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Zimmerman (1982:236-237) – Mundo enquanto espelhamento mútuo
segunda-feira 30 de setembro de 2024
A noção de que o mundo é constituído pelo espelhamento mútuo de seus elementos é uma reminiscência da noção de Leibniz
Leibniz
LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm (1646-1716). Leibniz centraliza sua reflexão sobre o "tema" que H tem por central em toda filosofia desde Platão e Aristóteles: a questão do ser. (LDMH)
de que cada mônada reflete o mundo a partir de seu próprio ponto de vista. Já em 1926, Heidegger criticou a descrição de Leibniz
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LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm (1646-1716). Leibniz centraliza sua reflexão sobre o "tema" que H tem por central em toda filosofia desde Platão e Aristóteles: a questão do ser. (LDMH)
das mônadas como “sem janelas”. Elas não podem ser sem janelas, afirmou Heidegger, porque, para começar, “não estão alojadas [em um sujeito]”. (GA24
GA24
GP
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GA 24
GA XXIV
GA24AH
GA24JFC
GA24MAC
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GA24PT
Die Grundprobleme der Phänomenologie (Summer semester 1927), ed. F.-W. von Herrmann, 1975, 2nd edn. 1989, 3rd edn. 1997, X, 474p.
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Die Grundprobleme der Phänomenologie (Summer semester 1927), ed. F.-W. von Herrmann, 1975, 2nd edn. 1989, 3rd edn. 1997, X, 474p.
, 426-427) As mônadas são aberturas que reúnem a si mesmas, nas quais o mundo pode se espelhar. O mundo, como tal, é a totalidade auto-coletora desses centros de atividade espiritual auto-reflexivos e auto-coletores. Em 1928, Heidegger notou que, para Leibniz
Leibniz
LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm (1646-1716). Leibniz centraliza sua reflexão sobre o "tema" que H tem por central em toda filosofia desde Platão e Aristóteles: a questão do ser. (LDMH)
, a mônada é um speculum vitale:
Um espelho (speculum) é um deixar-ver: miroir actif indivisible, um espelho simples, indivisível e impulsivo. Esse deixar ver ocorre no modo de ser monádico, onde se realiza o desvelamento do mundo. O espelhamento não é um retrato rígido, mas ele mesmo se impulsiona como tal para novas possibilidades prefiguradas de si mesmo. Ao antecipar o universo uno em um ponto de vista a partir do qual o múltiplo se torna visível pela primeira vez, ele é simples. (ALM, 506/331)
Heidegger achava Leibniz Leibniz LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm (1646-1716). Leibniz centraliza sua reflexão sobre o "tema" que H tem por central em toda filosofia desde Platão e Aristóteles: a questão do ser. (LDMH) tão convincente, em parte porque ambos os pensadores deviam muito a Aristóteles. De Aristóteles, Heidegger pode ter derivado a ideia de que o jogo circular (Ereignis) unifica os elementos do mundo e permite que eles se manifestem uns aos outros. Aristóteles concebeu Deus como o pensamento autocirculante e autocompleto que atrai os indivíduos a imitarem sua atividade, manifestando os estágios em seu próprio ciclo de devir. Para Aristóteles, sem Deus as coisas não “realizariam seu potencial”. Para Heidegger, sem o jogo circular do mundo, as coisas não se tornariam presenças mútuas. No entanto, Ereignis não se refere a uma supercoisa que faz com que outras coisas sejam, assim como o Deus de Aristóteles não se refere ao criador de substâncias. Como ausência autoconceituosa que permite que os entes se apresentem como um cosmos, Ereignis não é um solo ou fundamento, mas um abismo (Ab-grund). No entanto, a noção de Aristóteles de que Deus é actus purus — a necessidade que explica por que o mundo contingente existe — apontava para longe desse abismo. O pensamento metafísico se desenvolveu de acordo com a ideia de que deve haver um fundamento último para a realidade. Na era moderna, Leibniz Leibniz LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm (1646-1716). Leibniz centraliza sua reflexão sobre o "tema" que H tem por central em toda filosofia desde Platão e Aristóteles: a questão do ser. (LDMH) afirmou que esse fundamento é o Princípio da Razão Suficiente (Der Satz vom Grund). Deus não é mais o fundamento da realidade; em vez disso, agora dizemos que uma coisa é “real” se a razão humana puder fornecer “fundamentos” suficientes para ela. Tudo agora se orienta em torno do homem. Vimos, entretanto, que essa autodeificação levou à era da Technik.
[ZIMMERMAN
Zimmerman
Michael Zimmerman
Michael E. Zimmerman (1946), filósofo americano, professor na Universidade de Colorado em Boulder.
, Michael E.. Eclipse of the Self. Athens: Ohio University Press, 1982]
Ver online : Michael Zimmerman