Excerto de HENRY, Michel. Genealogia da psicanálise. O começo perdido. Tr. Rodrigo Vieira Marques. Curitiba: Editora UFPR, 2009, p. 52-55.
O que começa em um sentido radical? O ser, seguramente, se é verdade que nada seria se o ser já não tivesse desdobrado, de antemão, a sua própria essência, a fim de concentrar em si mesmo, em sua essência assim previamente desdobrada, tudo o que é. Em que reside mais precisamente a iniciação do começo radical? O que já está aí antes de toda coisa no (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Henry (1985:52-55) – "Nós somos nisso mesmo que pensamos"
13 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Henry (1987:175-176) – universidade
13 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de HENRY, Michel. A Barbárie. Tr. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: É Realizações, 2012, 175-176
Tradução
Quando uma coisa se inclina para seu fim, a causa de sua morte próxima reside nela ou fora dela. No caso da Universidade - a Universidade francesa será tomada aqui como caso exemplar o princípio de sua destruição pode ser lido tanto em sua realidade específica quanto na do meio que a cerca; é o mesmo princípio que age duas vezes ou, antes, que age em toda parte, em uma só (…) -
Henry (1987) – Tão-somente a ciência: a técnica
13 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroMinha tradução do original em francês (Michel , La barbarie. Paris: Grasset, 1987, p. 59 seg.)
Tradução
A ciência, tal qual nós a entendemos hoje em dia, é a ciência matemática da natureza que faz abstração da sensibilidade. Mas a ciência só pode fazer abstração da sensibilidade por que faz de saída abstração da vida, é esta que ela rejeita de sua temática e, assim procedendo, ela a desconhece totalmente. É preciso bem compreender a razão deste desconhecimento e porque, do momento que (…) -
Henry (1990) – a vida e o trabalho vivente
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto traduzido de HENRY, Michel. Du communisme au capitalisme. Théorie d’une catastrophe. Paris: Odile Jacob, 1990, p. 28-34 (versão em inglês).
Tradução
Marx está tão atento ao que faz que a vida é a vida, ao fato que ela se sente e se experiencia, que tudo o que se encontra desprovido desta propriedade extraordinária lhe parece, pelo contrário, privado de sentido, até mesmo como impossibilidade. E tanto amou Marx tudo o que é vivente, quanto rejeitou em um plano inferior tudo o (…) -
Henry (2002b:131-139) – Galileu - ato arque-fundador da ciência
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroTradução
Galileu realizou o que chamo enquanto fenomenólogo, o ato arque-fundador da ciência moderna e ao mesmo tempo o ato arque-fundador do mundo moderno.
Este ato nasceu de uma decisão intelectual. Galileu estimou que é preciso conhecer o universo no qual vivemos, pois deste conhecimento procede a ética, nosso dever-ser e nosso dever-fazer. Mas este conhecimento do universo tem por condição essencial a rejeição de todas as outras formas de conhecimento, em particular aquelas (…) -
Henry (2000) – A questão tornada crucial da impressão
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroHENRY, Michel. Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014.
Tradução
É essa destruição de toda impressão concebível no “fora de si” da exterioridade pura — onde tudo é sempre exterior a si, de onde toda autoimpressão é banida no princípio que ressaltam as extraordinárias Lições sobre o tempo que Husserl pronuncia em Göttingen no semestre de inverno dos anos 1904-1905. O pôr para fora de si da impressão já não é aqui sua projeção intencional na (…) -
Henry (2000) – O preconceito oculto das pressuposições da fenomenologia
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroHENRY, Michel. Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014.
Tradução
Assim convém retornar às pressuposições da fenomenologia histórica. Sua indeterminação se lia, digamos, no caráter puramente formal dos princípios nos quais elas se exprimem. "Tanto de aparecer, tanto de ser." — "Direto às coisas mesmas!": qual aparecer? Qual ser? Quais "coisas"? Que significa "ir direto à"? Não se percebe então que na fenomenologia histórica esta (…) -
Henry (2000) – A indeterminação inicial das pressuposições fenomenológicas da fenomenologia
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroHENRY, Michel. Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014.
Tradução
Como toda pesquisa, a fenomenologia implica pressuposições. Mas as pressuposições próprias à fenomenologia apresentam um traço distintivo. Na pesquisa ordinária, as pressuposições que comandam o raciocínio são escolhidos pelo pensamento e, como tais, podem ser modificados. É assim que o matemático dispõe livremente os axiomas de onde decorrem as séries de implicações que (…) -
Henry (2000) – Objeto da fenomenologia — a questão do "aparecer".
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroHENRY, Michel. Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014.
Tradução
O título “fenomeno-logia” se entende a partir de seus dois constituintes gregos – phainomenon e Logos – de sorte que, tomados literalmente, a palavra designa um saber concernente ao fenômeno, uma ciência deste. Refletindo sobre esta definição muito simples, pode-se adiantar que o primeiro termo, o fenômeno, qualifica o objeto desta ciência, enquanto o segundo, o Logos, indica (…) -
Henry (2000) – A questão da encarnação
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroHENRY, Michel. Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014.
Tradução
O problema da existência de Cristo não significa nada além disso. Não é o de sua existência histórica. Esta ainda não concerne senão a Jesus. Trata-se então de saber se Jesus de fato existiu, se ele de fato disse o que disse, que ele era o Cristo, o Messias, o Salvador esperado — e não um simples profeta. Ninguém hoje em dia — excetuados os ignorantes ou os sectários — duvida (…)