[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 184-188]
A Física (que certamente começou além dela, numa metafísica com traços semelhantes aos de determinados mitos teocosmogónicos) é a primeira filosofia que a religião grega veio a ser. Por conseguinte, a mitologia grega é a mitologia emergente de uma religião, a cuja essência pertence o vir a ser, em primeiro lugar, uma física (ou melhor: uma physiomythia), i. é, certa imagem da (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Eudoro de Sousa (HCSM:184-188) – mitologia grega e physiomythia
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Eudoro de Sousa (HCSM:181-184) – falácia da fórmula "do mito ao logos"
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 181-184]
Não obstante a fortuna que ganhou o pensamento implícito na fórmula «Do Mito ao Logos» (como se sabe, este é o título de um célebre trabalho de Wilhelm Nestle, que o mais sucintamente designava os primórdios do processo evolutivo do pensamento europeu) [181], da mitologia para a filosofia, ainda ninguém conseguiu ver distintamente o caminho recto ou sinuoso e, portanto, (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:188-190) – Deus, Homem, Natureza: não-personagens da mitologia
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 188-190]
Se, na verdade alvorece uma época que se há-de caracterizar pela renúncia ao Mito do Homem criador, e não «receptor de cultura», que aceita sem constrangimento o mundo que lhe é dado, os que sempre lhe foram dados por Fulgurações Ofuscantes, temos de admitir a contragosto da nossa incondicionada e incondicionável «vontade de poder», que o transobjectivo, o eminentemente Real (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:191-192) – mundo mitológico e mundo de homem-natureza
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 191-192]
Que relação haverá entre o mundo mitológico (com tudo o que ele contém, ou continha, num horizonte aparentemente perdido) e o mundo em que existe Deus, o Homem e a Natureza? Esta era a segunda pergunta.
O mundo em que nós vivemos e, sobretudo, aquele que nós pensamos, não parece que ainda seja o mundo da mitologia (a não ser que contemos com aquele que a alguns é dado (…) -
Eudoro de Sousa (MHM:27-28) – Homem - Recusa
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Mitologia História e Mito. Lisboa: Imprensa Nacional, 2004, p. 27-28]
1. Se, de chofre e à queima-roupa, me desfechassem a mais preocupante, a mais inquietante de todas as questões: «Que é o homem?», creio que respondería com desassombro e sem hesitação: «O homem é o animal que se recusa a aceitar o que gratuitamente lhe deram e gratuitamente lhe dão.» Não me perguntem agora quem dá o que o homem recusa. Só importa a recusa da gratuidade. O homem se lhe recusa; o homem (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:51-55) – Teogonia, a gênese dos deuses
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 51-55]
20. A Teogonia, gênese dos deuses, põe o começo da linhagem de Zeus nas núpcias do Céu e da Terra; mas a preposição do acto genesíaco dos dois grandes componentes cósmicos nada apresenta de original. No poema de Hesíodo, o traço mais surpreendente e, que o saibamos, inédito e inaudito, consta dos vv. 126-127: [51] «Primeiro, a Terra gerou, igual a si mesma, / O Céu estrelado, (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:31-33) – Horizonte
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 31-33]
1. Conhecimentos geográficos e astronômicos, acumulados e sedimentados durante mais de vinte séculos de reflexão filosófica e investigação científica, já não nos permitem a vivência primordial do horizonte: por de mais sabemos que a esfera é o estereograma da realidade que se ocultava sob a aparência dos distantes confins do céu e da terra. Mas teriam ficado definitivamente (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:214-219) – mitologia, mito, mítico
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 214-219]
Não que faltem manuais, tratados, dicionários ou enciclopédias especializadas, expondo de maneira mais ou menos resumida ou de modo excessivamente minucioso, o que se deva entender por tal palavra [mitologia]. Mas não há leitor que não perca o pé nesse oceano de erudição (nós o perdemos, lendo o artigo «Zagreus» que W. Fauth escreveu para a REI), ao bem atentar em «histórias» (…) -
Barbuy: A Nação e o Romantismo
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 259-291
1. A exposição que se vai seguir foi reconstituída de notas de aulas ministradas na Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae”, da Universidade Católica de São Paulo, bem como de uma conferência pronunciada no Centro de Estudos Sociais e Políticos. Nesta última, procurei demonstrar, em síntese, que existem três espécies de nacionalismo: o Romântico, o Burguês e o Dialético ou comunista. Não podendo (…) -
Barbuy: Cristianismo e Angústia
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 249-257
Tornou-se corrente na Filosofia da Cultura estabelecer distinções radicais entre o Tempo histórico e o Tempo mítico, entre o Tempo cósmico e o Tempo humano . Em outra linha, a filosofia contemporânea, principalmente a partir de Kierkegaard, explicita o tempo do Cristianismo como um tempo essencialmente angustioso, porque um tempo em que nos salvamos e nos perdemos. A existência posta como drama é a (…)