Kirchner
Por ora, a título de adiantamento, é possível dizer a respeito que o ser-aí possui seu caráter público e sua visão. O ser-aí move-se (fenômeno fundamental) num modo determinado de falar de si mesmo, ao que chamaremos de falação (termo técnico). Nesse falar “de” si mesmo está e reside o modo mediano e público pelo qual o ser-aí se toma e se conserva a si mesmo. Na falação está e reside uma compreensão prévia determinada, que o ser-aí possui de si mesmo: o “como isto ou aquilo” (…)
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Mann / das Man / Man-selbst
Man / le On / a-gente / impessoal / the They / "uno" / Todo-Mundo / Man-selbst / le On-même / a-gente-ela-mesma / impessoalmente-si-mesmo / they-self
[…] impessoalidade não é um termo para designar um modo de ser do existir, que se realiza para além da assunção respectiva de suas possibilidades de ser. Ao contrário, impessoalidade é um termo que designa precisamente o modo como o ser-aí realiza cotidianamente o poder-ser que ele é. Na cotidianidade mediana, o ser-aí assume o poder-ser que ele é, transferindo para o mundo fático sedimentado — o que Heidegger denomina como mundo circundante – a responsabilidade por dizer que possibilidade ele a cada vez é e deve ser. Em contrapartida por essa transferência, o mundo circundante dá ao ser-aí a possibilidade de se pensar como um ente dotado de propriedades, ou seja, a possibilidade de atenuar sua indeterminação ontológica originária e de existir como uma coisa entre coisas. Existir como um ente pretensamente dotado de propriedades, porém, é algo que o ser-aí só pode, na medida em que realiza o seu modo de ser sob o campo de sentido que o aliena de seu caráter de poder-ser. [CASANOVA
Casanova
Marco Antonio Casanova
Marco Casanova
CASANOVA, Marco Antonio. Filósofo e tradutor para português das obras de Heidegger.
, Marco. Mundo e historicidade : leitura fenomenológica de Ser e tempo
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
: volume 2 : tempo e historicidade. Rio de Janeiro: Via Verita, 2020, p. 61-62]
Matérias
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GA63:31-32 — das Man - o a-gente
8 de fevereiro de 2019, por Cardoso de Castro -
Nietzsche (GM:13) – o agente
9 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro[tabby title="Lima de Souza"]
13. — Mas voltemos atrás: o problema da outra origem do “bom”, do bom como concebido pelo homem do ressentimento, exige sua conclusão. — Que as ovelhas tenham rancor às grandes aves de rapina não surpreende: mas não é motivo para censurar às aves de rapina o fato de pegarem as ovelhinhas. E se as ovelhas dizem entre si: “essas aves de rapina são más; e quem for o menos possível ave de rapina, e sim o seu oposto, ovelha — este não deveria ser bom?”, não há o (…) -
Patocka (1995:57-59) – ente em terceira pessoa e ente impessoal
13 de junho de 2023, por Cardoso de CastroIl faudrait se rendre compte de ce qui distingue l’étant en troisième personne de l’étant impersonnel en général. L’étant de la troisième personne recèle un rapport essentiel à la première et à la deuxième personne. L’étant impersonnel y joint une thèse qui ne confère la dignité ontologique qu’à la troisième personne, la thèse selon laquelle elle seule existe véritablement, les deux autres étant de simples aspects et perspectives non pertinents pour « les choses telles qu’en elles-mêmes ». (…)
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Biemel (1987:113-118) – preocupação [Sorge]
4 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroO objetivo principal da análise existencial é destacar os “elementos” estruturais do Dasein e fornecer uma análise detalhada deles; em seguida, ela deve descobrir a síntese que une esses elementos. Nesse nível, além disso, a palavra “elemento” perde seu significado restrito; é melhor falar das partes integrantes do mesmo todo. É, portanto, uma questão de descrever o processo unificador pelo qual essa síntese ocorre: é isso que Heidegger faz no parágrafo 39 de Sein und Zeit, sob o seguinte (…)
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Ciocan (2014:25) – ser-em [In-Sein]
8 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroO ser-no-mundo, a constituição fundamental (Grundverfassung) do Dasein, é determinado como um fenômeno unitário, mas será descoberto com base em seus três momentos estruturais constitutivos: ( a ) o momento “mundo”; ( b ) o momento “quem” (é “no” mundo); ( c ) o momento “ser-em”. Estes três momentos estruturais abrem três linhas mestras de análise: em cada direção analítica, Heidegger identificará e descreverá um ou mais existenciais. Então, como os dezessete existenciais (nomeados como (…)
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Être et temps : § 39. La question de la totalité originaire du tout structurel du Dasein.
