Redução fenomenológica (Patocka)

Patocka  , 1946

Essa abordagem, pela qual a filosofia se torna uma reflexão radical que submete cada tese, singular ou geral, à sua investigação, examinando assim todos os pressupostos, tanto implícitos quanto explícitos, de todo o nosso conhecimento, é chamada por Husserl   de redução fenomenológica. No final de seu percurso, ela se concentrará, em sua visão, em todo o problema filosófico. Em certo sentido, ela apenas leva até o fim o programa da filosofia como análise dos significados.

A análise dos significados, para ser completamente universal, não pode parar diante dos conceitos de real e realidade, mas deve compreendê-los como estruturas de significado, assim como todo o restante. Ora, o real e a realidade são menos noções ou experiências singulares e mais quadros universais, nos quais cada experiência se move e se situa originalmente.

Compreender efetivamente a filosofia como reflexão universal significa abandonar o índice "natural", que afeta imediatamente toda experiência, para acessar um novo terreno de experiência. Nesse novo espaço, o "subjetivo" e todo o complexo de significados a ele associados deixam de ser uma parte subordinada da realidade natural e sociocultural, e, ao contrário, tornam possível, pela primeira vez, responder à questão sobre o que "é" essa realidade natural e sociocultural, ou seja, em termos da filosofia reflexiva, qual é o seu significado.