Se se define o tempo corretamente como a sucessão infinita, o próximo passo seria, aparentemente, determiná-lo como presente, passado e futuro. Entretanto esta distinção é incorreta, se com isso se quiser dizer que ela se situa no próprio tempo; pois ela apenas surge em virtude da relação do tempo com a eternidade, e pela reflexão da eternidade nele. Se, com efeito, se pudesse encontrar uma base de apoio na sucessão infinita do tempo, ou seja, um presente que servisse de divisor, essa (…)
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Existencialismo
Citações das obras de Kierkegaard , Dostoiévski , Sartre e outros
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Kierkegaard (CA): tempo e eternidade
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Kierkegaard (CA): instante
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroO instante designa o presente como um tal que não tem pretérito nem futuro; pois é aí que reside justamente, aliás, a imperfeição da vida sensual. O eterno significa igualmente o presente, que não possui nenhum passado e nenhum futuro, e esta é a perfeição do eterno.
Se se quiser usar agora o instante para com ele definir o tempo, e fazer o instante designar a exclusão puramente abstrata do passado e do futuro e, como tal, o presente, então o instante não será exatamente o presente, pois o (…) -
Buber (Eu-Tu:7-9) – conjuminar o pensar calculativo e o meditativo
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroEu considero uma árvore.
Posso apreendê-la como uma imagem. Coluna rígida sob o impacto da luz, ou o verdor resplandecente repleto de suavidade pelo azul prateado que lhe serve de fundo.
Posso senti-la como movimento: filamento fluente de vasos unidos a um núcleo palpitante, sucção de raízes, respiração das folhas, permuta incessante de terra e ar, e mesmo o próprio desenvolvimento obscuro.
Eu posso classificá-la numa espécie e observá-la como exemplar de um tipo de estrutura e de (…) -
Kierkegaard (Parábolas) – o filósofo ocupado
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroO que resta para o filósofo fazer quando uma sociedade se prepara para a guerra?
Quando Filipe ameaçou sitiar a cidade de Corinto, e todos os seus habitantes se apressaram em defender, alguns polindo armas, alguns juntando pedras, alguns consertando as paredes, Diógenes vendo tudo isso rapidamente dobrou seu manto e começou a rolar sua banheira zelosamente para frente e para trás pelas ruas. Quando lhe perguntaram por que fazia isso, respondeu que desejava estar ocupado como todos os (…) -
Kierkegaard: significado da vida
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[tabby title="tradução do espanhol"]
Que significado tem, em geral, esta vida? Se dividirmos os homens em dois grandes grupos, podemos afirmar que um trabalha para viver e que o outro não necessita disto. Mas isto de trabalhar para viver não pode ser de modo algum o significado da vida; pois, sem dúvida, é uma contradição que um problema de tal significado, assim condicionado, seja resolvido com a constante produção das mesmas condições. Por outro lado, a vida de quem não trabalha não tem (…) -
Kierkegaard (CA): angústia — enorme nada da ignorância
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroQue a angústia apareça é aquilo ao redor do que tudo gira. O homem é uma síntese do psíquico e do corpóreo. Porém, uma síntese é inconcebível quando os dois termos não se põem de acordo num terceiro. Este terceiro é o espírito. Na inocência, o homem não é meramente um animal. De resto, se o fosse a qualquer momento de sua vida, jamais chegaria a ser homem. O espírito está, pois, presente, mas como espírito imediato, como sonhando. Enquanto se acha então presente é, de certa maneira, um poder (…)
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Kierkegaard (CA): o conceito de angústia
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroA angústia é uma qualificação do espírito que sonha, e pertence como tal à Psicologia. Na vigília está posta a diferença entre meu eu e meu outro ; no sono, está suspensa, e no sonho ela é um nada insinuado. A realidade efetiva do espírito se apresenta sempre como uma figura que tenta sua possibilidade, mas se evade logo que se queira captá-la, e é um nada que só pode angustiar. Mais ela não pode, enquanto apenas se mostra. O conceito de angústia não é tratado quase nunca na Psicologia, e, (…)
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Kierkegaard (R:107-108) – enfio o dedo na existência — não cheira a nada
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroA minha vida atingiu um ponto extremo; a existência provoca-me náuseas, é insípida, sem sal nem significado. Mesmo que eu estivesse mais faminto do que Pierrot, não gostaria contudo de engolir a explicação que as pessoas oferecem. Enfia-se um dedo no solo para cheirar o tipo de terra em que se está; eu enfio o dedo na existência — não cheira a nada. Onde estou? Que quer isto dizer: o mundo? Que significa esta palavra? Quem me enganou, metendo-me em tudo isto, e me deixa ficar aqui? Quem sou? (…)
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Camus (2018) – o ataque atual contra a razão
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroMas talvez em nenhuma outra época, como na nossa, foi mais vivo o ataque contra a razão. Desde o grande grito de Zaratustra — “Por acaso, é a mais velha nobreza do mundo. Eu a reintegrei em todas as coisas quando disse que não queria nenhuma vontade eterna acima dela” —, desde a doença mortal de Kierkegaard — “esse mal que confina com a morte sem mais nada depois dela” —, os temas significativos e supliciantes do pensamento absurdo se sucederam. Ou, pelo menos, e essa minúcia é fundamental, (…)
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Ortega Amor
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroPero esta es una de las distinciones más importantes que necesitamos hacer para evitar que se nos escape entre los dedos lo específico, lo esencial del amor. Nada hay tan fecundo en nuestra vida íntima como el sentimiento amoroso; tanto, que viene a ser el símbolo de toda fertilidade - fecundidad. Del amor nacen, pues, en el sujeto muchas cosas: desejos - deseos, logismos - pensamientos, querença - voliciones, atos - actos; pero todo esto que del amor nace como la semente - cosecha de una (…)