16 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
L’être-au-monde est une structure originairement et constamment totale. Au cours des chapitres précédents (chap. II à V), elle a été précisée phénoménalement en tant que tout, et, toujours sur cette base, en ses moments constitutifs. La perspective ouverte au début[[Cf. supra, §12, p. [52] (…) -
Zizek (LL): o Outro de Lacan aprofunda o "a-gente" de Heidegger
22 de junho de 2020, por Cardoso de CastroExcerto de Žižek, Slavoj. Como ler Lacan. Tr. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2010. (epub)
AS NOVELAS MEXICANAS SÃO GRAVADAS num ritmo tão frenético (um episódio de 25 minutos por dia, todos os dias) que os atores sequer recebem o texto para aprender suas falas de antemão; usam minúsculos receptores em seus ouvidos que lhes dizem o que fazer e aprendem a representar o que ouvem (“Agora lhe dê um tapa e diga que o odeia! Depois o abrace! …”). Esse (…) -
Être et temps : § 52. L’être quotidien pour la fin et le concept existential plein de la mort.
4 de janeiro de 2013, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Dans une pré-esquisse existentiale, l’être pour la mort a été déterminé comme l’être pour le pouvoir-être le plus propre, absolu et indépassable. L’être existant pour cette possibilité se transporte devant la pure et simple impossibilité de l’existence. Par-delà cette caractérisation (…) -
Arendt (LM:182-187) o conceito de Eu em Heidegger
2 de maio de 2017, por Cardoso de CastroHelena Martins
Finalmente, há o conceito de Eu, e é este o conceito cuja mudança na "reviravolta" é a mais inesperada e também a que tem maiores consequências. Em Ser e Tempo, o termo "Eu" é "a resposta para a questão Quem [é o homem] ?", em oposição à questão "O que ele é "; o Eu é o termo para a existência do homem em oposição a qualquer qualidade que ele possa ter. Essa existência, o "autêntico ser um Eu", é extraída polemicamente do "Eles". ("Mit dem Ausdruck ’Selbst’ antworten wir auf (…) -
Henry (1963:27-31) – ser = acontecimento impessoal
15 de junho de 2023, por Cardoso de CastroLa trascendencia no puede insertarse en una existencia singular, siendo como es el estallido, la pura sacudida que rompe y destruye, al fundarla, toda existencia y toda singularidad ; la nada (néant), la obra interna del ser, el movimiento que disuelve toda efectividad y que la hace ser en esta misma disolución. La nada que excava la brecha (eso que hemos llamado horizonte) en la que algo y todo puede emerger al ser, no cabe que esté absurdamente encerrada en los límites de ese algo.
Ésta (…) -
GA38: "Nós"
21 de dezembro de 2019, por Cardoso de Castrob) A pergunta “quem somos nós mesmos?” encerra uma primazia do nós?
Borges-Duarte
Apesar disso nós perguntavamos: “quem somos nós mesmos?”. Assim, evitámos a equiparação de eu e do si mesmo. Nós temos aí ainda a vantagem de que a pergunta – quem somos nós mesmos? – é actual, ao contrário da época do liberalismo, o tempo do eu. Supõe-se que agora seja o tempo do nós. Isto pode ser correcto e, porém, é insignificante, ambíguo e superficial, pois nós podemos ser uns seres quaisquer, que (…) -
Être et temps : § 56. Le caractère d’appel de la conscience.
7 de janeiro de 2013, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Au parler appartient ce-sur-quoi il est discuté. Le parler apporte une révélation sur quelque chose, et cela d’un point de vue déterminé. C’est dans ce qui est ainsi discuté qu’il puise ce qu’à chaque fois il dit en tant que parler - le parlé comme tel. Dans le parler comme communication, (…) -
Nietzsche (VP:675) – o agente e o esvaziamento do fazer
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[tabby title="Fernandes & Moraes"]
[Valor de todo desvalorizar. — Minha exigência é] que se ponha o agente (Täter) de novo no interior do fazer (Tun), depois de tê-lo extraído dele, conceitualmente, e de se ter, com isso, esvaziado o fazer; que se retomem o fazer-algo, a “meta”, a “intenção”, o “fim” novamente no fazer, depois de tê-los artificialmente extraído dele e de se ter, com isso, esvaziado o fazer.
Que todos os “fins”, “metas”, “sentidos” são só modos de expressão e (…) -
Ferreira da Silva (2009:45-47) – hábitos sociais
13 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNesse capítulo dos hábitos, devemos incluir o que em sentido lato poderíamos dominar “hábitos sociais”, conjunto de formas consuetudinárias de comportamento e compreensão humanas.
