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Mann / das Man / Man-selbst
Man / le On / a-gente / impessoal / the They / "uno" / Todo-Mundo / Man-selbst / le On-même / a-gente-ela-mesma / impessoalmente-si-mesmo / they-self
[…] impessoalidade não é um termo para designar um modo de ser do existir, que se realiza para além da assunção respectiva de suas possibilidades de ser. Ao contrário, impessoalidade é um termo que designa precisamente o modo como o ser-aí realiza cotidianamente o poder-ser que ele é. Na cotidianidade mediana, o ser-aí assume o poder-ser que ele é, transferindo para o mundo fático sedimentado — o que Heidegger denomina como mundo circundante – a responsabilidade por dizer que possibilidade ele a cada vez é e deve ser. Em contrapartida por essa transferência, o mundo circundante dá ao ser-aí a possibilidade de se pensar como um ente dotado de propriedades, ou seja, a possibilidade de atenuar sua indeterminação ontológica originária e de existir como uma coisa entre coisas. Existir como um ente pretensamente dotado de propriedades, porém, é algo que o ser-aí só pode, na medida em que realiza o seu modo de ser sob o campo de sentido que o aliena de seu caráter de poder-ser. [CASANOVA , Marco. Mundo e historicidade : leitura fenomenológica de Ser e tempo : volume 2 : tempo e historicidade. Rio de Janeiro: Via Verita, 2020, p. 61-62]
Matérias
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Marion (1989:157-160) – dizer "eu"
11 de março de 2024, por Cardoso de Castro
destaque
[…] O Dasein, porque põe em jogo o ser nele, não pode senão pôr-se ele mesmo em jogo e, portanto, logo não pode senão dizer-se em pessoa, tal como não pode senão pôr-se em jogo como um eu: "O ente que chamamos Dasein, eu o sou a cada vez eu mesmo (bin ich je selbst), e isto enquanto poder-ser para o qual se trata de ser este ente. [SZ:58] Aqui, a possibilidade de dizer "eu sou" logo de declinar ser na primeira pessoa resulta da propriedade, para o Dasein, de se colocar em pessoa (…)
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Ferreira da Silva (2009:45-47) – hábitos sociais
13 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro
Nesse capítulo dos hábitos, devemos incluir o que em sentido lato poderíamos dominar “hábitos sociais”, conjunto de formas consuetudinárias de comportamento e compreensão humanas.
Em grande medida recebemos a vida feita, pois o nosso eu social é um princípio anônimo e objetivo, uma estrutura que independe de nós e que vestimos para nos enquadrar num dado grupo. Apreciamos o mundo não através de nossos próprios sentidos e de uma lógica individual, mas sim através de uma ótica do rebanho. (…)
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Schérer (1971:99-113) – L’analytique heideggerienne du Dasein et le problème de la communauté
14 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
Le problème de notre existence avec autrui n’est une énigme théorique que si nous prenons pour point de départ la séparation des existences et l’ipséité des sujets. Par un changement des perspectives phénoménologiques, l’homme cesse d’être conscience en face d’un monde visé par sa conscience ; il devient être-dans le monde et en tant que tel, lui appartiennent alors ces deux dimensions essentielles que l’idéalisme subjectif ne peut faire totalement siennes: la spatialité et la communauté, (…)
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Wrathall (2017:10-12) – o impessoal [das Man] e autenticidade
19 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
Uma vez que reconheçamos como as práticas de fundo desempenham um papel constitutivo na fundamentação de uma compreensão do ser, abrem-se várias questões importantes. Por exemplo, já vimos como as práticas de fundo são totalmente sociais. Nossa compreensão do mundo é articulada por essas práticas e, portanto, crescemos, em primeiro lugar, em uma forma compartilhada de compreender tudo. “Não dizemos o que vemos”, explica Heidegger sobre nossa experiência cotidiana imediata da palavra, “mas (…)
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Arendt (LM:182-187) o conceito de Eu em Heidegger
2 de maio de 2017, por Cardoso de Castro
Helena Martins
Finalmente, há o conceito de Eu, e é este o conceito cuja mudança na "reviravolta" é a mais inesperada e também a que tem maiores consequências. Em Ser e Tempo, o termo "Eu" é "a resposta para a questão Quem [é o homem] ?", em oposição à questão "O que ele é "; o Eu é o termo para a existência do homem em oposição a qualquer qualidade que ele possa ter. Essa existência, o "autêntico ser um Eu", é extraída polemicamente do "Eles". ("Mit dem Ausdruck ’Selbst’ antworten wir auf (…)
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Merleau-Ponty (1964:294-295) – O-que-é-Eu
23 de março de 2022, por Cardoso de Castro
Gianotti
O-que-é-Eu (Je), verdadeiramente, não é ninguém, é o anônimo; é preciso que ele seja assim, anterior a toda objetivação, denominação, para ser o Operador, ou aquele a quem tudo isso acontece. O Eu denominado, o denominado Eu, é um objeto. O eu primeiro, de que este é a objetivação, é o desconhecido a quem tudo é dado ver ou pensar, para quem tudo apela diante de quem… alguma coisa existe. É portanto, a negatividade — inatingível, bem entendido em pessoa, pois que ela não é nada. (…)
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Haugeland (2013:4-6) – o impessoal [das Man]
24 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castro
destaque
Imagine uma comunidade de criaturas versáteis e interactivas, não especificadas de outra forma, exceto que são conformistas. "Conformismo" aqui significa não apenas imitatividade (macaco vê, macaco faz) mas também censura — isto é, uma tendência positiva para ver que os vizinhos fazem o mesmo e para suprimir a variação. Isto deve ser pensado como uma disposição comportamental complicada, que as criaturas têm por natureza ("ligada"). Pressupõe nelas uma capacidade de reagir (…)