Tomemos como exemplo a frase: “O homem lava o carro”. Nessa frase “o homem” é sujeito, “o carro” é objeto e “lava” é predicado. O sujeito “o homem” irradia o predicado “lava” em direção ao objeto “o carro”. A frase tem, portanto, a forma (Gestalt) de um tiro ao alvo. O sujeito (“o homem”) é o fuzil, o predicado (“lava”) é a bala, o objeto (“o carro”) é o alvo. Podemos ainda visualizar a situação comparando-a com uma projeção cinematográfica. O sujeito (“o homem”) é o projetor, o predicado (…)
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In-der-Welt-sein / In-Sein
In-der-Welt-sein / l’être-au-monde / l’être-dans-le-monde / ser-no-mundo / ser-en-el-mundo / being-in-the-world / ser-em-o-mundo / estar-en-el-mundo / estar-siendo-en-el-mundo / In-Sein / être-à / ser-em / ser-en / ser en / estar-en / in-being
Ser-no-mundo é quase equivalente a Dasein. Somente Dasein é no mundo, e o adjetivo "mundano" (weltlich), com o substantivo abstrato "mundanidade" (Weltlichkeit) pode ser aplicado unicamente a Dasein e aos aspectos do Dasein., tais como o próprio mundo. (Inwood )
Le caractère composé de l’expression "être-dans-le-monde" nous montre qu’il s’agit d’une réalité complexe, unifiée, structurée en elle-même. Les éléments constitutifs de cette structure sont: 1) le monde et ce qui caractérise le monde comme tel, c’est-à-dire la mondanéité (die Weltlichkeit der Welt); 2) l’étant qui existe "dans-le-monde"; 3) l’être-dans (In-sein). [Biemel ]
Entendido em sentido existencial, o "em" significa um "ser-junto-de" (bei), uma relação de vizinhança, de proximidade, irredutível à simples contiguidade espacial, quer dizer compartilhar a familiaridade ou a intimidade de alguém (SZ 54).
Expliqué notamment SZ p.53ss (voir aussi § 12). N.p.c. avec Sein-in. (Martineau )
SEIN E DERIVADOS
Matérias
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Flusser (2018:45-50) – mundo das coisas reais = teia das nossas frases
14 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Luijpen (1973:395-397) – Ser para Deus?
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroEntre os comentaristas de Heidegger, perdurou por longo tempo a incerteza quanto a saber-se se o filósofo, de acordo com seu sistema, deve ser chamado ateísta ou não. Sartre denomina-o representante do existencialismo ateu, mas não se dá ao trabalho de indicar as razões que o induziram a resolver uma questão que tanto preocupou a muitos comentadores. Porém, as obras de Heidegger posteriores ao Ser e Tempo mostram que Sartre não tem razão.
Neste ponto, Heidegger precisa defender-se contra (…) -
Agamben (2015:255-259) – Amor
11 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroFoi muitas vezes observado que o problema do amor está ausente da obra de Heidegger. Em Sein und Zeit, que contém até uma ampla reflexão sobre o medo, a angústia e outras Stimmungen, o amor é mencionado uma única vez, em uma nota que reenvia para duas citações, uma de Pascal e outra de Santo Agostinho. Desse modo, Koepp, em 1928, e Binswanger, em 1942, censuraram Heidegger por não ter dado nenhum lugar ao amor em sua analítica do Dasein, fundada unicamente na Sorge; e, em uma Notiz, sem (…)
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Malpas (2012:1-4) – topologia filosófica
2 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroA ideia de lugar — de topos — perpassa o pensamento de Martin Heidegger quase desde o início. Embora nem sempre seja tematizada diretamente — às vezes aparentemente obscurecida, até mesmo deslocada, por outros conceitos — e expressa por meio de muitos termos diferentes (Ort, Ortschaft, Stätte, Gegend, Dasein, Lichtung, Ereignis), é impossível pensar com Heidegger a menos que nos sintonizemos com a própria sintonia de Heidegger com o lugar. Isso é algo que pode ser observado não apenas no (…)
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Fink (1994b:194-196) – o ente
9 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
O ente: refere-se fundamentalmente a uma pluralidade, uma pluralidade imprevisível e vasta de coisas e dados sendo. Em caso algum podemos afirmar que o campo da aparência coincide com o domínio global do ente. Pelo contrário — temos a representação de que o ente se estende incomensuravelmente para além da esfera da aparência, que o ente não se esgota na aparência, mostra apenas lados, talvez apenas uma superfície, e esconde mais do que revela. O ente: entendemo-lo na sua estrutura (…) -
Fink (1966b:237-239) – Mas será que há alguém que joga?
