Nosso tema não é aqui o estabelecimento de uma tal doutrina das faculdades. Procuramos apenas determinar a natureza de suas exigências. A este respeito, porém, as determinações platônicas não podem ser satisfatórias. Com efeito, não são figuras já mediatizadas e referidas à representação, mas, ao contrário, estados livres ou selvagens da diferença em si mesma que são capazes de levar as faculdades a seus limites respectivos. Não é a oposição qualitativa no sensível, mas um elemento que é em (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Deleuze (1988:238-240) – o pensar
26 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Deleuze (1988:118-120) – Nota sobre a filosofia da diferença de Heidegger
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroParece que os principais mal-entendidos que Heidegger denunciou como contra-sensos sobre sua filosofia, após Ser e tempo e Que é metafísica’?, incidiam sobre o seguinte: o NÃO heideggeriano remetia, não ao negativo no ser, mas ao ser como diferença; e não à negação, mas à questão. Quando Sartre, no início de O ser e o nada, analisava a interrogação, ele fazia disto uma preliminar para a descoberta do negativo e da negatividade. De certo modo, era o contrário do procedimento de Heidegger. É (…)
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Deleuze (1988:74-76) – Univocidade e diferença
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroSó houve uma proposição ontológica: o Ser é unívoco. Só houve apenas uma ontologia, a de Duns Scot, que dá ao [75] ser uma só voz. Dizemos Duns Scot porque ele soube levar o ser unívoco ao mais elevado ponto de sutileza, mesmo que à custa de abstração. Mas, de Parmênides a Heidegger, a mesma voz é retomada num eco que forma por si só todo o desdobramento do unívoco. Uma só voz faz o clamor do ser. Não temos dificuldade em compreender que o Ser, embora seja absolutamente comum, nem por isso é (…)
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Carman (2003:126-128) – cognição, interior-exterior
24 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroLonge de apelar para intuições brutas e reificadoras, a concepção de Heidegger da cognição como um modo fundado de ser-em equivale ao reconhecimento de que nossa orientação prática no mundo é uma condição da própria interpretabilidade de nossa própria cognição como cognição. Pois todas as teorias da cognição inevitavelmente pressupõem e se baseiam em alguma compreensão, ainda que tácita, de nosso ser-em, que elas nunca podem, por sua vez, esgotar. Mais uma vez, não se trata de insistir que (…)
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Carman (2003:106-108) – os conceitos de subjetivo, objetivo, interno e externo
24 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroConsidere, por exemplo, o contexto da prática social cotidiana que Heidegger toma como ponto de partida em seu relato da “mundanidade” (Weltlichkeit) cotidiana do Dasein em Ser e Tempo.. Nosso mundo prático cotidiano e sua inteligibilidade mundana são algo subjetivo ou objetivo? Ele é interno ou externo a nós e ao nosso ponto de vista? Tomemos como exemplo o valor econômico. Claramente, ele não é uma propriedade física objetiva de nada nem meramente uma função das atitudes subjetivas (…)
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Luiz Bicca (1999:13-19) – mundo
24 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroEssas totalidades que enquadram e arranjam previamente as coisas para as compreensões primárias impelem o pensamento em direção à totalidade das totalidades, vêm a ser, ao mundo. Heidegger fornece-nos definições concisas de mundo, concebidas do ponto de vista da existência humana: “Mundo é… aquilo que é anterior, no sentido rigoroso da palavra — anterior: aquilo que anteriormente, antes já da concepção (Erfassen) deste ou daquele ente em cada Dasein existente, está desvelado e [13] (…)
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Gelven (2003:38) – ser e o real
21 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroA problemática metafísica, que é a única das três possibilidades que exige transformação, pergunta de duas maneiras: o real ou o ser. Como é possível sugerir, como faz Kant, que dizer que algo existe é dizer que é o objeto da experiência possível, é claro que precisamos considerar a possibilidade de outro termo que tenha maior extensão. A sugestão do próprio Kant é realidade, que ele distingue de aparência. Mais recentemente, no entanto, Heidegger, aduzido de forma esboçada por Nietzsche, (…)
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Mitchell (2015:71-73) – Terra em "Origem da Obra de Arte"
21 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroHeidegger introduziu pela primeira vez uma nova concepção da terra () em seu ensaio “A origem da obra de arte” de 1936 [GA5]. (A primeira elaboração é datada de 1931.) Isso não quer dizer que já esteja presente no ensaio da obra de arte — não está —, mas o papel que a terra desempenha ali a prepara para uma eventual inclusão em Geviert em 1949. […]
Desde a primeira elaboração do ensaio até sua versão publicada, a terra é entendida em uma relação tensa com o mundo. A descoberta de (…) -
Mitchell (2015:40-41) – objeto perceptual da fenomenologia e Bestand
21 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] a Bestand também mostra um contraste marcante com o objeto perceptual da fenomenologia. Parte da concepção husserliana do objeto — de fato, um princípio básico da própria fenomenologia — é que o objeto não é dado de uma só vez, mas sim em perfis e perspectivas. Husserl é sempre muito claro ao dizer que “a percepção de um todo não implica a percepção de suas partes e determinações”. É verdade que o “resto” do objeto é pretendido nesses perfis, seja como retido na memória ou obtido na (…)
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Mitchell (2015:27-28) – maquinação
20 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroOs entes são abandonados ao mundo, e isso significa que eles são abandonados à maquinação. Ao ente abandonado, “o ente aparece assim, ele se mostra como objeto e presente, como se não tivesse essência” (GA65: 115/91, tm). A maquinação nomeia a constelação de forças que lutam pela objetivação e presença do mundo, realizando o trabalho contínuo de abandono. Assim, os entes aparecem como objetos presentes e a maquinação estabelece todo um sistema de apoio para garantir que eles sejam tratados (…)