrontando Husserl sobre Descartes
23 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroAssim, no verão de 1925, Prolegômenos à história do conceito de tempo [GA20] tenta uma "crítica imanente da pesquisa fenomenológica", examinando como ela determina a consciência pura. Em outras palavras, "A questão será para nós [sc. Heidegger]: nessa elaboração do campo temático da fenomenologia que é a intencionalidade [sc. de Husserl], a questão sobre o ser dessa região, sobre o ser da consciência, é construída (gestellt), ou seja, o que significa aqui em geral ser, quando dizemos que a (…)
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GA17: Estrutura da obra
29 de janeiro de 2017, por Cardoso de CastroTradução do inglês
Introdução à investigação fenomenológica Observação preliminar Parte I Phainomenon e Logos em Aristóteles e A Auto-interpretação de Husserl da Fenomenologia Capítulo I Elucidação da expressão "fenomenologia" retornando até Aristóteles 1 Clarificação de phainomenon com base na análise aristotélica de perceber o mundo pelo modo de ver phinomenon como uma maneira distinta de uma presença do ente: existência durante o dia phainomenon como qualquer coisa que de si mesmo (…) -
GA9:74-77 – Sujeito-Objeto
27 de maio de 2023, por Cardoso de CastroAcerca de la pregunta e) ¿En qué sentido pensar y hablar son objetivadores y en qué sentido no lo son? Pensar y hablar son objetivadores, es decir, ponen lo dado como objeto, en el campo del representar técnico científico-natural. Aquí lo son necesariamente, porque este tipo de conocimiento tiene que plantear de antemano su tema al modo de un objeto calculable y explicable causalmente, es decir, como un objeto en el sentido definido por Kant.
Fuera de este ámbito, pensar y hablar no son en (…) -
Henry (1985:6-7) – o conceito de consciência em Descartes
19 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroRodrigo Vieira Marques
Quando, pois, o conceito de inconsciente apareceu no pensamento moderno? Ao mesmo tempo em que o de consciência e como sua exata consequência. Descartes foi o responsável por ter introduzido o conceito de consciência com o sentido que tem para nós – não mais o de consciência moral, o qual se referia ao modo de julgar do homem e à sua dignidade, ao modo de avaliar o seu lugar na escala dos seres e no cosmos. O homem era, então, apenas uma realidade da qual importava (…) -
Barbaras (2013) – sujeito
7 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroIndiscutiblemente Heidegger se inscribe en la perspectiva abierta por el descubrimiento husserliano del a priori de la correlación, razón por la que pone de relieve la necesidad de interrogarse sobre el sentido del ser del sujeto. En efecto, escribe en Los problemas fundamentales de la fenomenología:
Con esto decimos de nuevo que, sin duda ninguna, en el énfasis puesto en el sujeto, que es habitual en la filosofía desde Descartes, se encuentra un impulso genuino del preguntar filosófico, (…) -
GA41:92-94 – a matemática e o matemático
3 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroSe tivermos uma visão de conjunto de tudo o que foi dito, somos capazes de conceber mais rigorosamente a essência do matemático. Até ao momento, ele foi caracterizado de uma forma geral como um tomar conhecimento de tal ordem que o que ele tem o dá a si mesmo a partir de si mesmo, de modo que dá a si mesmo aquilo que já tem. Agora, reunimos a determinação total da essência do matemático em pontos individuais:
1) Como um «mente concipere», o matemático é um projeto acerca da coisalidade da (…) -
Laffoucrière (1968:118-120) – nascimento do sujeito no sentido moderno
30 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroA virada capital que se opera com o autor dos Princípios [Descartes], é a transformação da noção de sujeito e de objeto. A escolástica conservava orgulhosamente a analogia entis e, em considerando o mundo como ens creatum, fazia um sujeito e não um objeto. Uma mesa, uma casa, uma árvore guardavam para ela as características do hypokeimenon, quer dizer do suppositus. Por aí se exprimia o traço essencial da presença de todo ente, a substancialidade. O subjectum, é isto que aí está, presente (…)
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Marion (2008:98-101) — o anonimato do ego
27 de junho de 2023, por Cardoso de CastroO cogito, suposto me apropriar de mim mesmo como um mim mesmo, me expulsa de mim mesmo e me define por este mesmo exílio. Por conseguinte, sou paradoxalmente aquele que em pensando sabe que não é (pertence a) ele mesmo, não conhece sua essência e nunca pode dizer (ele mesmo), rigorosamente, mim mesmo.
