GMarcel1967
Uma observação preliminar parece impor-se aqui: na verdade, é o espetáculo da caducidade dos seres individuais que pode incitar o pensamento, por uma espécie de extrapolação temerária, a passar ao limite e proclamar que o ser não é, ou seja, que não há nada que possa ser afirmado como indestrutível ou eterno. Nessa perspectiva, não se poderia, portanto, manter a realidade dos seres individuais; é ela, ao contrário, que é primeiramente negada e como que engolida. Mas a questão é (…)
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Existencialismo
Citações das obras de Kierkegaard , Dostoiévski , Sartre e outros
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Perecer (Gabriel Marcel)
4 de abril, por Cardoso de Castro -
Ente (Gabriel Marcel)
4 de abril, por Cardoso de CastroGMarcel1967
Em francês, a palavra "être" apresenta o grave inconveniente de ser anfibológica, já que é ao mesmo tempo substantivo e verbo. Para dissipar essa ambiguidade, os [32] filósofos que se inspiram na ontologia heideggeriana tentaram introduzir a palavra "étant", usada como substantivo. Atualmente, parece bastante duvidoso que essa palavra "étant" possa se tornar corrente entre os filósofos. No entanto, Gilson observa que um autor do século XVII, Scipion du Pleix, intitulou o (…) -
Razão Vivente e Razão Histórica
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano2002)
Continuei movendo-me dentro da Razão Vital, que seu autor ou descobridor deixou meio fundada para utilizá-la como Razão Histórica, o que tornou impossível abri-la sequer como Razão Vivente. A R.H. é a forma como Ortega compreendeu e quis usar a R.V., mesmo quando ainda não havia explorado indispensavelmente a vida e, menos ainda, o sujeito vivente. -
Método
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1989)
[…] o «Método» se transforma em uma Forma mentis sustentada por uma atitude de desconfiança […] remetendo-se, antes de tudo e acima de tudo, aos resultados, cifrando a condição humana nos modos de dominação sobre a natureza, sobre a sociedade em diferentes níveis; também sobre o tempo e sobre a chamada interioridade, que surge como antagonista, destinada a ser superada pela objetividade ideal ou pela necessidade empírica. -
Ter uma missão
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1930)
Não se pode criar história sentindo-se acima dela, a partir do mirante da razão; somente quem está por baixo da história pode, um dia, ser seu agente criador. E nisso acredito que nós, desta geração, nos diferenciamos da sua [Ortega y Gasset], se é que vamos ser algo, o que às vezes eu duvido. Nossa alegria está em nos sentirmos instrumentos e apenas aspiramos a ter uma missão dentro de algo que nos envolve: o momento histórico. -
Evasão da intuição e da realidade
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1937)
A inteligência está ligada a resíduos de crenças descompostas do passado, a limitações impostas pela falta de coragem para romper laços sociais e, o mais decisivo: à falta de uma intuição modelo, à ausência de uma realidade que exerça pressão. Mas essa ausência de intuição, essa falta de sentir a realidade, transforma-se no fascismo, em uma evasão da intuição e da realidade, em uma fuga sistemática e encoberta da realidade. No entanto, como a realidade continua existindo, é (…) -
Édipo
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1958)
Há um protagonista trágico entre todos, um homem, Édipo, em quem se concentra a desventura da condição humana; pois é culpado sendo inocente; comete o pior dos delitos ao tentar fugir dele, porque não sabe quem é. […] Ele havia decifrado o enigma proposto pela Esfinge. Ironicamente, a resposta era "o homem". Mas, depois de ter acertado, não sabia o que era o homem, nem quem ele era, esse homem, Édipo. -
Nietzsche sobre o mito
25 de março, por Cardoso de Castro(Blumenberg1979)
Na visão de Nietzsche sobre o mito, o ponto decisivo é que superar ou, pelo menos, lidar com o estrato subjacente de terror e sofrimento é tanto necessário, para que se possa existir de fato, quanto não deve nunca ser definitivo, para que o homem ainda seja capaz de sentir o poder da vida. -
Kierkegaard
25 de março, por Cardoso de Castro(CamusMS)
O que é sensível em Lev Chestov o será talvez ainda mais em Kierkegaard. Certamente, não é fácil assimilar num autor tão esquivo a enunciados claros. Mas, apesar dos escritos aparentemente opostos, por cima dos pseudônimos, dos jogos e dos sorrisos, sente-se aparecer em toda a extensão dessa obra como que o pressentimento (ao mesmo tempo que a assimilação) de uma verdade que acaba explodindo nos últimos trabalhos: também ele, Kierkegaard, dá o salto. O cristianismo com que tanto (…) -
Adorno e Horkheimer (1947) – Nietzsche e o Aufklärung
21 de março, por Cardoso de CastroEmbora a relação de Nietzsche com o Aufklärung (…) se mantivesse, apesar de tudo, dividida entre duas tendências, embora ele percebesse no Aufklärung tanto o movimento universal do espírito soberano, que lhe parecia representar a realização integral, quanto a força inimiga da vida, “niilista”, foi apenas este segundo elemento que permaneceu em seus sucessores pré-fascistas e foi pervertido em uma ideologia. (MHTA)