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A próxima caraterística importante do equipamento é a sua totalidade. O utensílio nunca se encontra isolado, mas pertence a um sistema: "Em sentido estrito, não existe um equipamento. Ao ser de qualquer equipamento pertence sempre uma totalidade de equipamentos, na qual ele pode ser o equipamento que é." Mais uma vez, há o perigo de nos precipitarmos num acordo fácil com Heidegger. O cerne da questão não reside na observação de que o equipamento se encontra sempre em conjunto com (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Graham Harman (2002:§1) – império-utilitário global
22 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Merleau-Ponty (1966/1996:94-96) – emoções não são interiores
21 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Temos de rejeitar o preconceito de que o amor, o ódio ou a raiva são "realidades interiores" acessíveis apenas a uma testemunha, a pessoa que os experimenta. A raiva, a vergonha, o ódio e o amor não são fatos psíquicos escondidos nas profundezas da consciência de outra pessoa; são tipos de comportamento ou estilos de conduta visíveis do exterior. Estão naquele rosto ou naqueles gestos, não estão escondidos atrás deles. A psicologia só começou a desenvolver-se quando abandonou a (…) -
Beaufret (1973:50-52) – ser-aí x ser-o-aí
21 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
O que nunca deixou de surpreender os gregos, pelo menos até Aristóteles, não foi o fato de ser/estar aí, mas o fato de ser/estar o aí, a própria presença de todas as coisas, de tal modo que os deuses, diz um fragmento de Hesíodo, "os encaravam em todo o seu brilho". Ler a filosofia grega de qualquer outra forma é fecharmo-nos antecipadamente ao que ela nos dá a entender. Um idiota como Hípias não podia ouvir uma palavra do que Platão dizia. "Entre: o que é belo (τί έστι καλόν;), (…) -
Vezin (ET:524-525) – "ser-o-aí"
21 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Uma vez que o próprio Heidegger está consciente do problema com que estamos a lidar [tradução de Dasein], e está a entrar no coração do debate para proscrever o ser-aí, que mais podemos fazer senão recorrer a ele? O que é que ele tem a dizer, ou mesmo a propor, sobre um ponto tão decisivo? A sua intervenção histórica está contida em duas linhas da sua carta a Jean Beaufret, de 23 de novembro de 1945: "Da-sein significa para mim, se me é permitido dizê-lo num francês talvez (…) -
Vezin (ET:521-523) – "ser" em Dasein
21 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Mas ao Dasein, "o ser não é dado passivamente, como o é o ser das coisas" (J. Patocka), não basta "deixar-se ir a ser" (A. Artaud). Temos que carregar o nosso ser, e é a originalidade do Dasein ter — por mais difícil que seja — "ser" (p. 42). Este modo específico que o homem tem de ser não é ainda o próprio Dasein, mas é o ser do Dasein; e este ser, Heidegger reserva-lhe o nome de Existenz, tal como acaba de irromper na tradução alemã de Kierkegaard. É assim que podemos ler (p. (…) -
Vezin (ET:519-521) – Dasein
20 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Passemos à introdução do livro [SZ], na página 7. A palavra Dasein aparece aí pela primeira vez, com o significado "habitual", como especifica a nota de rodapé nesse ponto. É citada no meio de uma enumeração, pelo que Heidegger está, por assim dizer, a abandonar o seu significado filosófico clássico (existência). O Dasein aparecerá então em itálico na frase que o introduz no seu novo significado:
"Este ser que somos a cada vez e que tem, entre outras possibilidades de ser, a de (…) -
Katherine Withy (2019) – Befindlichkeit e vocação
20 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Heidegger analisa tanto a disposição [Befindlichkeit] como a compreensão [Verständnis], considerando o modo como nos abrem (i) a nós próprios (auto-revelação), (ii) ao mundo como espaço de inteligibilidade possível (revelação do mundo) e (iii) às entidades, inteligíveis como isso e aquilo que são (descoberta). Em resumo, a sua explicação da compreensão é a seguinte: (i) projetamo-nos ou assumimos uma identidade — por exemplo, empresário, avô ou bebedor de café. Esta identidade (…) -
GA24:463-465 – anamnesis
19 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroCasanova
Ouvimos: o ser-aí mantém-se cotidianamente, de início e na maioria das vezes, unicamente junto ao ente, apesar de já precisar ter compreendido em meio a esta estada e para tanto o ser. A questão, porém, é que, de acordo com a imersão, com o perder-se no ente, tanto em si mesmo, no ser-aí, quanto no ente que o ser-aí não é, o ser-aí não sabe nada sobre o fato de já ter compreendido ser. O ser-aí faticamente existente esqueceu esse anterior. Se, por conseguinte, o ser, o anterior, (…) -
GA87:308-310 – Nenhuma ciência consegue ter clareza sobre sua própria essência
19 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroGiachini
Nenhuma ciência consegue ter clareza sobre sua própria essência. Isso porque seria necessário investigar a ciência como se fosse um objeto dessa ciência, precisamente com o mesmo método. Mas a ciência ela mesma não é um objeto de consideração para si mesma; quiçá, ela seja o espaço de mirada, unicamente dentro do qual o homem pode deixar vir ao seu encontro objetos dentro de uma determinada perspectiva. Esse espaço de mirada já não pode ser investigado pelo cientista com os (…) -
GA87:310-313 – Descartes - “as regras para a direção do espírito”
19 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroGiachini
Descartes fundamenta o método científico moderno na consideração do ente (do objeto) com as “regulae ad directionem ingenii”, “as regras para a direção do espírito” (invenção do espírito). Vamos recordar as primeiras 5 regras para conhecer qual a direção que toma a fundamentação da ciência moderna.
A primeira regra diz: “a finalidade do aprendizado científico tem de ser iluminar o espírito inventivo dos sentidos para que apresente juízos firmes e verdadeiros sobre tudo que (…)