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Michel Henry / MHEM
MICHEL HENRY (1922-2002)
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Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
BIBLIOGRAFIA CITADA:
- L’Essence de la manifestation, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1963 [MHEM]
- Philosophie et phénoménologie du corps, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1965 [FFC]
- Marx
Marx
MARX, Karl (1818-1883)
, Paris, Gallimard, coll. « Bibliothèque des idées », 1976 [Marx
Marx
MARX, Karl (1818-1883)
]
- Généalogie de la psychanalyse. Le commencement perdu, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1985 / Genealogia da psicanálise. O começo perdido. Tr. Rodrigo Vieira Marques. Curitiba: Editora UFPR, 2009 [GP
GA24
GP
BP
PFF
GA 24
GA XXIV
GA24AH
GA24JFC
GA24MAC
GA24FR
GA24ES
GA24EN
GA24PT
Die Grundprobleme der Phänomenologie (Summer semester 1927), ed. F.-W. von Herrmann, 1975, 2nd edn. 1989, 3rd edn. 1997, X, 474p.
] - La Barbarie, Paris, Grasset, 1987 [B]
- Voir l’invisible, sur Kandinsky, Paris, Éditions Françoise Bourin, 1988 [VI]
- Phénoménologie matérielle, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1990 [PM]
- Du communisme au capitalisme. Théorie d’une catastrophe, Paris, Odile Jacob, 1990 [CC]
- C’est moi la Vérité. Pour une philosophie du christianisme, Paris, Seuil, 1996 / Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015 [ESV]
- Vie et révélation, Beyrouth, Publications de la Faculté des Lettres et des Sciences humaines de l’Université Saint-Joseph, 1996
- Incarnation. Une philosophie de la chair, Paris, Seuil, 2000/ Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014 [E]
- Paroles du Christ, Paris, Seuil, 2002a [PC]
- Auto-donation. Entretiens et conférences, Éditions Prétentaine, 2002b, réédition Beauchesne, 2004a [AD]
- Le bonheur de Spinoza
Spinoza
Espinosa
, PUF, collection "Epiméthée", 2003a [BS] - Phénoménologie de la vie :
- Tome I. De la phénoménologie, PUF, collection "Epiméthée", 2003b [P1]
- Tome II. De la subjectivité, PUF, collection "Epiméthée", 2003c [P2]
- Tome III. De l’art et du politique, PUF, collection "Epiméthée", 2003d [P3]
- Tome IV. Sur l’éthique et la religion, PUF, collection "Epiméthée", 2004b [P4]
- Tome V, PUF, collection "Epiméthée", 2015 [P5]
DUFOUR-KOWALSKA
Dufour-Kowalska
Gabrielle Dufour-Kowalska
Gabrielle Dufour-Kowalska (1939-2015)
, Gabrielle. Michel Henry. Un philosophe de la vie et de la praxis. Paris: Vrin, 1980
Matérias
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Henry (1963) – tempo, horizonte puro do ser
7 de março, por Cardoso de Castro
A auto-afeição tem um duplo significado. Ela designa, em primeiro lugar, a afeição por si mesmo. Enquanto designa uma afeição por si, a auto-afeição do tempo significa que é o próprio tempo que se afeta. Isso quer dizer, antes de tudo, que o tempo não é afetado por outra coisa que não ele mesmo, ou seja, essencialmente, que não é afetado pelo ente. É por isso que se pode dizer do tempo que ele é “afetado fora da experiência”, entendendo por experiência a determinação do sujeito, ou seja, do (…)
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Henry (1996) – Filho no Filho
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
Essa dissimetria marca a distância infinita que separa Cristo dos outros homens. É esta distância, aliás, o que Cristo não cessa de lembrar-lhes, no fundo, em cada uma de suas palavras e, assim, ao longo de todos os Evangelhos. A dissimetria, todavia, não deixa reconhecer de início sua verdadeira significação. Cristo parece opor-se aos homens compreendidos como seres (…)
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Dufour-Kowalska (1996:34-37) – imaginação, Kant-Heidegger
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro
[…] Qual é, então, a faculdade originária que desdobra o horizonte ontológico que torna possível toda a manifestação ôntica, que forma, como diz Heidegger, o campo da nossa “abertura” ao ente enquanto tal?
