“Estar em uma Stimmung”, acrescenta Heidegger, “não comporta nenhuma referência primária à psique: não se trata de um estado interior que se exteriorizaria misteriosamente para colorir as coisas e as pessoas”.
Ora, como observou uma vez um grande filólogo, a palavra alemã Stimmung é precisamente uma daquelas que é costume definir como intraduzíveis:
Isso não quer dizer que frases como in guter Stimmung sein não possam facilmente ser traduzidas por essere di buon umore, em italiano, ou (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Agamben (2015:72-74) – Stimmung (tonalidade afetiva)
16 de novembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Ernildo Stein (2008:13-15) – Qual é a estrutura sistemática de ST?
13 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroA estrutura fundamental de ST pode também ser descrita a partir de uma sequência de regras de predicadores ou de definições que correspondem às seis teses centrais do livro.
Qual é a estrutura sistemática de ST? As teses centrais são seis.
1) No início da obra Heidegger situa a questão da ontologia fundamental, do sentido do ser.
2) A clarificação desta questão somente pode resultar do recurso ao único ente que compreende ser — o homem (Dasein), o estar-aí.
3) O estar-aí é (…) -
Ernildo Stein (2003:36-37) – transcendência do ser do Dasein
13 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroSem entrarmos em mais detalhes podemos dizer que esse “ser do Dasein” já remete ao cuidado (Sorge) com sua tríplice estrutura e à temporalidade (Zeitlichkeit) como sentido do ser do cuidado.
É a partir do ser-em que se estabelece a receptividade e a espontaneidade da experiência que, no desenvolvimento da analítica existencial, são apresentadas como sentimento de situação (afecção — Befindlichkeit) e compreensão (entendimento — Verstehen). É assim que o ser-em do ser-no-mundo torna-se o (…) -
Ernildo Stein (2003:30-32) – círculo hermenêutico e diferença ontológica
13 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroO círculo hermenêutico e a diferença ontológica são os teoremas que sustentam a teoria heideggeriana da realidade e do conhecimento, isto é a teoria da fundamentação do conhecimento. Mas as implicações da proposta de Heidegger devem ser confrontadas com outras soluções apresentadas na tradição.
A abordagem da primeira questão nos leva aos dois níveis que desde a metafísica de Aristóteles estão consagrados na ontologia — o nível do ente enquanto ente e o nível do ser do ente. A tradição (…) -
Ernildo Stein (2003:17-18) – Dasein e Antropologia
13 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroEm Heidegger há mais um nível: o aí-do-ser, o Dasein. Estabelecemos, assim, um novo plano em que se dão ente e ser, no nível do ente privilegiado.
O ser dá-se a partir da compreensão do Dasein e o Dasein se dá a partir da compreensão do ser. É o ente de caráter superior entre os entes que se constitui pela compreensão do ser. Em Aristóteles temos dois níveis; ser do ente e o ente enquanto ente. Em Heidegger há mais um nível: o aí-do-ser, o Dasein. Estabelecemos, assim, um novo plano em (…) -
Carneiro Leão (2013:33-34) – pensar o conhecido
12 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroCARNEIRO LEÃO, Emmanuel. Filosofia Contemporânea. Teresópolis: Daimon, 2013
Heidegger está de acordo que a fenomenologia de todo fenômeno nasça, provenha e se constitua no doar-se de uma intuição originária. Mas não está de acordo que esta intuição seja de conteúdo reflexivo. Ela se dá, sem dúvida, na reflexão, mas não como reflexão, pois não sendo conteúdo algum, já antecede ontologicamente toda reflexão e acontece, como advento do ser numa dis-posição originária, numa (…) -
Capobianco (Ser) – Pindar’s words periosion allon
11 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroCAPOBIANCO, Richard. Heidegger’s Being. The Shimmering Unfolding. Toronto: University of Toronto Press, 2022
In Heidegger’s Way of Being, two chapters are devoted to his brilliantly creative readings of Heraclitus’s fragments in the lecture courses in 1943 and 1944, which were collected in GA 55, published in 1979, and only recently translated into English. In the chapter titled "Sentinels of Being," I made note of his reading of kosmos, but here I would like to develop his line of (…) -
Polt – Heidegger critica a cibernética
11 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroRichard Polt. A Heideggerian Critique of Cyberbeing, in Hans Pedersen e Megan Altman (ed.), Horizons of Authenticity in Phenomenology, Existentialism, and Moral Psychology. Dordrecht: Springer, 2015
Ironically, the way to our own is blocked by our own attempt to bring everything under our own steering power. For cybernetics, “the basic feature of all calculable world processes is steering. The steering of one process by another is mediated by the transmission of a message, by information” (…) -
Mitchell (Geviert) – Heidegger’s consideration of inanimate or material nature
11 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroThe poetic presentation of material nature is thus not an embellishment of what otherwise already exists. The poetic presentation allows the thing in question to show itself as relational and this means at the same time that it shows itself as participating in a world of sense.
Heidegger’s consideration of inanimate or material nature is ultimately a destabilization of the very “materiality” of it. The stone is not brute matter, the stone speaks. The stone is the materialization of pain, (…) -
Merleau-Ponty (1945/2006:40-44) – juízo
23 de setembro de 2023, por Cardoso de CastroRibeiro de Moura
O intelectualismo propunha-se a descobrir a estrutura da percepção por reflexão, em lugar de explicá-la pelo jogo combinado entre forças associativas e a atenção, mas seu olhar sobre a percepção ainda não é direto. Nós o veremos melhor examinando o papel que a noção de juízo desempenha em sua análise. O juízo é frequentemente introduzido como aquilo que falta à sensação para tornar possível uma percepção. A sensação não é mais suposta como elemento real da consciência. (…)