Zambrano1939
Os breves passos em que acompanhámos a razão na sua viagem através do nosso estreito mundo do Ocidente são suficientes, penso eu, para nos permitir ver que a razão se tornou arrogante. Não ouso dizê-lo pela raiz; creio, pelo contrário, que nos seus começos luminosos e audazes com Parménides e Platão, a razão pode ter pecado de outras coisas, mas não de orgulho. O orgulho veio com o racionalismo europeu na sua forma idealista e especialmente com Hegel. O orgulho da razão é o (…)
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Existencialismo
Citações das obras de Kierkegaard , Dostoiévski , Sartre e outros
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Orgulho e arrogância da razão
26 de setembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Nietzsche (Obra) – Vontade de Poder
11 de setembro de 2023, por Cardoso de CastroMuitos países viu Zaratustra, e muitos povos: assim descobriu o bem e o mal de muitos povos. Zaratustra não achou maior poder na terra do que bem e mal. Nenhum povo poderia viver sem antes avaliar; mas, querendo se manter, não pode avaliar como seu vizinho. Muito do que esse povo considerava bom, outro considerava infâmia e escárnio: eis o que achei. Muito achei que aqui era denominado mau, e ali era coberto de honras cor de púrpura. Jamais um vizinho compreendeu o outro: sempre sua alma se (…)
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Nietzsche (Obra) – Eterno Retorno
11 de setembro de 2023, por Cardoso de Castro2. Mal dissera essas palavras, Zaratustra caiu como um morto e por muito tempo ficou como um morto. Quando voltou a si, estava pálido, tremia, permaneceu deitado no chão e por muito tempo não quis comer ou beber. Nesse estado ficou sete dias; mas seus animais não o abandonaram nem de dia nem de noite, exceto a águia, quando voou para buscar alimento. E o que ela apanhou e saqueou, pôs sobre o leito de Zaratustra: de modo que afinal Zaratustra se achou deitado entre frutinhas amarelas e (…)
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Nietzsche (Obra) – Sujeito
11 de setembro de 2023, por Cardoso de CastroA bela aparência do mundo do sonho, em cuja produção cada ser humano é um artista consumado, constitui a precondição de toda arte plástica, mas também, como veremos, de uma importante metade da poesia. Nós desfrutamos de uma compreensão imediata da figuração, todas as formas nos falam, não há nada que seja indiferente e inútil. Na mais elevada existência dessa realidade onírica temos ainda, todavia, a transluzente sensação de sua aparência: pelo menos tal é a minha experiência, em cujo favor (…)
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Nietzsche (Obra) – Aparência
11 de setembro de 2023, por Cardoso de Castro5. Já no prefácio a Richard Wagner é a arte — e não a moral — apresentada como a atividade propriamente metafísica do homem; no próprio livro retorna múltiplas vezes a sugestiva proposição de que a existência do mundo só se justifica como fenômeno estético. De fato, o livro todo conhece apenas um sentido de artista e um retro-sentido [Hintersinn] de artista por trás de todo acontecer — um “deus”, se assim se deseja, mas decerto só um deus-artista completamente inconsiderado e amoral, que no (…)
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Franck (Nietzsche:C1) – a representação e o corpo
29 de junho de 2023, por Cardoso de Castro[tabby title="Original"]
L’ouvrage de Schopenhauer, dont le titre récapitule l’ensemble de la philosophie moderne, s’ouvre par la proposition : « Le monde est ma représentation. » Si cette thèse vaut, selon Schopenhauer, pour tout être vivant et connaissant, c’est exclusivement chez l’homme qu’elle peut faire l’objet d’une conscience réfléchie. La représentation, corrélation pure du sujet et de l’objet, est donc « la forme de toute expérience possible et imaginable, plus générale que (…) -
Ortega y Gasset (1994:170-171) - viver é decidir
13 de junho de 2023, por Cardoso de CastroCom tudo isto temos avançado notavelmente nesta excursão vertical, nesta descida ao profundo ser da nossa vida. Na fundura onde agora estamos aparece-nos o viver como um sentirmo-nos forçados a dizer o que vamos ser. Já não nos contentaremos com dizer, como ao princípio: vida é o que fazemos, é o conjunto das nossas ocupações com as coisas do mundo, porque observámos que todo esse fazer e essas ocupações não nos vêm automaticamente, mecanicamente impostas, como o repertório de discos ao (…)
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Kierkegaard (TD:48-51) – doença mortal do eu
24 de maio de 2023, por Cardoso de CastroEsta ideia de “doença mortal” deve ser tomada num sentido especial. Ao pé da letra significa um mal cujo termo, cujo desfecho é a morte, e serve então de sinônimo de uma doença da qual se morre. Mas não é em tal sentido que se pode chamar assim o desespero; pois, para o cristão, a própria morte é uma passagem para a vida. Assim sendo, nenhum mal físico é para ele “doença mortal”. A morte põe termo às doenças, mas não é um termo em si mesma. Mas uma “doença mortal” no sentido estrito, (…)
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Fernando Pessoa - Pascal et Nietzsche
21 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro« Quant au cas de Nietzsche, je pense que tu as raison - la raison qu’on peut avoir sur n’importe quoi.
« Le paganisme de Nietzsche est un paganisme étranger. Il y a des erreurs de prononciation constantes dans son interprétation de l’hellénisme. Il est encore admis qu’un Allemand européen (c’est-à-dire avant Bismark) pouvait comprendre la Grèce antique ; mais un Allemand, c’est-à-dire comme Nietzsche, un Polonais ou un Tchèque, ou quelque chose sans Europe ni voyelles, peut à peine se (…) -
Kierkegaard (Parábolas) – o poeta
8 de outubro de 2022, por Cardoso de CastroO que é um poeta? Um homem infeliz que em seu coração abriga uma profunda angústia, mas cujos lábios são moldados de maneira que os gemidos e gritos que passam por eles se transformam em música arrebatadora. Seu destino é como o das vítimas infelizes que o tirano Falaris aprisionou em um touro de bronze e torturou lentamente sobre um fogo constante; seus gritos não chegaram aos ouvidos do tirano para infundir terror em seu coração; quando chegaram aos seus ouvidos, soaram como música doce. E (…)