Para descobrir este fundamento primário, temos de nos elevar a partir das condições a priori de todo o conhecimento, entrando na interação das faculdades que o põem em jogo. Kant distingue três faculdades do conhecimento: 1. a , que recebe o ente através dos sentidos como matéria (…)
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Henry (1996) – Verdade
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações
A VERDADE do cristianismo deve ser entendida segundo o senso fenomenológico puro que reconhecemos a esse conceito. Não se trata, portanto, de uma verdade do seguinte tipo: “Os franceses tomaram a Bastilha em 14 de julho de 1789”. Tampouco se trata, consequentemente, desta outra verdade, formalmente semelhante à precedente: “Cristo veio ao mundo para salvar os homens”. Nesses (…)
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Henry (1996) – Fenomenologia de Cristo
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
Não são declarações ocasionais, nem sequer erros de copistas. E uma razão de ordem apodíctica que prescreve a priori que o caminho que conduz a Cristo só pode ser a repetição de seu Arquinascimento transcendental no seio do Pai, a saber, o processo de autogeração da Vida que o gerou em sua condição de Primeiro Vivente. Pois, se a vida não se tivesse lançado em si para se (…)
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Henry (2000) – O preconceito oculto das pressuposições da fenomenologia
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014.
Tradução
Assim convém retornar às pressuposições da fenomenologia histórica. Sua indeterminação se lia, digamos, no caráter puramente formal dos princípios nos quais elas se exprimem. "Tanto de aparecer, tanto de ser." — "Direto às coisas mesmas!": qual aparecer? Qual ser? Quais "coisas"? Que significa "ir direto à"? Não se percebe então que na fenomenologia histórica esta (…)
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Henry (2002b) : Le corps vivant (II)
10 de agosto de 2011, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Auto-donation. Entretiens et conférences. Paris: Prétentaine, 2002.
Ce matin, dans un premier entretien avec les étudiants, j’avais observé que si on considère le thème du corps vivant, deux voies se proposent pour accéder à celui-ci. On peut partir du corps, envisagé comme une sorte de substance, de donné que tout le monde connaît, et s’interroger sur ce qui fait de ce corps, à la différence des corps inertes de la nature matérielle, un corps vivant. Nous avons suivi cette (…)
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Henry (2003c:25-26) – subjetividade
23 de novembro de 2023, por Cardoso de Castro
tradução parcial
Por "subjetividade" entendemos aquilo que se experiencia a si mesmo. Não algo que também tem a propriedade de se experienciar a si mesmo, mas o próprio facto de se experienciar a si mesmo considerado em si mesmo e como tal. Experienciar-se a si mesmo significa aparecer a si mesmo, mas de tal modo que esse aparecer tem o sentido de uma experiência e de ser uma; de tal modo também que o que aparece não é outra coisa, enquanto subjetividade, senão o próprio aparecer, é sempre (…)
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Henry (2002b:131-139) – Galileu - ato arque-fundador da ciência
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
Tradução
Galileu realizou o que chamo enquanto fenomenólogo, o ato arque-fundador da ciência moderna e ao mesmo tempo o ato arque-fundador do mundo moderno.
Este ato nasceu de uma decisão intelectual. Galileu estimou que é preciso conhecer o universo no qual vivemos, pois deste conhecimento procede a ética, nosso dever-ser e nosso dever-fazer. Mas este conhecimento do universo tem por condição essencial a rejeição de todas as outras formas de conhecimento, em particular aquelas (…)
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Henry (2002b:93-96) – No mundo, a vida não existe
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Auto-donation. Entretiens et conférences. Paris: Prétentaine, 2002
tradução
O problema é pensar o corpo vivente, esse corpo que nunca deixamos de fazer a prova silenciosa em nossa vida cotidiana e que pomos em obra em cada uma de nossas ações - não mais a partir do mundo e da experiência do mundo, nem a partir do corpo objetivo. O que se trata é partir não do mundo, mas da vida e se perguntar a si se, nesta vida, podemos entender como nela pode nascer algo como este (…)
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Henry (1996:27-29) – Tempo
13 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
A autoexteriorização da exterioridade do “lá fora”, a que chamamos mundo, não é uma afirmação metafísica ou especulativa de natureza que deixe o leitor incerto ou duvidoso a seu respeito. Dizer que o mundo é verdade é dizer que ele torna manifesto. Como torna ele manifesto, como se cumpre esta pura manifestação, é o que sabemos agora. Ora, acontece que esta (…)
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Henry (1990) – a vida e o trabalho vivente
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
Excerto traduzido de HENRY, Michel. Du communisme au capitalisme. Théorie d’une catastrophe. Paris: Odile Jacob, 1990, p. 28-34 (versão em inglês).
