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Marion (1998) – sou dado a mim mesmo

Heidegger, «Was heisst “gegeben”, “Gegebenheit” – dieses Zauberwort der Phänomenologie und der “Stein des Anstosses” bei den anderen», Grundprobleme der Phänomenologie, WS 1919-1920 GA58
GA 58
GA LVIII
WS 1919-1920
KNSWS 1919-1920
KNS
Kriegsnotsemester
Grundprobleme der Phänomenologie (WS 1919-1920) [1992] — Problemas Fundamentais da Fenomenologia (1919-1920). KNS = Kriegsnotsemester
, GA 58 GA58
GA 58
GA LVIII
WS 1919-1920
KNSWS 1919-1920
KNS
Kriegsnotsemester
Grundprobleme der Phänomenologie (WS 1919-1920) [1992] — Problemas Fundamentais da Fenomenologia (1919-1920). KNS = Kriegsnotsemester
, p. 5. – Aqui, parece-nos, Heidegger indica que, assim como o «escândalo» do racionalismo vulgar, a «magia» de um encantamento supostamente místico também não oferece uma atitude apropriada ao que a doação exigiria. Ele acrescenta, para que não se subestime a dificuldade da doação, que ainda precisa ser abordada: «Die Dialektik ist blind gegen die Gegebenheit» (ibid., p. 225); de fato, tais cegos não faltam, como já vimos. Reconhecendo assim o privilégio da doação, Heidegger evidentemente retoma Husserl Husserl
Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
(nota 22), mas encontrará ecos em toda a linhagem que ele torna possível. Assim, M. Merleau-Ponty Merleau-Ponty
Maurice Merleau-Ponty
MAURICE MERLEAU-PONTY (1908-1961)
Extratos por termos relevantes
: «O fenômeno central […] consiste nisto: eu sou dado a mim mesmo. Eu sou dado, isto é, eu me encontro já situado e engajado em um mundo físico e social, – eu sou dado a mim mesmo, isto é, essa situação nunca me é oculta […]» (Fenomenologia da Percepção, Paris, 1945, p. 413). Ou ainda J.-P. Sartre Sartre
Jean-Paul Sartre
JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980)
Excertos, por termos relevantes, de sua obra original em francês
: «A verdade não pode permanecer a propriedade do absoluto-sujeito. Ela existe para ser dada […]. A Verdade é dom» (Verdade e Existência, 1948, ed. póstuma, Paris, 1989, p. 28). E, sobretudo, E. Lévinas Levinas
Lévinas
Emmanuel Levinas
Emmanuel Levinas (1906-1995), philosophe d’origine lituanienne, naturalisé français en 1930.
, que mantém (contra o uso husserliano) o termo doação quando já não se trata mais de imanência: «A transcendência não é uma visão do Outro – mas uma doação originária» (Totalidade e Infinito, Haia, 1961, p. 149). A doação determina assim, igualmente, se não indistintamente, a fenomenalidade do si mesmo, do outro e da verdade: não se trata, evidentemente, nem de um acaso, nem de uma homonímia. (MarionDado MarionDado MARION, J.-L. Étant donné: essai d’une phénoménologie de la donation. 2e. ed. Paris: PUF, 1998. )