Amplitude da temporalidade derivada. Estreiteza da temporalidade original. Tudo no mundo, tudo o que é de qualquer natureza e de qualquer forma, está inscrito no tempo do mundo: o físico não menos que o psíquico, o objetivo não menos que o subjetivo, o transcendente não menos que o imanente. Além disso, o atemporal, por sua vez, não é menos temporal do que o temporal; na verdade, é ainda mais. Pensado em sua própria verdade, o atemporal é o onitemporal. Eternas, nesse aspecto, não são, por (…)
Página inicial > Fenomenologia
Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
-
Birault (1978:16-17) – Amplitude da temporalidade derivada
29 de setembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Laffoucrière (1968:45-47) – O ser como presença é simultaneamente ser e desvelamento
28 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroAqui a antinomia entre Parmênides e Heráclito desaparece. Embora sejam diferentes, os dois Grandes estão no mesmo ponto. Tudo flui, pensa um deles, mesmo que a fórmula não seja dele, mas ele nos diz que a permanência do rio é tão importante quanto o fluxo da água. O sol nasce de novo todas as manhãs, mas ele nasce todas as manhãs e se o logos é um fogo vivo que se torna todas as coisas, ele não é menos logos, ou seja, ordem e harmonia. Acima de tudo, Heráclito nos diz que tudo é, (…)
-
Laffoucrière (1968:43-45) – ser e aparecer
28 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroVamos parar por um momento e ouvir Píndaro ou Sófocles, Anaxímenes ou Heráclito. A mesma paixão reina em todos os lugares: a de desvendar o ser. Mesmo quando não é nomeado, o ser está sempre presente. Um estudioso como Burnet só pode concluir que seria um anacronismo distinguir entre realidade e aparência nessa época. Essa é uma oposição platônica, e o próprio Platão não a formulou em seus primeiros escritos. Em Píndaro, portanto, o ser é confundido tanto com physis, que é o brotar, quanto (…)
-
Laffoucrière (1968:245-248) – perda do sentido do ser
28 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroO esquecimento do ser é refletido na metafísica pelo fato de que, ao entender o ser como o conceito mais geral, infinito e autoevidente [SZ:3-4], não tem nem pátria nem sentido [GA6T2]. O sentido que temos de redescobrir é o sentido necessário do que acontece, ou seja, do ser do ente. Por tê-lo considerado como aparecido e não em sua aparição, a metafísica não faz a pergunta. A fim de se interrogar sobre a maneira pela qual o ser significa, não devemos começar nos apegando a um sentido (…)
-
Richardson (2003:20-22) – Positividade do Pensamento Fundamental
26 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroDe forma mais positiva, o pensamento fundamental tenta meditar o Ser como o processo da verdade, ou seja, o processo de iluminação nos seres. Qual é a estrutura fundamental desse pensamento? É trazida à luz pela natureza do homem concebida como ek-sistência, ou seja, dotada da prerrogativa, única entre os entes, de uma abertura extática ao processo de iluminação de ά-λήθεια. A Ek-sistência assim entendida pode ser chamada de “Aí” (Da) do Ser, porque é aquele domínio entre os entes onde (…)
-
Richardson (2003:584-587) – bauen
26 de setembro de 2024, por Cardoso de Castro“Trabalhar” admite tanto um sentido lato como um sentido estrito. No sentido lato, é o equivalente da palavra ‘habitar’, pois, segundo Heidegger, o radical de bauen (buan, bhu, beo) tem afinidade com a forma alemã do verbo ‘ser’ (ich bin, du bist, etc.), sugerindo, portanto, o modo como o Ser-aí é ou habita. No sentido mais estrito, significa uma maneira pela qual o Ser-aí se comporta de acordo com a estrutura do processo de habitação. É este sentido que queremos sugerir por “trabalhar”. (…)
-
Stambaugh (1986:IV) – temporalidade [Zeitlichkeit], realidade [Wirklichkeit], tonalidade afetiva [Stimmung]
25 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroSe a resposta à pergunta filosófica fundamental e generalizada: O que é real? não está em dar uma razão pela qual algo é, e se ela não abandona seu caráter de pergunta e se concentra na tentativa pragmaticamente bem-sucedida ou malsucedida de lidar com essa pergunta "O que é real?" como algo desconhecido e dificilmente controlável (o inconsciente como o que é real), onde estamos agora? Esperávamos que uma consideração sobre a temporalidade nos desse uma nova visão sobre o que é real.
Isso (…) -
Haugeland (2013:14-16) – Um "caso" de Dasein e seus papéis
24 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroInvariavelmente, um caso de Dasein desempenha muitos papéis. O que é apropriado para ele em qualquer ocasião será uma função de quais papéis são esses; alguns padres, por exemplo, não devem ter casos amorosos, embora outros solteiros possam. Além disso, invariavelmente, as exigências desses papéis muitas vezes entram em conflito. O que é apropriado para mim, o provedor, pode não ser compatível com o que é apropriado para mim, o aspirante a artista, para não mencionar eu, o encarregado da (…)
-
Haugeland (2013:10-11) – Jemeinigkeit
24 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroAs pessoas estão, em certo sentido, em pé de igualdade com tudo o mais que qualquer um institui; são subpadrões coerentes identificáveis dentro do padrão geral que é o Dasein. Intuitivamente, cada pessoa é aquele padrão de disposições normais e papéis sociais que constitui um membro individual da comunidade em conformidade. Ora, é um requisito fundamental da história até então que o Dasein tenha esses "padrões de membros" (conformistas), mas nada foi dito sobre o que distingue esses padrões (…)
-
Greisch (1994:Intro) – Confronto Heidegger-Rickert
24 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroComo um bom epistemólogo, Rickert fez uma distinção entre as "leis da natureza" como um princípio de explicação científica e a norma como um princípio de julgamento. Foi essa distinção que formou o núcleo do chamado método teleológico-crítico. Embora seja fácil reconhecer o progresso que tal método representa em relação a um método puramente genético (o de uma simples história da ciência), não é certo que ele seja capaz de fornecer um critério suficiente para fundar filosoficamente uma (…)