[BRETON, Stanislas. Philosophie et mystique. Existence et surexistence. Grenoble: Jérôme Millon, 1996]
EM. Esta preposição, em ser-em, se liga, no Prólogo do Evangelho de João, à expressão «in principio». A significação pode ser aproximada da «consubstancialidade», afirmada pelo dogma conciliar. Mais simplesmente, podemos aí ler as diversas nuances do SER-EM que teremos de explicitar. Aguardando, precisemos que as relações lógicas de pertencimento e de inclusão poderiam ser evocadas a (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Stanislas Breton (1996:10) – Verbo (Logos) e preposição «em» («in principio»)
20 de março de 2022, por Cardoso de Castro -
Stanislas Breton (1996:10-11) – Verbo (Logos) com preposição «Por» (di’ autou)
20 de março de 2022, por Cardoso de Castro[BRETON, Stanislas. Philosophie et mystique. Existence et surexistence. Grenoble: Jérôme Millon, 1996]
5. POR. A preposição por (gr. di’autou) põe o Verbo em relação, não mais com o Absoluto divino, mas com a criação. Assume, em relação ao mundo, uma função de causa eficiente, segundo a terminologia escolástica. Ainda importa especificar bastante esta causalidade. Poder-se-ia inclinar, se não se está muito afetado pelo respeito à ortodoxia, para uma causalidade dita instrumental. O Verbo (…) -
Agamben (IH:27) – experiência e conhecimento
18 de março de 2022, por Cardoso de CastroInfanzia e storia. Distruzione dell’esperienza e origine della storia
Burigo (excerto)
É nesta separação de experiência e ciência que devemos ver o sentido — nada abstruso, mas extremamente concreto — das disputas que dividiram os intérpretes do aristotelismo da antiguidade tardia e medieval a propósito da unicidade e da separação do intelecto e sua comunicação com os sujeitos da experiência. Inteligência (noûs) e alma (psyche) não são, de fato, para o pensamento antigo (e — pelo menos (…) -
Dufour-Kowalska (1980:34-35) – manifestação do ser e representação
15 de março de 2022, por Cardoso de CastroQuando Fichte identifica a existência do ser com a representação, esta identificação tem um significado preciso: significa a identidade do processo que realiza a manifestação do ser com o processo de redobramento próprio da representação. Representar é tornar presente num representado. A representação é a própria essência da consciência, isto é, da manifestação do ser, da sua presença absoluta, porque o seu processo é o próprio processo pelo qual o ser, separando-se de si mesmo, opondo-se a (…)
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Kierkegaard (TD) – desespero enquanto desespero sobre si
13 de março de 2022, por Cardoso de Castrotradução desde Hong & Hong
Um indivíduo em desespero desespera sobre algo. Assim parece por um momento, mas apenas por um momento; no mesmo momento o verdadeiro desespero ou desespero em sua verdadeira forma se mostra. Ao desesperar sobre algo, ele realmente desesperou sobre ele mesmo, e agora ele quer se livrar dele mesmo. Por exemplo, quando o homem ambicioso cujo slogan é “Ou César ou nada” não chega a ser César, ele desespera com isto. Mas isto também significa outra coisa: (…) -
Arendt (LM:13-14) – razão (Vernunft) e compreensão (Verstand)
14 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroAbranches et alii
A distinção que Kant faz entre Vernunft e Verstand, “razão” e “intelecto” (e não “entendimento”, o que me parece uma tradução equivocada; Kant usava o alemão Verstand para traduzir o latim intellectus, e embora Verstand seja o substantivo de verstehen, o “entendimento” das traduções usuais não tem nenhuma das conotações inerentes ao alemão das Verstehen), é crucial para nossa empreitada. Kant traçou essa distinção entre as duas faculdades espirituais após haver descoberto (…) -
Flusser (PH) – a medicina é o maior escândalo da atualidade
13 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroA medicina é o maior escândalo da atualidade.
Mas é também um dos pontos de partida para a reformulação da ciência atualmente em crise. A medicina é híbrida na qual os elementos científicos, técnicos e intuitivos são mal aglomerados. A razão disto é que o doente é simultaneamente sujeito (agente) e objeto (paciente), e que, enquanto objeto, é objeto extremamente complexo. O médico assume posição insustentável com relação ao doente. […] O escândalo da medicina não é tanto a situação nos (…) -
Carneiro Leão (2010:120-122) – O Lógos
10 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroCARNEIRO LEÃO, Emmanuel. Filosofia Grega I. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 120-122
O desafio é como fazê-lo e o que fazer para pensar, não de certo como Heráclito, mas com Heráclito o Lógos de tudo? – A primeira condição é desvencilhar-se da lógica e de seu contrário, o ilógico, do racional e de seu oposto, o irracional, do raciocínio e de seu contraste, o sentimento, da teoria e de seu êmulo, a prática. O período helenista reduziu o Lógos à lógica. Nos cálculos da razão e do (…) -
Henry (1985:77-78) – entendimento e vontade
10 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroEm todo caso, o próprio ver foi posto entre parênteses pela redução e não é enquanto fundados por ele, enquanto encontram nele o que faria deles modos do pensamento, que o sentido e a imaginação podem ser assimilados na segunda definição como modos absolutamente certos e que escapam da dita redução – muito menos, aliás, poderia o próprio intellectus se não estivesse sustentado, em seu fundo, pelo poder de um modo mais originário de aparecer, irredutível a esse poder e, além disso, (…)
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Safranski (Heidegger) – Husserl e Heidegger
6 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroSAFRANSKI, Rüdiger. Heidegger. Um mestre da Alemanha entre o bem e o mal. Tr. Lya Luft. São Paulo: Geração Editorial, 2000, Capítulo V.
Lia Luft
Quando Edmund Husserl foi a Freiburg em 1916, a fama da fenomenologia ainda não saíra do campo da filosofia especializada. Mas poucos anos depois, nos primeiros anos do pós-guerra, uma especialidade filosófica didática já é quase um portador de esperanças em nível de concepção de mundo. Hans-Georg Gadamer relata como no começo dos anos vinte, (…)