A interpretação pode se transformar em enunciações. A exposição explícita desses significados implícitos me permite capturá-los na linguagem e declará-los abertamente. No entanto, Heidegger acredita que isso é, como diz o título do §33, “um modo derivado de interpretação”. Em primeiro lugar, isso depende da interpretação porque só podemos declarar os significados que encontramos aí. Se eu não entendesse para que serve o martelo, não poderia dizer que o martelo é muito pesado para o trabalho. (…)
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Braver / Lee Braver
Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
BRAVER, Lee. Heidegger. Thinking of Being. Cambridge: Polity Press, 2014.
BRAVER, Lee. A thing of this world : a history of continental anti-realism. Evanston: Northwestern University Press, 2007
Matérias
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Braver (2014:57-59) – enunciação [Aussagesätze]
6 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Braver (2014:56-57) – interpretação [Auslegung]
6 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroÉ porque estou em meu mundo por meio da projeção de meu para-quê que considero o mundo inteligível, compreensível, significativo (192/151). É por meio da significância — as linhas de ordens que pressiono quando realizo minhas tarefas — que os entes são significativos — entendo o que eles podem fazer, para que servem. Não encontramos coisas sem sentido, exceto quando a observação desvinculada as torna mudas e inertes (190/149). Normalmente, as coisas aparecem como coisas específicas — como um (…)
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Braver (2014:67-69) – cura - cuidado - preocupação [Sorge]
6 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroEm vez do colapso localizado de ferramentas específicas, a ansiedade marca o colapso do significado do mundo como um todo. Mas, como diz o idioma chinês, essa crise também é uma oportunidade, uma oportunidade fenomenológica nesse caso. Assim como os colapsos nos permitem ver o equipamento que era imperceptível, a individualização do Dasein pela ansiedade, ao nos separar de nossa absorção normal nos mundos, nos permite ver a estrutura da existência, exatamente o que estávamos procurando desde (…)
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Braver (2014:179-181) – a clareira [Lichtung]
6 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro“A apropriação [Ereignis] tem a propriedade peculiar de trazer o homem para si mesmo como o ente que percebe o Ser” (GA14:TB 23). Heidegger manteve, desde os primeiros trabalhos, a ideia de que somos a clareira, o lugar onde os entes emergem à luz. É em nossa consciência que os entes são revelados. Inicialmente, isso ocorre dentro de uma estrutura kantiana que atribui a clareira a nós. É porque nos importamos com o que acontece conosco que projetamos metas e papéis por cuja luz refletida (…)
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Braver (2014:52-54) – disposição [Befindlichkeit]
6 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroAssim como acontece com os componentes do ser-no-mundo, embora as três facetas [disposição, compreensão e discurso] do “aí” estejam inextricavelmente interconectadas, só podemos abordá-las uma de cada vez. Começaremos com “Befindlichkeit”. Esse termo é traduzido aqui como “estado de espírito” [disposição, STMS], que geralmente é considerado uma péssima tradução porque evoca uma qualidade mental estática dentro de nós, exatamente a ideia da qual Heidegger está tentando se livrar. Entretanto, (…)
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Braver (2014:84-85) – consciência e culpa
7 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroÉ claro que não é o nosso “si” cotidiano que nos chama à autenticidade, porque esse “si” está enraizado na inautenticidade. Em nossa vida cotidiana, ouvimos a barulheira do que “o impessoal” [das Man] diz sobre os assuntos, o que encobre outra voz que poderíamos ouvir se calássemos a incessante conversa fiada do “impessoal”: o chamado da consciência. Como vimos, a angústia e a antecipação da morte funcionam como colapsos em grande escala de nosso mundo que esvaziam o significado de nossas (…)
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Braver (2014:69-73) – Realidade
6 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroHeidegger nos lembra mais uma vez que a contemplação descompromissada da tradição da presença-à-mão [Vorhandenheit] — que é como ele está usando o termo “realidade” aqui — passa ao largo do inconspícuo pronto-à-mão [Zuhandenheit]. Um de seus objetivos ao longo do livro [SZ] é mostrar que “entre os modos de Ser das entidades dentro do mundo, a Realidade não tem prioridade” (SZ:211). Ele tem se concentrado nos outros modos de ser — a prontidão para a mão do equipamento e a existência do Dasein (…)
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Braver (2014:54-56) – compreensão [Verstehen]
6 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroO segundo componente básico do aí depois do Befindlichkeit é a compreensão, embora Heidegger enfatize que tanto a compreensão quanto o estado de espírito estão sempre presentes e determinam um ao outro. Por compreensão, ele quer dizer saber como fazer as coisas, uma competência para interagir adequadamente com diferentes tipos de entidades (SZ:183/143). Quando estamos no mundo, sabemos como nos mover ao longo de suas linhas de significância: entendemos como ser um estudante sabendo como usar (…)
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Braver (2007:xix-xxi) – Matrizes de pensamento
31 de maio de 2023, por Cardoso de CastroBRAVER, Lee. A thing of this world : a history of continental anti-realism. Evanston: Northwestern University Press, 2007
Realism Matrix
R1 Independence: “The world consists of some fixed totality of mind-independent objects” (Putnam 1981, 49).
R2 Correspondence: “Truth involves some sort of correspondence relation between words or thought-signs and external things and sets of things” (Putnam 1981, 49).
R3 Uniqueness: “There is exactly one true and complete description of ‘the way (…)