Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]
A preocupação exclusiva de Dostoiévski, o único tema ao qual dedicou sua força criativa, é o homem e seu destino. Ele foi antropologista e antropocentrista a um grau indescritível. O problema do homem o absorveu até a frenesi, o devorou. A seus olhos, o homem não é um simples fenômeno natural, um fenômeno da mesma ordem que todos os outros, ainda que mais elevado: para ele, o homem é um microcosmo, o centro do ser, um sol ao redor do qual (…)
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Existencialismo
Citações das obras de Kierkegaard , Dostoiévski , Sartre e outros
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Tema central de Dostoiévski: o ser humano (Berdiaeff)
30 de março, por Cardoso de Castro -
Dostoiévski foi um realista? (Berdiaeff)
30 de março, por Cardoso de CastroBerdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]
Dostoiévski foi um realista? Antes de elucidar essa questão, é preciso perguntar em [26] que medida uma arte original e grandiosa pode ser realista? Sem dúvida, o próprio Dostoiévski gostava de se intitular como tal e considerava que seu realismo era o próprio realismo da vida. Ele certamente não entendia essa palavra no sentido em que a crítica oficial a toma quando afirma a existência de uma escola realista cujo líder seria Gógol: nada (…) -
Dostoiévski (Berdiaeff)
30 de março, por Cardoso de CastroBerdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]
Dostoiévski não foi apenas um grande artista, foi um grande pensador e um grande visionário: um dialético de gênio também, e o maior metafísico da Rússia. As ideias desempenham um papel preponderante em sua obra e sua admirável dialética ocupa um lugar igual ao de sua extraordinária psicologia. Essa dialética participa da própria natureza de sua arte: é através da arte que Dostoiévski penetra até seus fundamentos o mundo das ideias, e o (…) -
Memórias do Subsolo, de Dostoiévski
30 de março, por Cardoso de CastroPhenomenology of Life in Border Situations: The Experience of the Ultimate (Husserliana89)
Memórias do Subsolo, de Dostoiévski, é uma crítica devastadora à fé na razão – ou, mais precisamente, à fé na razão instrumental, aquela que nega nossas paixões ou suprime uma parte essencial de nós mesmos. Para Dostoiévski, é assim que perdemos nossa humanidade. A descrição que o homem do subsolo faz da vingança evidencia a crença do autor na hierarquia das paixões. "Quando estão possuídos, digamos, (…) -
"O Adolescente" de Dostoiévski
30 de março, por Cardoso de CastroELTCHANINOFF, M. Dostoïevski, roman et philosophie. Paris: Presses universitaires de France, 1998.
O que primeiro salta aos olhos do leitor é o aspecto caótico, quando não confuso, de sua arte [de Dostoiévski]. O Adolescente, seu penúltimo romance, é um dos melhores exemplos disso. Trata-se, sem dúvida, do mais desenfreado e desordenado de todos. Sem nos alongarmos nos inúmeros detalhes dessa história tão complicada, digamos que a narrativa, embora centrada no jovem herói, que nos (…) -
Razão Vivente e Razão Histórica
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano2002)
Continuei movendo-me dentro da Razão Vital, que seu autor ou descobridor deixou meio fundada para utilizá-la como Razão Histórica, o que tornou impossível abri-la sequer como Razão Vivente. A R.H. é a forma como Ortega compreendeu e quis usar a R.V., mesmo quando ainda não havia explorado indispensavelmente a vida e, menos ainda, o sujeito vivente. -
Método
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1989)
[…] o «Método» se transforma em uma Forma mentis sustentada por uma atitude de desconfiança […] remetendo-se, antes de tudo e acima de tudo, aos resultados, cifrando a condição humana nos modos de dominação sobre a natureza, sobre a sociedade em diferentes níveis; também sobre o tempo e sobre a chamada interioridade, que surge como antagonista, destinada a ser superada pela objetividade ideal ou pela necessidade empírica. -
Ter uma missão
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1930)
Não se pode criar história sentindo-se acima dela, a partir do mirante da razão; somente quem está por baixo da história pode, um dia, ser seu agente criador. E nisso acredito que nós, desta geração, nos diferenciamos da sua [Ortega y Gasset], se é que vamos ser algo, o que às vezes eu duvido. Nossa alegria está em nos sentirmos instrumentos e apenas aspiramos a ter uma missão dentro de algo que nos envolve: o momento histórico. -
Evasão da intuição e da realidade
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1937)
A inteligência está ligada a resíduos de crenças descompostas do passado, a limitações impostas pela falta de coragem para romper laços sociais e, o mais decisivo: à falta de uma intuição modelo, à ausência de uma realidade que exerça pressão. Mas essa ausência de intuição, essa falta de sentir a realidade, transforma-se no fascismo, em uma evasão da intuição e da realidade, em uma fuga sistemática e encoberta da realidade. No entanto, como a realidade continua existindo, é (…) -
Édipo
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1958)
Há um protagonista trágico entre todos, um homem, Édipo, em quem se concentra a desventura da condição humana; pois é culpado sendo inocente; comete o pior dos delitos ao tentar fugir dele, porque não sabe quem é. […] Ele havia decifrado o enigma proposto pela Esfinge. Ironicamente, a resposta era "o homem". Mas, depois de ter acertado, não sabia o que era o homem, nem quem ele era, esse homem, Édipo.