Esquema-resumo sobre o qual estaremos aditando citações, excertos e comentários. Construído a partir do índice da tradução francesa, "Le jeu comme symbole du monde", de Eugen Fink (Minuit, 1974).
O jogo como problema filosófico O jogo como objeto possível e digno da filosofia A significação cósmica do jogo humano Considerações metodológicas A posição do homem na metafísica de centauro do Ocidente O mundo como jogo? Início com o mundo lúdico aparente A interpretação metafísica do jogo O (…)
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Spiel / spielen / Spielraum / Zuspiel
Spiel / jogo / juego / jeu / game / Spielraum / leeway / Zuspiel / conexão de jogo / sugerencia / playing-forth
O correlato alemão do termo “jogo" é a palavra Spiel. Essa palavra possui um campo semântico muito mais amplo do que o campo semântico do termo “jogo” em português. Em verdade, os alemães utilizam a palavra Spiel para designar tanto o que denominamos jogo, quanto o que compreendemos simplesmente por brincadeira. Além disso, Spiel também se refere a algumas atividades em que a atividade lúdica se acha presente. Assim, o ato de tocar um instrumento musical [Klavier spielen] e mesmo uma peça teatral [Theaterspiel] se mostram como modos específicos de “jogar". No presente contexto, o termo “jogo” é a tradução já sedimentada para Spiel e nós optamos por ela. No entanto, para acompanhar as nuanças do texto, nos vimos obrigados em algumas passagens a inserir o termo "brincadeira" para não produzir frases sem sentido. [Casanova
Casanova
Marco Antonio Casanova
Marco Casanova
CASANOVA, Marco Antonio. Filósofo e tradutor para português das obras de Heidegger.
, nota de tradução de GA27MAC:329]
Matérias
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Fink: O jogo como símbolo do mundo
23 de março de 2022, por Cardoso de Castro -
GA41:92-94 – a matemática e o matemático
3 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroSe tivermos uma visão de conjunto de tudo o que foi dito, somos capazes de conceber mais rigorosamente a essência do matemático. Até ao momento, ele foi caracterizado de uma forma geral como um tomar conhecimento de tal ordem que o que ele tem o dá a si mesmo a partir de si mesmo, de modo que dá a si mesmo aquilo que já tem. Agora, reunimos a determinação total da essência do matemático em pontos individuais:
1) Como um «mente concipere», o matemático é um projeto acerca da coisalidade da (…) -
Gadamer (GW10:325-327) – não fazemos, tudo sucede
25 de junho de 2023, por Cardoso de CastroEl «derecho» es, en el fondo, el gran ordenamiento creado por los hombres que nos pone límites, pero también nos permite superar la discordia y, cuando no nos entendemos, nos malinterpretamos o incluso maltratamos, nos permite reordenar todo de nuevo e insertarlo en una realidad común. Nosotros no «hacemos» todo esto, sino que todo esto nos sucede.
Faustino Oncina
Apenas cabe esperar que hoy consiga expresarme clara y brevemente acerca de los fundamentos de esta verdad. Pretender (…) -
GA27:§36 – Transcendência qua compreensão de ser como jogo
29 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroEmpregamos o termo “jogo” em um sentido originário e ao mesmo tempo amplo. Tomamos a transcendência como jogo: a transcendência mesma é considerada inicialmente em vista do momento da compreensão de ser. Com isso, essa compreensão de ser também tem o caráter de jogo. Ao falarmos de ser-no-mundo como jogar, não queremos dizer aqui um jogar um jogo no sentido vulgar, apenas transposto e como que ampliado para todo o ser-aí; nem visamos tampouco um jogar com o ente ou mesmo um jogar com o ser. (…)
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GA27:311-314 – jogo da vida (Spiel des Lebens)
29 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroFalarmos sobre um “jogo da vida” [Spiel des Lebens] não é apenas um modo de falar. Por outro lado, precisamos evitar a tendência de, simplesmente inserir uma interpretação numa mera palavra. O que importa é, antes de mais nada, esclarecer o seu ser e apreender os próprios fenômenos objetivos com os quais nos deparamos, mantendo-os coesos, de certo modo, com o que queremos dizer com o termo “mundo”.
