[KIERKEGAARD, Søren. Tratado do Desespero. Tr. José Xavier de Melo Carneiro. Brasília: Coordenada-Editora de Brasília, 1969, p. 60-62]
É verdade que o imaginário concerne em primeiro lugar à imaginação; mas esta por sua vez afeta o sentimento, o conhecimento, a vontade, de modo que se pode ter um sentimento, um conhecimento, um [60] querer imaginários. A imaginação é geralmente o agente da infinitização, não é uma faculdade como as outras… mas, por assim dizer, é o seu Proteu. O que há de (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Kierkegaard (TD:60-62) – imaginação
16 de junho de 2021, por Cardoso de Castro -
Wilberg (HMSM:1) – Ponderando o método científico
25 de fevereiro de 2021, por Cardoso de CastroWILBERG, Peter. Heidegger, Medicine & ‘Scientific Method’. The Unheeded Message of the Zollikon Seminars. Eastbourne: New Gnosis Publications, 2015 (ebook)
Tradução
Vamos antes de tudo desconstruir o que pode ser denominado mito do "método científico" como este é atualmente entendido: um conjunto de procedimentos racionais garantidos para eliminar o mero dogma do "verdadeiro" conhecimento científico, distinguir o fato empírico da mera crença ou hipótese. Então, o que é exatamente o (…) -
Hatab (EF:Intro) – Ética
21 de fevereiro de 2021, por Cardoso de Castro[HATAB, Lawrence J.. Ethics and finitude: Heideggerian contributions to moral philosophy. Lanham: Rowman & Littlefield Publishers, 2000, Introduction]
Tradução
A ética é um interesse em, e interrogação de, questões de bem-estar existencial e mal-estar na vida social, como lidamos com, respondemos a, e afetamos a melhoria e o sofrimento uns dos outros. As questões éticas incluem (1) bem-estar (desenvolvimento humano e prosperidade), (2) ajuda e dano, (3) justiça (honestidade e (…) -
Raffoul (2010:17-19) – responsabilidade = responsividade
13 de fevereiro de 2021, por Cardoso de CastroO eu sempre vem depois, sempre chega “atrasado”, e sua responsabilidade é aquela própria demora na forma de se apresentar e atender a chamada. É aqui que se nota a importância crucial da concepção de ser humano que está na base de uma concepção de responsabilidade: Kant pensa o ser humano como sujeito racional, origem (“liberdade transcendental”) e fundamento. Seu conceito de responsabilidade terá estas características. Heidegger pensa o humano não mais como sujeito, mas como Dasein, isto é, (…)
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Nancy (BSP:1-3) – sentido
4 de fevereiro de 2021, por Cardoso de Castro[NANCY, Jean-Luc. Being Singular Plural. Translated by Robert D. Richardson and Anne E. O’Byrne. Stanford: Stanford University Press, 2000, p. 1-3]
Tradução
Costuma-se dizer hoje que perdemos o sentido, que ele nos falta e, como resultado, estamos precisando e esperando por ele. Quem fala assim esquece que a própria propagação deste discurso é plena de sentido. Lamentar a ausência de sentido em si tem sentido. Mas este lamentação não tem sentido apenas neste modo negativo; negar a (…) -
Arendt (RJ:112-115) – razão - desejo - vontade - liberdade
7 de dezembro de 2020, por Cardoso de CastroRosaura Eichenberg
Mencionei anteriormente que o fenômeno da vontade era desconhecido da Antiguidade. Mas, antes de tentar determinar a sua origem histórica, que tem um interesse considerável, vou tentar lhes dar, muito sucintamente, uma breve análise da sua função com respeito às outras faculdades humanas. Para fins de concisão, vou começar com uma simples ilustração. Vamos supor que temos diante de nós um prato de morangos e que desejo comê-los. Esse desejo era certamente conhecido da (…) -
Gadamer (1993:C1) – da episteme à ciência
5 de dezembro de 2020, por Cardoso de CastroGalileu, por exemplo, não descobriu o limite da queda livre através da experiência, mas, como ele mesmo afirma: mente concipio, quer dizer, eu concebo-a em minha mente. Aquilo que Galileu concebeu dessa maneira, como a ideia da queda livre, não foi, de fato, um objeto da experiência. O vácuo não existe na natureza.
Antônio Luz Costa
Deve-se esclarecer o completo alcance daquilo que, com as ciências empíricas e as ideias sobre método, se colocou ao mundo. Quando se diferencia “a ciência” (…) -
Lévinas (1991:24-26) – Mesmo - Outro - Eu
2 de dezembro de 2020, por Cardoso de CastroSer eu é, para além de toda a individualização que se pode ter de um sistema de referências, possuir a identidade como conteúdo. O eu não é um ser que se mantém sempre o mesmo, mas o ser cujo existir consiste em identificar-se, em reencontrar a sua identidade através de tudo o que lhe acontece. É a identidade por excelência, a obra original da identificação.
João Pinto Ribeiro
A alteridade, a heterogeneidade radical do Outro, só é possível se o Outro é realmente outro em relação a um (…) -
Lévinas (1991:21-24) – Desejo do invisível
29 de outubro de 2020, por Cardoso de CastroO Outro metafisicamente desejado não é «outro» como o pão que como, como o país em que habito, como a paisagem que contemplo, como, por vezes, eu para mim próprio, este «eu», esse «outro».
Pinto Ribeiro
«A verdadeira vida está ausente.» Mas nós estamos no mundo. A metafísica surge e mantém-se neste álibi. Está voltada para o «outro lado», para o «doutro modo», para o «outro». Sob a forma mais geral, que revestiu na história do pensamento, ela aparece, de facto, como um movimento que (…) -
Arendt (LM:94-96) – pensar e julgar
3 de outubro de 2020, por Cardoso de CastroAbranches, Almeida e Martins
Essa distinção entre pensar e julgar só veio a merecer destaque com a filosofia política de Kant — o que não é de se estranhar, já que Kant foi o primeiro e permaneceu sendo o último dos grandes filósofos a lidar com o juízo como uma das atividades espirituais básicas. Pois o que importa é que nos vários tratados e ensaios que Kant escreveu tardiamente, o ponto de vista do espectador não é determinado pelos imperativos categóricos da razão prática, isto é, pela (…)