Tradução
Marx está tão atento ao que faz que a vida é a vida, ao fato que ela se sente e se experiencia, que tudo o que se encontra desprovido desta propriedade extraordinária lhe parece, pelo contrário, privado de sentido, até mesmo como impossibilidade. E tanto amou Marx tudo o que é vivente, quanto rejeitou em um plano inferior tudo o (…)
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Henry (CE:4) – a redução galileana
15 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
[HENRY, Michel. As Ciências e a Ética. Lisboa: LusoSofia, 2010, p. 4]
Penso que o saber e a acção formaram uma unidade harmoniosa durante muito tempo, mas que essa unidade foi rompida na aurora da modernidade, no momento em que Galileu cumpre o acto proto-fundador da ciência moderna e de uma nova era da qual somos, conscientes ou não, herdeiros, na medida em que partilhamos largamente os seus credos. Esse acto consistiu na prática de uma redução (à qual dei o nome de “redução galileana” (…)
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Henry (2000) – A questão da encarnação
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014.
Tradução
O problema da existência de Cristo não significa nada além disso. Não é o de sua existência histórica. Esta ainda não concerne senão a Jesus. Trata-se então de saber se Jesus de fato existiu, se ele de fato disse o que disse, que ele era o Cristo, o Messias, o Salvador esperado — e não um simples profeta. Ninguém hoje em dia — excetuados os ignorantes ou os sectários — duvida (…)
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Henry (1985:73-74) – espírito (mens)
14 de julho de 2023, por Cardoso de Castro
Desde a Regra I encontramos estes termos associados a outros que lhe são equivalentes: intellectus, bona mens, naturale rationis lumen, humana Sapientia, universalis Sapientia, scientia, e, na Regra II, cognitio certa et evidens – e o seu conteúdo é claro: é a evidência, ou melhor, a sua condição, a luz natural, isto é, transcendental – a humana Sapientia é imediatamente dada como universalis Sapientia – que é visada. Essa luz é transcendental enquanto fundamento de todo conhecimento (…)
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Henry (2002a) – Verbo de Deus
19 de agosto de 2022, por Cardoso de Castro
Segundo a teologia cristã (nos interrogaremos mais adiante, de um ponto de vista filosófico, sobre sua verossimilhança ou sua legitimidade), a natureza do Cristo é dupla, humana e divina ao mesmo tempo. Na medida que o Cristo é a Encarnação do Verbo de Deus, é este Verbo, e assim Deus ele mesmo, que habita nele. Mas parece que a carne na qual o Verbo se encarnou é semelhante à nossa, enquanto o Cristo é um homem como nós. Revestindo nossa condição assumiu ao mesmo tempo a finitude. Esta (…)
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Henry (1985:55-57) – “É a alma que vê e não o olho”
13 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
Excerto de HENRY, Michel. Genealogia da psicanálise. O começo perdido. Tr. Rodrigo Vieira Marques. Curitiba: Editora UFPR, 2009, p. 55-57.
Contudo, o cartesianismo do começo exaure-se na instituição de uma diferença essencial entre o que cumpre a obra do aparecer e o que se mostra, pelo contrário, incapaz disso. Semelhante diferença é a que se encontra entre a alma e o corpo: a alma retira a sua essência do aparecer e [56] designa-o, precisamente, enquanto pertencente, pelo contrário, ao (…)
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Henry (1963:Apresentação) – monismo ontológico
23 de novembro de 2023, por Cardoso de Castro
tradução parcial
A questão do fenômeno é muito anterior à fenomenologia; abre-se com a filosofia e acompanha-a ao longo da sua história. Mas este pré-requisito inelutável - pois ser significa aparecer - é sobredeterminado por um pressuposto irrefletido. Da Grécia a Heidegger, nas problemáticas clássicas da consciência e da representação, nas suas críticas, na fenomenologia da intencionalidade e nos seus prolongamentos, " fenômeno " designa o que se mostra num horizonte de visibilização, o (…)
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Henry (1996) – homem = "filho de Deus"
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
Eis uma das afirmações mais essenciais do cristianismo: somente a Verdade que é a sua pode dar testemunho de si mesma. Somente ela pode atestar-se a si mesma – revelar-se a si mesma, de si mesma e por si mesma. Esta única Verdade que tem o poder de se revelar a si mesma é a de Deus. E Deus mesmo que se revela, ou o Cristo enquanto é Deus. Mais radicalmente, a essência (…)
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Henry (1963:§8) – fenomenologia
23 de novembro de 2023, por Cardoso de Castro
tradução parcial
A fenomenologia é a ciência dos fenómenos. Isto significa que é uma descrição, anterior a qualquer teoria e independente de qualquer pressuposto, de tudo o que se nos apresenta como existente, em qualquer ordem ou domínio. Entendida como uma descrição, a fenomenologia implica a rejeição de qualquer hipótese, de qualquer princípio com um valor unificador real ou suposto em relação a um conjunto de conhecimentos e, em última análise, de um sector da realidade que encontraria (…)