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Mas o que significa propriamente "existir" para o Dasein, se a existência já não é o que permite responder à pergunta: an sit? por oposição à pergunta sobre a essência: quid sit? se já não é o quodditas por oposição ao quidditas? O existir é uma maneira de ser de um ente, o Dasein, cuja própria natureza é ser transitivamente o seu ser em o existindo em primeira pessoa. Compreender o ser, para um tal ente, é relacionar-se ao ser como seu, em outras palavras, ser si mesmo em jogo em (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Romano (1999:21-23) – existência
2 de março de 2024, por Cardoso de Castro -
Romano (2018) – "fazer eu" - modos de ser, modos de viver
1º de março de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Ao chamar à sua investigação "a história da subjetividade", Foucault parece ter lançado mais trevas do que luz sobre aquilo que constitui o seu objeto principal. Além disso, parece ter contrariado as suas próprias intenções, tal como formuladas nas suas conferências, uma vez que, numa passagem decisiva de A Coragem da Verdade que resume todo o seu projeto, sublinha a heterogeneidade dos dois grandes caminhos que atravessam a história do pensamento ocidental e que representam duas (…) -
Romano (2018) – a invenção do "eu"
1º de março de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Resultante da problemática operação gramatical representada pela substantivação de um pronome pessoal, "o eu" [le moi] surge, de fato, no contexto de várias inovações conceituais decisivas, nomeadamente 1) a passagem para o primeiro plano de uma teoria do conhecimento neutra e objetiva, indexada sobre um método universal, e do ponto de vista da qual este ego, dado a si mesmo em conhecimento evidente, é o primeiro conhecível de direito; 2) a diferença introduzida por Descartes, e (…) -
Schürmann (2016:191-193) – totalização imprópria
29 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroBernardo Sansevero
A absorção pelas coisas que vêm ao nosso encontro é exatamente o modo impróprio de ser-no-mundo. O Dasein impróprio compreende a si mesmo em termos de “um conjunto objetivo de coisas” (SZ, p. 201; ST, p. 269). Assim, a modificação imprópria do Dasein é tal que Dasein compreende a si mesmo como se fosse algo objetivamente presente entre outras coisas. Em tal absorção, porém, ainda temos uma modificação específica do “existencial” chamado “todo”. Heidegger descreve o todo (…) -
Caputo (MEHT:159-161) – homem em Heidegger e Eckhart (II)
29 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Assim, existe em Eckhart e em Heidegger uma distinção comparável entre o ente que entrou verdadeiramente na sua própria natureza essencial e o ente que se deixa ocupar por uma coisa ou por outra. Aquilo a que Eckhart chama o "homem exterior" é o homem que gasta todas as suas energias em coisas exteriores. É um homem "ocupado", ocupado com coisas criadas, cobrando impostos, negociando no mercado, ou mesmo "ocupado" jejuando, dando esmolas e visitando igrejas. Esse homem não está (…) -
Haugeland (2013:6-8) – remissão referencial [Verweisungsbezug]
24 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Imaginemos, por exemplo, que as regras do xadrez não estavam explicitamente codificadas, mas eram observadas apenas como um conjunto de normas de conformismo — "como se atua" em circunstâncias de jogo de xadrez. Assim, é correto (socialmente aceitável) mover o rei em qualquer uma das oito direções, mas apenas uma casa de cada vez. Para que isto seja uma norma, os jogadores e os mestres/juízes devem ser capazes de "dizer" (responder de forma diferente, dependendo) qual a peça que é (…) -
Haugeland (2013:4-6) – o impessoal [das Man]
24 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Imagine uma comunidade de criaturas versáteis e interactivas, não especificadas de outra forma, exceto que são conformistas. "Conformismo" aqui significa não apenas imitatividade (macaco vê, macaco faz) mas também censura — isto é, uma tendência positiva para ver que os vizinhos fazem o mesmo e para suprimir a variação. Isto deve ser pensado como uma disposição comportamental complicada, que as criaturas têm por natureza ("ligada"). Pressupõe nelas uma capacidade de reagir (…) -
Haugeland (2013:8-10) – Dasein
24 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
[…] De acordo com a primeira frase do livro propriamente dito (SZ 41), somos nós próprios Dasein. Mas esta é a frase mais mal compreendida de todo o Heidegger. Porque os leitores supuseram que "Dasein é apenas um termo novo para "pessoa" (ou "ego" ou "mente") — por outras palavras, que cada um de nós é ou tem um Dasein, e que há um Dasein para cada um de nós. Isto está errado, e a primeira indicação é um simples ponto textual. ’Pessoa’ é um substantivo contável (podemos "contar" (…) -
Ciocan (2014) – existenciais
22 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
[…] podemos colocar-nos a seguinte questão: se todas as estruturas envolvidas pela analítica existencial (com exceção daquelas que têm um significado "categorial" óbvio) são "existenciais" num sentido adjetival, serão também todas elas "existenciais" (num sentido nominal)? Se recorrermos rigorosamente às ocorrências textuais, descobrimos que Heidegger concede explicitamente o estatuto de Existenzial apenas às seguintes estruturas do Dasein: ser-em (In-Sein), ser junto (Sein bei), (…) -
Butler (1997:C2) – auto-identidade da vontade
22 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroRogério Bettoni
Nietzsche oferece uma visão da consciência como atividade mental formadora de vários fenômenos psíquicos, mas que também é formada – consequência de um tipo distinto de internalização. Em Nietzsche, que distingue consciência de má consciência, consta que a vontade se volta sobre si mesma. Mas que sentido devemos dar a essa estranha locução? Como podemos imaginar uma vontade que recua e se redobra sobre si mesma? E como, mais pertinentemente, essa figura é oferecida como (…)