português
A ciência manipula as coisas e renuncia habitá-las. Estabelece modelos internos delas e, operando sobre esses índices ou variáveis as transformações permitidas por sua definição, só de longe em longe se confronta com o mundo real. Ela é, sempre foi, esse pensamento admiravelmente ativo, engenhoso, desenvolto, esse parti pris de tratar todo ser como “objeto em geral”, isto é, ao mesmo tempo como se ele nada fosse para nós e estivesse no entanto predestinado aos nossos artifícios. (…)
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Fenomenologia
Alguns filósofos modernos da Fenomenologia, anteriores e posteriores a Heidegger, referenciados ou não por Heidegger, ou que dialogam com ele.
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Merleau-Ponty (1964:9-13) – ciência manipula as coisas
2 de novembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Merleau-Ponty (1945/2006:240-241) – percepção
2 de novembro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
O pensamento objetivo ignora o sujeito da percepção. Isso ocorre porque ele se dá o mundo inteiramente pronto, como meio de todo acontecimento possível, e trata a percepção como um desses acontecimentos. Por exemplo, o filósofo empirista considera um sujeito X prestes a perceber e procura descrever aquilo que se passa: existem sensações que são estados ou maneiras de ser do sujeito e que, a esse título, são verdadeiras coisas mentais. O sujeito perceptivo é o lugar dessas coisas, (…) -
Merleau-Ponty (1945/2006:489-492) – sujeito e mundo
2 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroRibeiro de Moura
Tratava-se para nós de compreender as relações entre a consciência e a natureza, entre o interior e o exterior. Ou, ainda, tratava-se de unir a perspectiva idealista, segundo a qual nada é senão como objeto para a consciência, e a perspectiva realista, segundo a qual as consciências estão inseridas no tecido do mundo objetivo e dos acontecimentos em si. Ou então, enfim, tratava-se de saber como o mundo e o homem são acessíveis a duas espécies de investigações, umas (…) -
Apel (TF1:26-31) – Verdade versus método?
2 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroAPEL, Karl-Otto. Transformação da Filosofia I. Filosofia analítica, semiótica, hermenêutica. Tr. Paulo Astor Soethe. São Paulo: Loyola, 2000, p.
Face ao questionamento histórico de um conceito cientificamente reduzido de racionalidade metódica, parecemos estar próximos de colocar em questão o paradigma do método científico em geral, e de, em vez dele, ter em vista — como caminho determinativo [26] para uma transformação da filosofia — uma forma fenomenológica de pensamento, que se (…) -
Cavell (A) – Heidegger e a obra de arte
2 de novembro de 2021, por Cardoso de Castro[CAVELL, Stanley. Esta América nova, ainda inabordável. Tr. Heloisa Toller Gomes. São Paulo: Ed. 34, 1997, p. 10-11,18-21]
português
A primeira das duas discussões em Santa Cruz foi aquela em que Hubert Dreyfus apresentou “A origem da obra de arte” de Heidegger, advertindo de saída que aquilo que Heidegger chama obra de arte (“deixar a verdade acontecer”, segundo ele) não é encontrável em tudo o que chamamos obras de arte e, além disso, pode ser encontrado em coisas que não chamamos (…) -
Dreyfus (SM:30-33) – Ser-no-Mundo
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroDREYFUS, Hubert. Ser-en-el-Mundo. Comentario a la División I de Ser y Tiempo de Martín Heidegger. Tr. Francisco Huneeus y Héctor Orrego. Santiago de Chile: Editorial Cuatro Vientos, 1996 (doc)
DREYFUS, Hubert. Being-in-the-world. A Commentary on Heidegger’s Being and Time, Division I. Cambridge: MIT Press, 1991, p. 30-33
espanhol
En la Séptima Sección de Ser y Tiempo, Heidegger se pregunta: ¿qué debe hacer alguien que quiere investigar qué es el ser? Su respuesta es: fenomenología. (…) -
Dreyfus (OQC): Introdução
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroExcelente reflexão sobre as possibilidades concretas da informática, em particular a concretude das promessas da inteligência artificial. Segue um excerto da introdução à primeira edição (MIT), What Computers Can’t Do.
Esta [nova] edição de What Computers Can’t Do marca não apenas uma mudança de editor e uma ligeira mudança de título; também marca uma mudança de status. O livro agora oferece não uma posição controversa em um debate em andamento, mas uma visão de um período passado da (…) -
Dreyfus (RR:1-3) – mente-no-mundo, a imagem que nos cativa
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroDREYFUS, Hubert & TAYLOR, Charles. Retrieving Realism. Cambridge: MIT Press, 2015, p. 1-3
tradução parcial
“UMA IMAGEM NOS MANTEVE CATIVOS” (Ein Bild hielt uns gefangen). Assim fala Wittgenstein no parágrafo 115 das Investigações filosóficas . O que ele está se referindo é a poderosa imagem da mente-no-mundo que habita e fundamenta o que poderíamos chamar de tradição epistemológica moderna, que começa com Descartes. O que ele quer transmitir com o uso da palavra “imagem” (Bild) é (…) -
Harada (2009b) – Teoria das Ciências
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroHermógenes Harada, "De Estudo, Anotações Obsoletas"
Hoje, se quisermos saber o que é ciência, devemos recorrer à assim chamada teoria das ciências. Parece que um outro termo para indicar essa disciplina é meta-ciência.
Mas o problema, aqui, aliás como em toda parte hoje, é que existem várias teorias das ciências, de diferentes níveis e procedências. No entanto, aos poucos, a consciência crítica acerca da própria ciência, surgida dentro das próprias ciências, começa a nos dizer o que é (…) -
Zubiri (SE:3-6) – essência e substância
29 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroZUBIRI, Xavier. Sobre la esencia. Madrid: Alianza Editorial, 1985, p. 3-6
tradução
Essência é o título de um dos temas centrais de toda metafísica. A palavra latina essentia é um termo culto; é o abstrato de um suposto particípio presente essens (esente) do verbo esse (ser). Morfologicamente, então, é o homólogo exato do grego ousia, que por sua vez (ou pelo menos era assim percebido pelos gregos) um abstrato do particípio feminino atual ousa do verbo einai (ser). Essa homologia pode (…)