Em primeiro lugar, jogo quer dizer o jogar, mas jogar no sentido da realização do jogo; em (…) -
Fink (1966b:74-78) – a seriedade da vida e o jogo
29 de novembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque traduzido
[…] Na maioria das vezes sabemos que a vida humana tem sentido. O indivíduo não sabe claramente para onde tende sua vontade de viver mais íntima, mas sabe que ela tende para alguma coisa, que uma aspiração atua dentro dele. Cada homem é um projeto vital; cada homem dá um tom único à antiga e eterna melodia da existência. O projeto vital do indivíduo não lhe é revelado com clareza, sua meta interior não se apresenta aos seus olhos sem máscara; a maioria busca seu caminho (…) -
Être et temps : §70. La temporalité de la spatialité propre au Dasein.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Bien que l’expression « temporalité » ne signifie point ce que le discours sur « l’espace et le temps » comprend comme temps, il semble pourtant que la spatialité, elle aussi, constitue une déterminité fondamentale du Dasein, au même titre que la temporalité elle-même. Du coup, l’analyse (…) -
Hans Ruin: GA65 – Estrutura da Obra
13 de junho de 2021, por Cardoso de CastroDREYFUS, Hubert L. & WRATHALL, Mark A. (ed.). A Companion to Heidegger. Oxford: Blackwell Publishing, 2005, p. 360-361
The overall philosophical theme or issue of Contributions is the same as in Being and Time, namely the question of being which remains the horizon of Heidegger’s philosophical pursuits throughout his life. But as Being and Time pointed out in its introductory sections, the question of being is the most general and therefore in a sense the most empty of all possible (…) -
Fink (1966b:228-230) – O homem sempre escolhe a si próprio
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] O homem realiza-se escolhendo-se a si próprio de muitas maneiras diferentes ao longo da sua vida: sempre que escolhe, acaba por escolher apenas a si próprio. Nas decisões da sua liberdade, ele determina a sua individualidade. Ignoramos aqui o fato de a ação da liberdade humana pressupor uma base que não pode ser escolhida, que é, por assim dizer, irrigada pela herança que nos foi legada pela natureza e que temos de aceitar. De fato, não podemos entrar em disputa com a natureza (…) -
Fink (1966b:232-234) – uma metáfora cósmica para compreensão do mundo?
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Como é que o mundo pode se mostrar numa coisa? É claro que temos de nos ater à impossibilidade de comparar o mundo e a coisa e, sobretudo, temos de evitar pensar no mundo como algo gigantesco e de enorme poder, algo que seria como a montanha em relação às suas rochas ou o mar em relação às gotas de água. A rocha inclui também a natureza rochosa de toda a montanha; a gota, a natureza aquática de todo o mar. A coisa finita não é uma partícula do mundo que está na mesma relação com o (…) -
Depraz (1994:17-20) – Eugen Fink
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Fink refletiu principalmente sobre a questão da origem do mundo, que lhe parecia ser a questão fenomenológica fundamental. Embora a sua interrogação ontológica estivesse inicialmente na linha da de Heidegger, Fink desenvolveu uma abordagem original: o seu objetivo mais radical era redescobrir o mundo na sua imediatez original, relativizando assim a questão do ser em relação à do mundo. A abordagem de Heidegger, pelo contrário, que tematiza o esquecimento do ser na metafísica, (…) -
Fink (1966b:237-239) – Mas será que há alguém que joga?
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Mas será que há alguém que joga? A metáfora do jogo recusa-se a servir-nos como metáfora cósmica, a menos que abandonemos a nossa crença na personalidade de um jogador e no caráter de aparência da cena do mundo lúdico. Só podemos falar de um jogo do mundo numa "equação" que foi decisivamente alterada e que, por isso, está quebrada. O jogo do mundo não é o jogo de ninguém, porque é só nele que há pessoas, homens e deuses; e o mundo lúdico do jogo do mundo não é uma "aparência", mas (…)
Notas
- Carneiro Leão (2017:45-47) – jogo da vida humana
- Duval (HZ:33) – homem em jogo
- Fink (1966b:227-228) – essência do jogo
- Fink (1966b:230-231) – relação entre o homem e o mundo
- Fink (1966b:231-232) – a atividade lúdica
- Fink (1966b:236) – o homem joga porque é "mundano"
- Fink (1966b:62-63) – o "curso do mundo"
- Fink (1966b:7-8) – o jogo como objeto da filosofia
- Fink (1966b:73-74) – todas as atividades são reais
- Fink (1988:77) – Nietzsche e a metáfora do jogo
- Fink (2016:1.1) – O jogo do mundo não é um fenômeno
- GA27:312-313 – jogo e mundo
- GA29-30:413-415 – formação de mundo
- GA65:23 – Outro início
- GA65:270 – seer reúne apropriado e recusado
- GA8:122-123 – a linguagem joga com nosso falar
- Gadamer (1999:25) – hermenêutica, como teoria da experiência real
- Nietzsche (VP:490) – sujeito como multiplicidade
- Zimmerman (1982:236-237) – Mundo enquanto espelhamento mútuo
- Zimmerman (1982:237-238) – a rosa é sem porquê