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Mas será que há alguém que joga? A metáfora do jogo recusa-se a servir-nos como metáfora cósmica, a menos que abandonemos a nossa crença na personalidade de um jogador e no caráter de aparência da cena do mundo lúdico. Só podemos falar de um jogo do mundo numa "equação" que foi decisivamente alterada e que, por isso, está quebrada. O jogo do mundo não é o jogo de ninguém, porque é só nele que há pessoas, homens e deuses; e o mundo lúdico do jogo do mundo não é uma "aparência", mas (…) -
Fink (1966b:44-47) – homem em dois mundos
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Conhecemos em inúmeras versões essa interpretação da natureza humana que determina a face do homem na metafísica ocidental: ela não faz uso da diferença fundamental entre o mundo sensível e o mundo do espírito? , entre o mundus sensibilis e o mundus intelligibilis e não localiza o homem na fronteira que separa os dois “mundos”? A interpretação metafísica do homem o torna uma natureza dilacerada, perpetuamente inquieta por causa de sua própria dilaceração; uma natureza que é ao (…) -
Maldiney (2002:178-180) – existência
13 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
O ponto de partida da filosofia de Maldiney é a existência. O que significa a existência? A existência é entendida como um movimento de transcendência: "estar fora de si mesmo e fora de tudo" [Henri Maldiney, "L’existant", em Penser l’homme et la folie, p. 301]. O existir só pode ser ele mesmo acolhendo o que acontece no mundo. Existir é, pois, simplesmente ser aí, estar presente ao mundo sem nunca estar totalmente no mundo. O mundo nunca é dado ao existente, que não pode (…) -
Fink (1966b:228-230) – O homem sempre escolhe a si próprio
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] O homem realiza-se escolhendo-se a si próprio de muitas maneiras diferentes ao longo da sua vida: sempre que escolhe, acaba por escolher apenas a si próprio. Nas decisões da sua liberdade, ele determina a sua individualidade. Ignoramos aqui o fato de a ação da liberdade humana pressupor uma base que não pode ser escolhida, que é, por assim dizer, irrigada pela herança que nos foi legada pela natureza e que temos de aceitar. De fato, não podemos entrar em disputa com a natureza (…) -
Dastur (2015:110-115) – Boss e Binswanger
7 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroA diferença entre Binswanger e Boss aparece com isso que se poderia chamar de querela dos existenciais, e que apresenta um duplo aspecto: a caracterização heideggeriana do Dasein como ser-no-mundo e a possibilidade ou impossibilidade de completar a analítica existencial. De fato, Boss condena Binswanger por definir o Dasein unicamente a partir de seu ser-no-mundo e, ao mesmo tempo, por não compreender o pensamento de Heidegger. Sem dúvida, a caracterização do Dasein como ser-no-mundo não é (…)
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Vilhauer (G1975:26-29) – método cartesiano de conhecimento
22 de fevereiro de 2021, por Cardoso de CastroVILHAUER, Monica. Gadamer’s ethics of play : hermeneutics and the other. London: Lexington Books, 2010, p. 26-29
Tradução
O MODELO CARTESIANO
Dualismo mente / corpo
O modelo cartesiano começa com um dualismo entre mente e corpo, que também se manifesta como uma dicotomia mente / mundo, sujeito / objeto, dentro / fora ou Eu / Isto. Nesta dicotomia, presume-se que o "eu", o sujeito humano ou mente, está fundamentalmente separado e se opõe a "isto", os objetos estranhos ou coisas do (…) -
Luiz Bicca (1999:13-19) – mundo
24 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroEssas totalidades que enquadram e arranjam previamente as coisas para as compreensões primárias impelem o pensamento em direção à totalidade das totalidades, vêm a ser, ao mundo. Heidegger fornece-nos definições concisas de mundo, concebidas do ponto de vista da existência humana: “Mundo é… aquilo que é anterior, no sentido rigoroso da palavra — anterior: aquilo que anteriormente, antes já da concepção (Erfassen) deste ou daquele ente em cada Dasein existente, está desvelado e [13] (…)
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Lévinas (1991:21-24) – Desejo do invisível
29 de outubro de 2020, por Cardoso de CastroO Outro metafisicamente desejado não é «outro» como o pão que como, como o país em que habito, como a paisagem que contemplo, como, por vezes, eu para mim próprio, este «eu», esse «outro».
Pinto Ribeiro
«A verdadeira vida está ausente.» Mas nós estamos no mundo. A metafísica surge e mantém-se neste álibi. Está voltada para o «outro lado», para o «doutro modo», para o «outro». Sob a forma mais geral, que revestiu na história do pensamento, ela aparece, de facto, como um movimento que (…) -
Chambon (1990:15-16) – as tonalidades afetivas
8 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroAs tonalidades afetivas são, acima de tudo, uma afinação ao meio. A expressão alemã "Stimmung", que significa conveniência e ressonância musical, exprime esta dimensão de acordo com o mundo conforme uma mesma tonalidade. É a harmonia essencialmente musical da vida interior, análoga à "música" primária da existência. A harmonia tem vários significados distintos mas inseparáveis. Exprime a ligação entre o mundo exterior e o mundo interior do homem, a relação entre a disposição psíquica e a (…)
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Fink (1995) – a existência humana
3 de junho de 2023, por Cardoso de CastroEugen Fink, Grundphänomene des menschlichen Daseins (Fenómenos fundamentales de la existencia humana), Edit. Karl Alber, Friburgo, Alemania, 1995. Traducción de Cristóbal Holzapfel, con la asesoría de Diego Sanhueza, Miguel Pefaur, Edgar Barkenmeyer, Carlos Calvo y Gonzalo Parra.
