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Embora Heidegger tenha desenvolvido o conceito de Ereignis entre 1936 e 1938, as sementes desta ideia foram plantadas em Ser e Tempo e começaram a germinar no seu ensaio de 1930, "Sobre a Essência da Verdade". Aqui é-nos dito que a liberdade constitui a essência da verdade ou da revelação. A liberdade não é um poder humano arbitrário. Na sua obra posterior, Heidegger continuou a desenvolver a ideia de que a existência humana não é apenas para si própria, mas tem uma função (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Zimmerman (1982:231-233) – A liberdade não é um poder humano arbitrário
10 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Haugeland (2013:121-124) – como não abordar o "quem"
9 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Uma compreensão do ser do dasein está incorporada no próprio modo de vida que o dasein é, e isso implica que aqueles que vivem desse modo partilham todos dessa compreensão pública, pelo menos inicialmente e normalmente. Mas isso não significa que não se trate de um mal-entendido. Muito pelo contrário: como se verá, os entendimentos públicos equivocados do dasein e do "eu-mim mesmo" são sempre mal-entendidos de certas formas específicas e não acidentais.
original
The very word (…) -
Bret Davis (2007:5-9) – vontade
8 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] se quisermos seguir o caminho de Heidegger para repensar a vontade, temos de pôr em causa de forma mais radical o pressuposto tradicional de que a vontade é simplesmente uma "faculdade do sujeito". Para começar, e se fosse verdade o contrário — que a subjetividade é antes, por assim dizer, uma "faculdade da vontade"? E se a vontade estivesse subjacente ao sujeito, e não o contrário? Em outras palavras, e se fosse o caso de pensar em termos de um sujeito que possui faculdades, (…) -
Caron (2005:95-98) – o embate Heidegger e Husserl
8 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Se a descoberta da fenomenologia foi decisiva para Heidegger, foi sobretudo pelo poder de problematização que ela despertou nele através do apelo único ou palavra de ordem (Ruf) da ausência de pressuposição, isto é, do retorno às próprias questões essenciais (zu den Sachen selbst! Husserl afirmava em 1910-1911), e não pela própria substância das preocupações estritamente husserlianas que fazem depender a ausência de pressuposição da experiência intuitiva: "Die Sachen seihst müssen (…) -
Caron (2005:86-89) – do eu ao si mesmo e à ipseidade
7 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Trata-se, portanto, em primeiro lugar, de ascender do eu ao si mesmo para mostrar a sua essência temporal e, portanto, não subjectiva, e, em segundo lugar, de dar o salto para essa essência para regressar à necessidade ontológica do si na economia da dispensação. E como o si será então reconduzido ao seu ser, a sua denominação desaparecerá enquanto tal e será renovada na sua nomeação: o si será o mortal no seio do Quadripartido, será inscrito no desdobramento do Ereignis. Não se (…) -
Caron (2005:83-86) – si-mesmo, eu, Dasein, temporalidade
7 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Si mesmo não é eu, mas eu é fenômeno de si mesmo. Temos, portanto, de acceder primeiro à presença de um tal processo, e depois perguntar em que condições é que esse processo é possível. Mas como pensar este si que, ultrapassando a estrutura fixa do ego, o funda ao mesmo tempo na sua fixidez? Enquanto o homem for pensado como um ente subsistente, ou o sujeito como uma substância, [84] enquanto o ser for interpretado no modo de ente, e enquanto o ente fornecer a medida para toda a (…) -
Taminiaux (1995b:171-173) – ontologia fundamental
7 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
A ontologia do Dasein de Heidegger reapropria-se destas análises aristotélicas [da Ética a Nicômaco], ao mesmo tempo que as metamorfoseia criticamente. Heidegger retoma a distinção aristotélica entre techne, como um modo de descoberta que ilumina a produção de artefactos ou efeitos determinados, e phronesis, como um modo de descoberta que ilumina a conduta da vida. Por outras palavras, concorda com Aristóteles que a arte é um modo de descoberta adaptado à produção de obras ou (…) -
Taminiaux (HPP:18-21) – arete - phronesis
7 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Tal como a techne, relata Heidegger, a phronesis envolve uma deliberação. Tal como acontece com a techne, a deliberação da phronesis é, enquanto tal, relativa a algo que pode ser de outro modo. Mas é aí que termina a semelhança entre os dois modos deliberativos: eles são essencialmente diferentes no que diz respeito ao seu objetivo e princípio. O telos do tipo de ação revelado pela techne — uma ação que diz respeito à poiesis, à produção ou à feitura de algo — é algo outro que o (…) -
Haar (2000:87-92) – A relação mundo-terra em Heidegger
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroO conflito entre a terra e o mundo é impossível de ser apaziguado. O mundo exige a clarificação das formas, espirituais e materiais: ele quer que tudo seja signo e significante. A terra exige o obscurecimento das formas, o nascimento dos símbolos. É o combate do dia e da noite.
Sem a obra, este combate, sempre mais “velho” do que ela, permanecería latente. O que ela deixa adivinhar sob suas figuras audíveis ou visíveis, sob o percurso de uma melodia, sob o arabesco de um desenho, sob tal (…) -
Didier Franck (1981:24-28) – analítica intencional e analítica existencial
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
1. Heidegger destaca muito claramente, no protótipo da percepção de uma coisa transcendente, uma diferença entre dois modos de dação, ou seja, uma diferença fenomenológica. Uma diferença hierárquica, um destes modos implicando necessariamente o outro. Mas, como em Husserl, a questão do sentido da carne não é colocada. (veja comentários)
2. Afirmar que a característica relevante da percepção é a corporização — Heidegger não fala aqui de presença encarnada — vem a alinhar-se com o (…)