tradução do inglês
Um ponto parece assim estabelecido: em nenhum momento Santo Agostinho consegue (nem tenta, como Descartes fará) assegurar o ego de sua existência ou atribuí-lo (…) -
GA15:292-294 – verdade como certeza e sujeito-objeto
18 de fevereiro de 2021, por Cardoso de CastroHEIDEGGER, Martin. Four Seminars. Le Thor 1966, 1968, 1969, Zähringen 1973. Translated by Andrew Mitchell and François Raffoul. Bloomington: Indiana University Press, 2012, p. 13-14
Tradução
Como chegamos a esta separação, esta dicotomia entre o sujeito e o objeto? Como um surge em relação ao outro? Esta questão pressupõe um estágio anterior, quando a dicotomia ainda não havia ocorrido. Este estágio inicial, para Hegel, é o mundo grego.
Qual é de fato a força motriz da dicotomia (…) -
GA5:106-112 – sujeito - subiectum - hypokeimenon
5 de maio de 2017, por Cardoso de CastroExcerto de HEIDEGGER, Martin. Caminhos de Floresta. Coordenação Científica da Edição e Tradução Irene Borges-Duarte. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002, p. 131-137]
Borges-Duarte
Como é que se chega, de todo, a que o ente se interprete, de um modo acentuado, como subjectum, e a que, consequentemente, o subjectivo alcance um domínio?
Pois até Descartes, e ainda dentro da sua metafísica, o ente é, na medida em que é um ente, um sub-jectum (ύπο-κείμενον), algo subjacente por si (…) -
Gadamer (1993:C1) – da episteme à ciência
5 de dezembro de 2020, por Cardoso de CastroGalileu, por exemplo, não descobriu o limite da queda livre através da experiência, mas, como ele mesmo afirma: mente concipio, quer dizer, eu concebo-a em minha mente. Aquilo que Galileu concebeu dessa maneira, como a ideia da queda livre, não foi, de fato, um objeto da experiência. O vácuo não existe na natureza.
Antônio Luz Costa
Deve-se esclarecer o completo alcance daquilo que, com as ciências empíricas e as ideias sobre método, se colocou ao mundo. Quando se diferencia “a ciência” (…) -
Dreyfus & Taylor (2015:1-4) – sujeito-objeto
16 de dezembro de 2019, por Cardoso de CastroNossa tradução
“UMA IMAGEM NOS MANTÉM CATIVOS” (Ein Bild hielt uns gefangen). É o que Wittgenstein fala no parágrafo 115 das Investigações Filosóficas. O que ele se refere é a poderosa imagem da mente-no-mundo que habita e subjaz ao que poderíamos chamar de moderna tradição epistemológica, que começa com Descartes. O ponto que ele quer transmitir com o uso da palavra “imagem” (Bild) é que há algo aqui diferente e mais profundo do que uma teoria. É um entendimento de fundo amplamente não (…) -
Être et temps : § 64. Souci et ipséité.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
L’unité des moments constitutifs du souci, c’est-à-dire de l’existentialité, de la facticité et de l’être-échu, a rendu possible la première délimitation ontologique de la totalité du tout structurel du Dasein. La structure du souci a été portée à la formule existentiale suivante : [317] (…) -
GA6T1:495-497 – a monstruosidade da teoria do conhecimento
21 de maio de 2023, por Cardoso de CastroNo interior da história do Ocidente, o conhecimento é considerado como aquele comportamento e como aquela postura do re-presentar por meio dos quais o verdadeiro é apreendido e preservado como uma posse.
