Maria Claudia Drummond
Nessas circunstâncias, existem, de fato, poucas coisas mais atemorizantes do que o prestígio sempre crescente dos “donos do saber” de mentalidade científica que vêm assessorando os governos durante as últimas décadas. O problema não é que eles tenham suficiente sangue-frio para “pensar o impensável”, mas sim que não pensam. Ao invés de se entregarem a essa atividade tão antiquada e impossível de ser computada, levam eles em conta as consequências de certas hipóteses (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Arendt (DV:6-7) – previsão científica
14 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Arendt (CH:§29) – gênio e dignidade humanos
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroRaposo
Talvez o melhor exemplo da frustração da pessoa humana, inerente a uma comunidade de produtores e, mais ainda, à sociedade comercial, seja o fenômeno do gênio, que a era moderna, desde a Renascença até o final do século XIX, viu como seu mais alto ideal. (O gênio criativo como expressão quintessencial da grandeza humana era inteiramente desconhecido na Antiguidade e na Idade Média.) Só no começo do século XX os grandes artistas passaram a protestar, com surpreendente unanimidade, (…) -
Husserl (IFP1:203-205) – Vivido no noético e no noema
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006, p. 203-205
Graças a seus momentos noéticos, todo vivido intencional é justamente vivido noético; é da essência dele guardar em si algo como um “sentido” e, eventualmente, um sentido múltiplo, é de sua essência efetuar, com base nessas doações de sentido e junto com elas, outras operações que se tornam (…) -
Husserl (FCR:53-54) – Valor supra-histórico da filosofia
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmundo. A Filosofia como Ciência de Rigor. Tr. Albin Beau. Coimbra: 1992, p. 53-54
O matemático também não irá dirigir-se à História para receber ensinamento sobre a verdade das teorias matemáticas; não lhe há de ocorrer relacionar a evolução histórica das noções e dos juízos matemáticos com a questão da Verdade. Como havia, pois, o historiador de decidir sobre a verdade dos sistemas filosóficos existentes, ou até sobre a possibilidade de uma ciência filosófica, em si de valor? (…) -
Husserl (LFLT:369-370) – Relatividade das verdades
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLógica Formal e Lógica Transcendental, trad. S. Bachelard, Presses Universitaires de France, pp. 369-370
O comerciante no mercado tem a sua verdade — a do mercado; não será ela, na sua esfera, uma boa verdade e a melhor que possa ser útil ao comerciante? Será ela aparência de verdade pelo fato do sábio, noutra relatividade e julgando com outros objetivos e outras ideias, buscar outras verdades com as quais se pode fazer muito mais, mas justamente não o que é preciso fazer-se no mercado ? (…) -
Husserl (MC:71-73) – Reflexão natural e reflexão transcendental
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. Meditações cartesianas e Conferências de Paris. Ed. Stephan Strasser. Tr. Pedro M. S. Alves. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 71-73
Para uma clarificação mais avançada, deve ser acrescentado que deveremos distinguir entre, de um lado, a captação perceptiva, o recordar-se, o predicar, o valorar, a posição de fins etc., diretamente consumados, e, do outro, as reflexões por meio das quais, enquanto atos de captação de um novo nível, os atos diretos por vez primeira para nós (…) -
Husserl (CCEFT:65-66) – Os limites da redução cartesiana
13 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Tr. Diogo Falcão Ferrer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 65-66]
As Meditações atuaram em Descartes e continuam historicamente até hoje a atuar sob a forma nociva de uma substituição do ego pelo próprio eu mental, da imanência egológica pela imanência psicológica, da autopercepção egológica pela evidência do “interior” psíquico ou “autopercepção”. O (…) -
Husserl (IL2) – Objeto intencional e objeto real
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroÉ um erro grave estabelecer de maneira geral uma diferença entre os objetos «simplesmente imanentes» ou «intencionais», por um lado, e os objetos «verdadeiros» e «transcendentes» que eventualmente lhes correspondem, por outro: importa pouco que se interprete essa diferença como uma diferença existente entre um signo ou uma imagem realmente presentes na consciência e a coisa designada ou reproduzida pela imagem; ou então que se substitua, de qualquer outra maneira, ao objeto «imanente» um (…)
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Husserl (IL2) – Objeto intencional e conteúdo imanente
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroInvestigações Lógicas, II, 2.a parte, trad. H. Élie, A. L. Kelkel e R. Schérer, Presses Universitaires de France, pp. 175-177
Quando me represento o deus Júpiter, este deus é um objeto representado, está «presente de uma maneira imanente» no meu ato, tem nele uma «existência mental». Quaisquer outras que sejam as expressões que possamos empregar, uma interpretação estrita revela-las-á errôneas. Represento-me o deus Júpiter quer dizer que tenho um certo vivido de representação, que na (…) -
Husserl (CCEFT:10-11) – O sentido da história e a filosofia moderna
13 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Tr. Diogo Falcão Ferrer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 10-11]
Se considerarmos o efeito do desenvolvimento filosófico das ideias sobre a humanidade no seu conjunto (a que não faz pesquisa filosófica), teremos de dizer o seguinte:
Só a compreensão interna da mobilidade da filosofia moderna, de Descartes até ao presente, una em todas as suas (…)