El pensamiento que «deja de lado al ser como fundamento», saltando en el Boden y respondiendo al Zuspruch de la presencia como Anwesenlassen, es aquél al que Heidegger define en términos de memoria y rememoración: Denken como Gedächtnis, Denken como Andenken. No es casual que, en el mundo de la metafísica desplegada como técnica tal como está descrito en la frase de Nietzsche sobre el «desierto» que «crece» (cf. WD, 11 y ss.), Mnemosyne no tenga ya derecho de ciudadanía: «la desertización es (…)
Página inicial > Palavras-chave > Temas > denken …
denken …
denken / pensar / penser / think / Denkwürdigen / digno de ser pensado / digno de pensar / erdenken / erdichten / inventer / forger / Nachdenken / reflexão / rechnende Denken / pensamento calculador / Andenken / remémoration / rememoração / anfängliche Denken / pensar inicial / inceptual thinking / gedanken-los / carentes de pensamentos / sem-pensamentos / Gedankenlosigkeit / carência de pensamentos / ausência-de-pensamentos / gedanken-arm / pobres de pensamento / pobres-em-pensamento / Gedanke-flucht / fuga-aos-pensamentos / Bedenkliche / grave / pensable / Bedenklichste / gravíssimo / ce qui donne le plus à penser
Termos de muito difícil tradução, sobretudo se se quiser respeitar o seu paralelismo. Globalmente, pode dizer-se que o Andenken é memória ou comemoração, quer dizer pensamento que se volta para trás num movimento retrospectivo, enquanto o Vordenken é avanço ou preparação, quer dizer pensamento que caminha para diante num movimento prospectivo. Convém no entanto não interpretar mal a singularidade deste duplo movimento. A retrospecção característica do Andenken não é olhar incidente sobre um passado revoluto, mas olhar dirigido em direcção ao que, na medida em que ainda não pensado, continua proposto ao nosso futuro — mesmo se não podemos esperar atingir esse futuro senão pelo «passo atrás» [1]. Inversamente, a prospecção característica do Vordenken não é um avanço livre, desligado de todo o passado, mas uma penetração em direcção ao futuro, ela própria apenas tornada possível a partir do Andenken — mesmo se deve passar resolutamente para lá dele [2]. Andenken e Vordenken constituem de facto os dois pólos de uma oposição, mas esta não pode em caso algum ser reduzida à oposição estática do passado e do futuro. Na realidade, ambos pertencem, segundo modalidades diferentes, à dimensão do futuro, e só se opõem no pano de fundo de uma troca ou de uma participação recíproca [3]. [MZHPO
MZHPO
DENKEN E CORRELATOS
[1] EHD [GA4], p. 95 (127) : «Se o pensamento, lembrando-se daquilo que foi (das Gewesene), lhe deixa a sua essência e não altera o seu reino usando-o apressadamente como presente, descobrimos então que o que foi, pelo seu retorno no Andenken, se estende para lá do nosso presente (Gegenwart) e vem até nós como um futuro (ein Zukunftiges). Bruscamente, o Andenken deve pensar o que foi como algo de ainda-não-desdobrado (als ein Nochnicht-Entfaltetes)». Cf. também SvG [GA10], p. 107 (147).
[2] Cf. IuD [GA11], p. 34 (Qu. I [Q12], p. 276) : «O que quer que tentemos pensar, e seja qual for a maneira por que o façamos, pensamos no espaço de jogo da tradição. Ela reina quando nos liberta da reflexão (Nachdenken) para uma prospecção (Vordenken) — que não significa traçar planos. Não é senão quando, pensando, nos voltámos para o já pensado, que estamos ao serviço do que há ainda para pensar».
[3] Para uma interessante caracterização ào Andenken heideggeriano, nomeadamente na sua diferença em relação à Erinnerung hegeliana, pode consultar-se proveitosamente G. Vattimo, Le aventure della differenza, Milano, Garzanti, 1980, pp. 175 e segs.