Casanova
O que é isso – o conhecimento? Pelo que perguntamos propriamente quando colocamos a pergunta sobre a essência do conhecimento? À posição do homem ocidental em meio ao ente, à determinação, fundamentação e desdobramento dessa posição em relação ao ente, isto é, à determinação (…) -
GA23: Estrutura da obra
31 de janeiro de 2023, por Cardoso de CastroEINLEITUNG
Anzeige der Vorlesung. Philosophie als phänomenologische Ontologie
1. Anzeige dieser Vorlesung
2. Wissenschaftlicher und vulgarer Begriff von Metaphysik
3. Entdeckung der Natur und Ausbildung der mathematischen Physik
a) Wissenschaftliche Entdeckung der Natur und ontologische Besinnung
b) Die neue Bedeutung der Mathematik
4. Vier Probleme der Forschung: Sein — Natur — Mensch — Wahrheit
5. Begriff und Methode der Philosophie
a) Philosophie als kritische (…) -
Être et temps : § 21. La discussion herméneutique de l’ontologie cartésienne du « monde ».
10 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La question critique suivante s’élève : est-ce que cette ontologie du « monde » s’enquiert vraiment du phénomène du monde, et, sinon, détermine-t-elle à tout le moins un étant intramondain au point que sa mondialité puisse y être rendue visible ? Dans les deux cas, la réponse doit être (…) -
GA24:178-182 – o "Eu"
27 de maio de 2023, por Cardoso de CastroKant interpreta, em suma, o eu como a “unidade originária sintética da apercepção”. O que isso significa? O eu é o fundamento originário da unidade da multiplicidade de suas determinações, de tal modo que eu as tenho todas juntas enquanto eu com vistas a mim mesmo, que eu as mantenho desde o princípio juntas, isto é, que eu as ligo: síntese.
Casanova
O conceito de sujeito no sentido da subjetividade, da egoidade, depende ontologicamente da maneira mais íntima possível da categoria (…) -
GA88: Estrutura da Obra (parcial)
13 de junho de 2017, por Cardoso de CastroAlberto Ciria
I. EJERCITACIÓN EN EL PENSAMIENTO FILOSÓFICO
1 Ejercitación en el pensamiento filosófico
2 Instrucciones
3 [Ejercicios filosóficos]
II. HERÁCLITO, FRAGMENTO 7. NIETZSCHE, LA VOLUNTAD DE PODER, N° 493
4 [Heráclito, fragmento 7 El ser de lo ente]
5 [El ser de lo ente]
6 [Nietzsche y el problema de la verdad]
7 Nietzsche, La voluntad de poder, n° 493 (1885)
8 Resumen de la consideración preliminar de las sentencias de Heráclito y Nietzsche (tránsito a la (…)
Notas
- Beaufret (1974:28) – O evento instaurador da ciência moderna
- Franck (2014:11-13) – Descartes - o deslocamento que falsifica tudo
- GA11:23-24 – certitudo - certeza - Gewißheit
- GA17:200 – intencionalidade (Intentionalität)
- GA18:198-199 – thinking not an appeal to a brain process
- GA20: Ciências naturais, psicologia e consciência (15-16)
- GA23:138 – o ego sum
- GA24:177-178 – EGO - EU
- GA26:91-92 – res corporea
- GA26:92-93 – extensio
- GA36-37:134-135 – O problema da verdade é ilusório
- GA36-37:39-40 – a dúvida cartesiana
- GA36-37:41-43 – "eu" cartesiano
- GA6T2:164-165 – economia maquinal (machinale Ökonomie)
- GA6T2:230-231 – Bedingung der Möglichkeit - Condição de Possibilidade
- GA7:71-72 – a metafísica pertence à natureza do homem
- GA87:305-306 – Todo pensamento moderno é uma filosofia da subjetividade
- Haugeland (2013:122-123) – Descartes
- Henry (1985) – cogitatum
- Luijpen (1973:100-101) – Exclusão do "problema critico" ?
- Luijpen (1973:42-44) – Descartes
- Luijpen (1973:46-47) – Consequências da primazia do "cogito"
- Luijpen (1973:47-48) – Critério da verdade e certeza
- Luijpen (1973:48-49) – O homem
- Raffoul (1998:5-6) – Subjektivismus