Martin Heidegger (nascido em 1889) também começou rejeitando a subjetividade absoluta de Husserl; ele exigiu uma saída imediata do “eu”, de cada “eu” que eu mesmo sou. Por outro lado, o que ele define como “Da-sein” aparece para ele como uma essência assombrada, antes de tudo, pela atividade e pela dominação a serem estabelecidas sobre o mundo. A pré-condição metafísica da qual Heidegger parte é, portanto, a imagem especificamente moderna do homem que professa não conhecer nada além do homem (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Gaboriau (1962:42-44) – fenomenologia de Heidegger
16 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Escudero (2016) – Ceticismo epistemológico e antimentalismo
16 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroO parágrafo 43 de Ser e Tempo retoma a problemática tradicional em torno do debate idealismo-realismo. Na seção 43a, o foco está no problema da existência do mundo externo, o que equivale a levantar a questão do ceticismo epistemológico. E na seção 43c, é abordado o problema ontológico da extensão em que o mundo depende da nossa experiência dele. Aqui nos deparamos com o problema do mentalismo. Em ambos os casos, Heidegger dissolve esses problemas ao mostrar sua inconsistência ontológica. (…)
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Ihde (1979:4-6) – modelo fenomenológico entre Husserl e Heidegger
15 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroComo se pode dizer que essa fenomenologia, em alguns aspectos, “fica entre” Husserl e Heidegger, talvez seja prudente esboçar de forma breve e simplificada o modelo básico pelo qual a análise é guiada. Entendo que, em um procedimento fenomenológico, seja ele interpretado como consciência ou como existencial, o método central gira em torno de uma estratégia de correlações.
Mais uma vez, sem detalhes ou revisão extensa, um simples pareamento de Husserl e Heidegger pode ser indicativo:
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Ihde (1991:16-19) – Praxis-percepção, um modelo fenomenológico de interpretação
15 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroO principal progenitor do movimento fenomenológico foi Edmund Husserl, cujas obras editadas foram publicadas desde o início do século XX até 1936. Um leitor francês dele, especialmente com [17] relação às obras posteriores, foi Maurice Merleau-Ponty, que faleceu em 1961. Ambos voltaram sua atenção para o papel da percepção na ciência e ambos utilizaram uma versão do mundo da vida como uma ideia interpretativa.
A Crise de Husserl foi publicada em 1936, e nela podemos encontrar um (…) -
Ihde (1991:20-22) – Qualidades, matematização e mundo da vida
15 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroDe acordo com Husserl, o que era “óbvio” para Galileu era uma longa tradição de relação e aplicação da geometria antiga em uma aparência platônica, de modo que o mundo empírico pudesse ser matematizado com certa intuitividade — mas apenas até certo ponto. Medidas e correspondências parciais eram conhecidas desde a antiguidade (e revividas no Renascimento). Assim, sem especificar mais as origens, as proporções entre comprimentos de cordas e sons (harmônicos) e entre formas selecionadas (…)
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Irigaray (1983) – o ser no ar
15 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro“Em que círculo estamos aqui, sem saída? É a eukyklos aletheia, a perfeita circularidade, pensada, por sua vez, como Lichtung, como a clareira do aberto? Mas então a tarefa do pensamento não se intitulará, em vez de Sein und Zeit, ser e tempo: Lichtung und Anwesenheit (clareamento e presença)? Mas de onde e como há a clareira (gibt es die Lichtung)? O que queremos dizer com “há” (es gibt)? A tarefa do pensamento, então, seria abandonar o pensamento que tem prevalecido até agora e determinar (…)
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Ricoeur & Dufrenne (1947) – filosofia da existência em Jaspers
14 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro2) Como uma filosofia da existência pode agora ser um pensamento (ein Denken), de acordo com o segundo voto da philosophia perennis? A dificuldade de pensar sobre a existência está, antes de tudo, no desmembramento do ser; por causa disso, a filosofia corre o duplo perigo da incoerência e da confusão. De fato, é possível dar um status racional a essas rupturas, que expressam as relações dramáticas da existência com o mundo e com a transcendência, em vez de relações que possam ser (…)
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Ricoeur & Dufrenne (1947) – "questão do ser" em Jaspers
14 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro1) Esse termo — ser — é colocado desde as primeiras páginas da Filosofia [de Jaspers] e a questão do ser será, do começo ao fim, o ímpeto que impulsionará o filósofo de todas as posições que ele conquistar; no final, nem o objeto das ciências, nem mesmo a existência, será o ser em si mesmo. Isso quer dizer imediatamente que a filosofia de Jaspers não ignora o problema dos problemas, como Heidegger a censura por fazer; o sentido agudo que ela tem da existência, ou seja, do indivíduo humano, (…)
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Xolocotzi (YouTube) – Seminários de Zollikon [GA89]
13 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Xolocotzi (2011:23-27) – nossas relações com as coisas
13 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroTomemos, então, como faz Heidegger, o ponto de partida mais regular e imediato que temos: nossas relações com as coisas. Obviamente, falar sobre coisas já apresenta um problema inicial: de que tipo de coisas estamos falando, o que é uma coisa, queremos dizer a mesa, o chão, a ideia ou a justiça? Se pretendemos realizar uma “definição” desde o início, a própria intenção já aponta em uma direção, talvez despercebida, que estabelece um certo quê como guia. E isso constituiria uma maneira (…)