[Eudoro de Sousa. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 79-84]
42. Não nos move, nem de leve, o intuito de escrever uma história, ainda que parcelar, da filosofia grega. Mas, a fim de [79] restabelecer o paralelismo (ou, talvez, a convergência) da codificação mítica e da codificação lógica do mistério do horizonte, que, vê-lo-emos em breve, Parménides revelou o quanto pôde, há pelo menos dois nomes que não devem ser omitidos, se quisermos (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Eudoro de Sousa (HCSM:79-84) – Xenófanes
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Eudoro de Sousa (HCSM:69-73) – Tales de Mileto
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[Eudoro de Sousa. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 69-73]
A filosofia, na Grécia, tem por certidão de nascimento um texto de Aristóteles repetidamente citado e minuciosamente comentado (Met., I, 3, 983 b 6 e segs.): «a maioria dos primeiros filósofos, acreditaram que os únicos princípios (arkhas) de todas as coisas (hapanta tà ónta) são os de índole material; pois aquilo de que constam todos os entes e é a primeira origem da sua geração (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:257-258) – mito da separação
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 257-258]
4. CONCLUSÕES, RESUMIDAS, DE STAUDACHER, DIE TRENNUNG VON HIMMEL UND ERDE, TÜBINGEN, 1942 (HC, § 21)
O mito da separação das duas grandes regiões cósmicas é universal: Staudacher (1942) descreveu as variantes disseminadas pelo mundo inteiro — tribos africanas, Egipto Antigo, Grécia Moderna, literatura babilónica e judaica, Hurritas e Fenícios, na índia, Sibéria, Ásia (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:118-123) – interpretação da República VI e VII (504d-517c)
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 118-123]
REPÚBLICA VI e REPÚBLICA VII
68. Só para desentranhar todas as implicações destas poucas páginas da República, necessário seria escrever um livro inteiro. Supondo que não nos tenhamos omitido de ler com a devida atenção nenhum dos mais importantes comentários que constam da bibliografia especializada, digamos, para começar, que só nos ocorre uma excepção (Fergusson) ao (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:115-118) – Mito da Caverna
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro67. «Agora afigura-te a condição da nossa própria natureza, quanto à relação entre cultura e incultura, da maneira que vai seguir. Representa-te homens que vivem numa espécie de morada subterrânea, em forma de caverna, que tem, em toda a sua largura, uma entrada que abre para a luz do dia; no interior desta morada, desde a infância, que estão agrilhoados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que permanecem no mesmo lugar, não veem senão o que está diante deles, e não podendo, por força dos (…)
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Eudoro de Sousa (HCSM:114-115) – noûs, dianoia, pistis, eikasia
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 114-115]
RESUMO DE REPÚBLICA VI, apenas de 508a-511e
66. «Imagina, por exemplo, uma linha seccionada em duas partes, em dois segmentos desiguais; secciona novamente, segundo a mesma razão, cada um dos dois segmentos, o do gênero visível e o do gênero inteligível. Assim considerada uma relação recíproca de claridade e de obscuridade, obterás no visível o teu segundo segmento, as (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:112-113) – Ideia do Bem
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 112-113]
RESUMO DE REPÚBLICA VI, apenas de 504d a 511e
65. «Então é que o mais importante não era aquilo de que falávamos, a justiça e o resto, e algo há que mais importa ainda […]. — Que é, no entanto, esse estudo que é o mais importante e qual o seu objecto, ao que te parece? […] — É uma coisa de que não poucas vezes me ouviste falar […], que, efectivamente, não há mais importante (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:110-112) – mundo é uma caverna
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 110-112]
64. Para o daimon de Empédocles, o mundo é uma caverna: já acenamos para a novidade da cifra, na codificação filosófica do mistério do horizonte. Mas a Caverna passa por ser o mais notável e a mais notada «ilustração» da gnosiologia platônica. Já lemos copiosas páginas (por exemplo, Zepf; cf. A. J. Festugière, La révélation d’Hermes Trismégiste, vol. II, «Le Dieu Cosmique», (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:123-124) – indizibilidade do Ser
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 123-124]
71. Se «o que é dizer» é «dizer o que é», e do que é, nada mais há a dizer, senão «que é», pois tudo o mais que dele se diga implica o dizer que não é, o que se dá no limite é a indizibilidade do Ser, ou, valendo o mesmo, a indiferença de tudo quanto dele se possa dizer. Platão parece falar da indizibilidade do Ser, quando afirma que a Ideia do Bem está epekeina tes ousias (…) -
Eudoro de Sousa (HCSM:196-203) – A Religião Grega
9 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroNada nos constrange a desistir, por tão óbvia que é, de pensar na extrema complexidade da religião grega. Nem é de estranhar que o seja, onde não existe teologia salvaguardada por uma tradição expressa em documentos escritos, expurgados de toda e qualquer excessividade agressiva, de encontro a um só «Corpo Místico». Na Grécia, nunca houve uma fé, porque esta pressupõe a liberdade de crer ou não crer, liberdade responsável perante um pensar coerente, do sacerdócio de um Deus único, com (…)