Em grande medida recebemos a vida feita, pois o nosso eu social é um princípio anônimo e objetivo, uma estrutura que independe de nós e que vestimos para nos enquadrar num dado grupo. Apreciamos o mundo não através de nossos próprios sentidos e de uma lógica individual, mas sim através de uma ótica do rebanho. (…) -
Merleau-Ponty (1964:294-295) – O-que-é-Eu
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroGianotti
O-que-é-Eu (Je), verdadeiramente, não é ninguém, é o anônimo; é preciso que ele seja assim, anterior a toda objetivação, denominação, para ser o Operador, ou aquele a quem tudo isso acontece. O Eu denominado, o denominado Eu, é um objeto. O eu primeiro, de que este é a objetivação, é o desconhecido a quem tudo é dado ver ou pensar, para quem tudo apela diante de quem… alguma coisa existe. É portanto, a negatividade — inatingível, bem entendido em pessoa, pois que ela não é nada. (…) -
Sloterdijk (2012:272-275) – o impessoal (Das Man) ou o sujeito
10 de março de 2020, por Cardoso de CastroO impessoal [Das Man], a não pessoa em nosso gabinete de cínicos, lembra, em sua forma despojada, os manequins, tais como são utilizados pelos desenhistas para seus estudos de posições e esboços anatômicos. [270] Mas a posição a que visa Heidegger não é uma posição determinada. Ele observa o “sujeito” na banalidade de seu modo de ser cotidiano. A ontologia existencial que trata do impessoal e da sua existência (Dasein) na cotidianidade aspira realizar algo que não ocorreria, nem mesmo em (…)
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Dreyfus & Kelly (2011:77-81) – não somos a única fonte agente das ações
3 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroNÃO É PRECISO acreditar que os deuses gregos realmente existem para obter algo profundo e importante do senso de sagrado de Homero. No entanto, é preciso rejeitar a ideia moderna de que ser um agente humano é ser a única fonte de suas ações. Como essa noção moderna de agência humana é tão difundida, ela pode nos levar a agir de maneiras que escondem os fenômenos aos quais Homero era sensível. Para ver isso, vamos explorar brevemente a visão moderna.
É natural e intuitivo para nós — de (…) -
Être et temps : § 54. Le problème de l’attestation d’une possibilité existentielle authentique.
7 de janeiro de 2013, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Est recherché un pouvoir-être authentique du Dasein, qui soit attesté par celui-ci même en sa possibilité existentielle. Préalablement, il faut donc que cette attestation même se laisse découvrir. Si elle doit « donner à comprendre » le Dasein à lui-même dans son existence authentique (…) -
Marion (1989:157-160) – dizer "eu"
11 de março de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
[…] O Dasein, porque põe em jogo o ser nele, não pode senão pôr-se ele mesmo em jogo e, portanto, logo não pode senão dizer-se em pessoa, tal como não pode senão pôr-se em jogo como um eu: "O ente que chamamos Dasein, eu o sou a cada vez eu mesmo (bin ich je selbst), e isto enquanto poder-ser para o qual se trata de ser este ente. [SZ:58] Aqui, a possibilidade de dizer "eu sou" logo de declinar ser na primeira pessoa resulta da propriedade, para o Dasein, de se colocar em pessoa (…) -
Être et temps : § 38. L’échéance et l’être-jeté.
16 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Bavardage, curiosité et équivoque caractérisent la guise en laquelle le Dasein est quotidiennement son « Là », c’est-à-dire l’ouverture de l’être-au-monde. Ces caractères, en tant que déterminités existentiales, ne sont pas sous-la-main dans le Dasein, mais co-constituent son être. En eux (…)
Notas
- Boutot (1993:34) – Mit-sein - ser-com
- Caron (2005:866-867) – o impessoal deriva da estrutura do si mesmo
- Caron (2005:926) – Entschlossenheit - décision - decisão
- Casanova (MH2:223-225) – ambiguidade (Zweideutigkeit)
- Ferreira da Silva (2010:222-223) — mundo como um todo
- GA20:337-338 – Dasein como ser-com é vivido pelo co-Dasein
- GA20:440-441 – querer-ter-consciência
- GA29-30:52 – o homem normal [Normalmensch]
- GA64:113-114 – das »Man« (o impessoal)
- MacDowell: MAN - TODO-MUNDO
- MacDowell: Tradition - Tradição
- Nietzsche (VP:675) – o agente e o esvaziamento do fazer
- Patocka (1992:12) – nossas ações seguem caminhos pré-determinados
- SZ:125-126 – Anderen - os outros
- SZ:126-127 – a-gente prescreve a cotidianidade
- SZ:126-127 – Das Man (a-gente)
- SZ:127 – a-gente decide tudo
- SZ:129 – Man-selbst - a-gente-ela-mesma
- SZ:174-175 – Ambiguidade [Zweideutigkeit]
- SZ:179 – dejecção (Geworfenheit e Faktizität)
- SZ:181 – Alltäglichkeit - cotidianidade
- SZ:181 – dejectado-projetante (geworfen-entwerfende em STCastilho)
- SZ:193 – Sich-vorweg-sein / ser-adiantado-em-relação-a-si
- SZ:194-195 – a-gente atualizador da mesmice
- SZ:239-240 – Vertretbarkeit - substitutibilidade
- SZ:254-255 – Dasein próprio morre sempre cada vez factualmente
- SZ:257 – Dasein como factual na não-verdade
- SZ:258 - a morte certamente vem…
- SZ:263 - mais-própria possibilidade do Dasein
- SZ:266 - ser para a morte
- SZ:267-268 – Selbstseinkönnen - poder-ser-si-mesmo
- SZ:270-271 – Gewissen - consciência
- SZ:272-273 - apelo da consciência
- SZ:276 - Dasein tem de ser como é e pode ser
- SZ:289 – Gewissen - Consciência
- Wahl (1949:26-27) – o impessoal [das Man]
- Wrathall (2021:43) – vida fáctica do índivíduo