La existencia humana — nosotros mismos la somos, decíamos; no es un tema que tengamos enfrente. Estamos en la existencia. Es lo más conocido de todo lo conocido. Pero en tanto esto conocido, no se presenta junto (…) -
Ernildo Stein (2012b:154-156) – hermenêutica da facticidade
17 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroA segunda parte que eu gostaria de iniciar, agora, trata da hermenêutica da faticidade ou da teoria da compreensão heideggeriana. O que Heidegger tenta elaborar é um novo método para a compreensão do ser humano, mas não desde fora, desde um grande significante. Quando temos o ser humano situado apenas no universo da temporalidade , temos como hipótese uma interpretação por meio da analítica existencial ou, como ele chamou inicialmente, de hermenêutica da faticidade. Esta tem como meta, (…)
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Katherine Withy (2024:5-7) – encontrar-se [Befindlichkeit]
6 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroStimmungen são quaisquer formas de vibrar com a situação que Befindlichkeit torna possível. “Befindlichkeit” é ainda mais polêmico e difícil de traduzir do que Stimmung (para discussão, consulte, por exemplo, Slaby, 2021: 243-4). Alguns intérpretes preferem deixá-la sem tradução, como tenho feito. Todos concordam que uma tradução está fora de questão: a de Macquarrie e Robinson em sua tradução inglesa de Being and Time — a saber, ’state-of-mind’.. Como Charles Guignon (2003 (1984): 184) (…)
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Ernildo Stein (2015:83-85) – a fenomenologia hermenêutica
8 de junho de 2023, por Cardoso de CastroA fenomenologia hermenêutica não cai nem no impasse de quem quer recuperar a totalidade do mundo vivido, porque aceita a faticidade, nem cai também num impasse de pretender um sistema absoluto, como Husserl o ambicionava.
[…] No momento em que se quer pensar a totalidade não reduzida do mundo, quer se pensar o mundo na medida em que ele é; nós nos confrontamos [84] com o problema da compreensão do ser. Essa compreensão do ser, por sua vez, dá-se no Dasein, e, por isso, ela não é uma (…) -
Ernildo Stein (2012:30-33) – Lebenswelt e ser-no-mundo
5 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroA redução transcendental coloca entre parênteses a realidade em sua existência exterior reproduzindo-a nos polos (vividos) da consciência, noesis e noema (sujeito e objeto), vivendo-a numa espécie de universalidade e não na sua existência concreta.
Então, a palavra Lebenswelt ligava-se de alguma maneira com a questão da existência. Como a questão da existência, em Husserl, era menosprezada e como era necessário excluir a fé na existência ao praticar a redução fenomenológica, evidentemente (…) -
Fink (1994b:190-194) – o fenômeno
9 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
O fenômeno não é, antes de mais, um conceito de gênero ou de espécie que definiria um domínio de coisas, uma região determinada do ser. Não há fenômenos como há matéria inerte e seres vivos. Além disso, não há fenômenos isolados nem vários fenômenos agrupados, estando as aparições singulares e os grupos de aparições sempre incluídos numa conexão mais abrangente de aparições. Surge a paisagem e, sobre ela, o vasto céu, com o trajeto do sol e das estrelas, a claridade do dia que (…)
Notas
- Barbaras (1991:31-33) – cogito e ser-no-mundo
- Biemel (1987:161) – o mundo é uma função do Dasein
- Biemel (1987:161-163) – Dasein informa seu mundo
- Borges-Duarte (2018) – Sossego e desassossego: o paradoxo do tempo vivido
- Boutot (1993:35) – In-sein - sem-em
- Boutot (1993:35-36) – Verstehen - Compreender
- Brague (1988:196-197) – Dasein
- Brague (1988:44-46) – somos mundo, jamais aí entramos
- Brague (1988:48) – Pensamento grego: o mundo e o humano
- Carman (2003:123-124) – ser-no-mundo
- Dreyfus (1991:5) – cognitivismo
- Ernildo Stein (2012b:135) – a questão do poder-ser
- Fink (1966b:230-231) – relação entre o homem e o mundo
- Fink (1966b:231-232) – a atividade lúdica
- Fink (1966b:59-60) – Todas as coisas estão no mundo, assim o homem
- Fogel (2015:17-18) – a estrutura ser-no-mundo
- GA18:51 – interessar (angehen)
- Hartmut Rosa (Resonance) – sujeito e mundo
- Haugeland (2013:122-123) – Descartes
- Henry (2002b) – a vida, autodoação sem mundo